No dia seguinte, Jinyoung foi massacrado de perguntas, passou horas respondendo tudo que havia descoberto sobre o ex chefe da polícia e como.
Jinyoung passava despercebido por quase todos os policiais, era assim que conseguia as informações preciosas, se infiltrando nos lugares, rackeando computadores, tinha muitos talentos, embora, força e agilidade para puxar uma arma, não fosse um deles.
Namjoon passou pela porta da sala dos rapazes, com seu uniforme, colete, estava pronto para uma missão.
Olhou um pouco triste para Yugyeom.
─ Eu consegui a ordem de prisão para seu pai, estamos indo agora executar a missão. ─ Kim disse ao outro. ─ Vim te avisar, por consideração, sinto muito por ter que fazer isso.
Yugyeom assentiu, engolindo seu choro.
─ Tudo bem... Eu... Faça seu trabalho.
Hoseok deu um abraço desajeitado em seu parceiro, que tentava a todo custo não chorar.
Jinyoung abaixou a cabeça e se entristeceu por ser tão lento, era ele que queria ter ido até Yugyeom e o consolado, mas Hoseok sempre era mais ágil.
Yoongi havia sido escalado para a missão, o que fez Hoseok questionar se ele havia pedido por aquilo, imaginando que era exatamente isso que havia acontecido.
Graças a G-dragon, a polícia tinha chegado ao causador da morte dos Min, mas Jinyoung e Moonbyul, aparentemente teriam conseguido, mesmo sem o mafioso interferir.
Hoseok deixou os colegas, após a saída de seu superior e a equipe, foi até o carro pensando em dirigir até o presídio onde seu pai estava, precisava conversar com o mais velho.
Parou em um sinal vermelho e respirou fundo, várias vezes, criando coragem, que aparentemente não teria tão cedo. Ao abrir o sinal, estacionou em alguma rua e chorou, chorou e chorou.
Não entendia porque estava tão emotivo, no fim, descobriu que o pai era mesmo inocente e não encobriu aquele crime por mal, então por que se sentia assim?
Acabou por pegar seu celular e ligar para Eunwoo, precisava de apoio e com certeza seu padrasto lhe daria todo o apoio que precisasse.
Como já imaginado, Eunwoo logo chegou à rua onde o enteado estava, se sentou a seu lado no carro e ficaram em silêncio por um tempo, até Hoseok voltar a chorar, Eunwoo o puxou para um abraço e o consolou.
O rapaz era forte e dava apoio a todos, mas não tinha ninguém que confiava o suficiente para desabafar quando precisava, acabava sempre sozinho. Mas o que ele não sabia, era que se ele pedisse ajuda a qualquer um de seus amigos, todos estavam prontos para lhe ajudar, Jimin já havia notado há tempos que o garoto maior precisava de um ombro, se aproximava, tentando fazer com que o outro entendesse que estaria ali, mas Hoseok não queria ser um peso para Jimin, achava que Jimin já tinha coisas de mais para lidar.
Então acabou decidindo ir com a pessoa que sempre o apoiava, quem melhor do que seu pai para o entender?
Sim, pai.
Eunwoo havia tido esse papel em sua vida, Hoseok o considerava seu pai, o amava como tal e se sentia amado de volta.
Juntos foram até o presídio, onde Hoseok contou a seu verdadeiro pai, que estavam muito próximos de inocentar ele, contou que G-dragon havia dado um depoimento, inusitado, mas ainda assim, um depoimento importante, fora assim que os policiais começaram a trabalhar de verdade nas peças daquele quebra-cabeças tão complexo que eram aqueles crimes.
O Jung mais velho, chorava incrédulo, não conseguia acreditar que depois de anos, finalmente iria poder limpar seu nome.
Mais uma vez, Jung olhava para Eunwoo, com certa inveja, por o outro ter podido ver seu filho crescer e poder estar em sua vida todos aqueles anos.
O agradecia mentalmente, por não ter envenenado o filho contra si. Estava muito agradecido pela criação que o governador havia dado à sua criança.
─ Fico feliz que finalmente irei ser inocentado de matar aquelas pessoas, mas não muda nada, querido, eu ainda irei ser acusado de encobrir o verdadeiro assassino, ainda irei passar o resto da minha vida aqui. ─ acabou se lembrando que havia sido poupado porque prometeu ao ex chefe da polícia que não iria se pronunciar como inocente, era por isso que ainda estava vivo naquele presídio.
Jung sabia que com a revelação de Jiyoung, Doyun iria mandar alguém o matar, acreditando que ele havia quebrado a promessa, apesar do medo que sentia, estaria pronto para o que estava por vir.
O que Jung não sabia, era que Namjoon já havia previsto isso e já tinha pedido ao defensor público, que alterasse a pena de Jung, para que ele pudesse cumprir fora do presídio, ainda sobre o programa de proteção à testemunha.
O novo chefe da polícia era inteligente, pensava bem mais na frente, quando montava um plano, já analisava todas as possibilidades que tinha para dar errado, quando montou a equipe de apreensão para prender Kim Doyun, já tinha pedido ao defensor que resolvesse isso e o mesmo já vinha trabalhando nisso.
Namjoon também havia infiltrado policiais na clínica onde Jin estava, se passando por enfermeiros e até mesmo pacientes, não deixaria ninguém mais se machucar, não deixaria a segurança de Seok Jin nas mãos de um mafioso em quem não deveria confiar, afinal, G-dragon pode ter entregado as provas contra Doyun, mas ainda era um criminoso traiçoeiro e perigoso.
E obviamente, G-dragon sabia da polícia infiltrada na clínica, a única coisa que pensou, foi que assim, seria mais fácil proteger o filho da Min, como havia a prometido, antes de vê-la morrer.
Não que tivesse apego pelo promotor, o mesmo queria o ver atrás das grades, mas a Min fazia parte de sua gangue e ele fora incapaz de a proteger, mais uma vez, havia deixado Doyun ferir sua família, então cuidaria para que os filhos de sua ex companheira não fossem feridos de forma alguma, honraria sua promessa com a própria vida se fosse preciso.
Hoseok deixou o presídio ao lado do governador, foram para casa, Hobi se manteve em silêncio durante todo o caminho, apesar de estarem começando a colocar todos os pingos dos is, ainda tinham muitas coisas martelando em sua cabeça, como se algumas peças ainda não se encaixassem.
Não sabia porque G-Dragon foi até a delegacia para ajudar, se é que a intenção era mesmo ajudar, não fazia ideia do porque o ex chefe da polícia continuaria com aquela série de explosões pela cidade, se sua intenção sempre foi ficar com a mãe dos Min.
Por mais que pensasse, ainda haviam peças demais para se encaixar, também não era estúpido, sabia que agora que muita coisa fora revelada, seu pai corria um grande risco estando naquele lugar.
Ao chegar em casa, cumprimentou rapidamente sua mãe e foi de imediato para seu quarto.
Se deitou em sua cama e tentou pensar em outros tipos de coisas, pensou se Jimin havia seguido seu conselho e foi até Jungkook para se entenderem.
Logo ouviu batidas em sua porta, deixando o visitante entrar, era sua mãe, que se sentou ao seu lado na cama, afagando seus cabelos castanhos.
─ Está tudo bem, amor? ─ Perguntou.
Hoseok assentiu e tentou dar um de seus melhores sorrisos.
Mas não era um bom dia, não conseguia fingir alegria diante daquela situação.
─ Se precisar conversar, saiba que pode falar comigo, sei que está passando por muita coisa, não precisa carregar tudo isso sozinho. Eunwoo e eu estaremos sempre aqui, para te apoiar em qualquer situação. Sabe disso não é? ─ A mais velha perguntou ao filho.
─ Eu sei. Obrigado. Mas agora, eu só queria descansar. Foi um dia bem longo. ─ Hoseok respondeu.
A mais velha fez uma careta.
─ Então terei que mandar aquele rapaz ir embora? ─ perguntou.
─ Que rapaz?
─ O Yoongi. Ele chegou agora a pouco e está esperando para falar com você. Mando ele voltar em outro momento? ─ Quis saber.
Hoseok negou com a cabeça.
─ Pode deixar ele subir, não quero ir mais lá embaixo. ─ Deu de ombros.
Sua mãe assentiu e sorriu, deixando o quarto rapidamente.
Não demorou muito até Yoongi já estar no quarto do maior.
Sorriu fraco e se pôs ao lado do outro.
Durante alguns minutos, ficaram em silêncio, apesar de toda a convivência, naquele momento, pareciam dois estranhos.
Min não sabia como iniciar uma conversa, visto que o outro estava visivelmente em crise, sabia bem como era, vivia tendo suas próprias crises existenciais.
─ Eunwoo disse que você foi falar com seu pai e ele permitiu sua visita dessa vez. Você... como está se sentindo? ─ perguntou finalmente.
Jung deu um longo suspiro.
─ Bom... Foi estranho. Senti um nervoso primeiro, depois, não sei! Eu fiquei feliz em poder falar com ele, depois de tantos dias, mas ainda assim, me sinto preocupado e agora sinto um pouco de medo dessa história não estar sendo contada do jeito certo. ─ Revelou, pois apesar de tudo, confiava em Yoongi. ─ Depois de tudo que aconteceu, tenho medo de meu pai fazer parte de gangue e... Eu não sei, ter mesmo envolvimento com o que aconteceu. Mas ao mesmo tempo, quero continuar acreditando que tudo não passa de um mal entendido. Isso é tão estranho.
Hoseok tentava ao máximo não derramar lágrimas, apesar de sua voz estar embargada, continuava sendo forte e tentando guardar sua dor somente para si.
─ Ainda acredito na inocência do seu pai. ─ Yoongi disse. ─ Eu tenho muito a agradecer a ele, pois foi ele quem salvou a vida de Jin e a minha. Estou muito mais grato por ele ter salvado o Jin, ele é a pessoa mais importante da minha vida, você sabe. ─ Disse o mais baixo.
Hoseok assentiu e sorriu fraco.
Achava fofo quando Yoongi era sentimental.
─ Espero mesmo que ele tenha feito tudo isso por inocência. Não quero me decepcionar, por ter acreditado o tempo todo que era uma boa pessoa, quando nunca foi.
─ Não pense nisso. Tenho certeza de que seu pai não é uma má pessoa. ─ Yoongi deu de ombros. ─ Já o pai do Yugyeom... ─ suspirou, fechando os olhos em seguida.
Hoseok ajeitou sua postura e passou a encarar os olhos de Yoongi.
─ Como foi?
─ Primeiro, ele negou tudo, dizendo que era um absurdo a polícia acreditar naquilo, que as provas eram falsas e blá blá blá... depois, disse que não iria dizer mais nada sem a presença do advogado. Ele tem muito cara de culpado, Hoseok. ─ Yoongi concluiu. ─ Sinto pena do Yugyeom.
─ Eu sinto a dor que ele sente. Nós dois estamos no mesmo barco. ─ Hoseok disse triste.
Ambos deixaram a conversa morrer outra vez, era um assunto muito delicado e no fim, ninguém queria mesmo falar sobre aquilo.
Era um tanto desconfortável para Yoongi e um tanto doloroso para Hoseok.
Talvez o silêncio os acolhesse melhor nesse momento.
E foi o que fizeram. Ficaram lado a lado, mas calados, desfrutando da companhia um do outro.
Depois de respirar por diversas vezes, Hoseok decidiu perguntar a Yoon sobre o quadro de seu irmão, queria saber se Jin estava melhorando ou pelo menos se abrindo com o psiquiatra.
─ Como está o Jin? Você acha que ele está melhor? ─ Perguntou.
Yoongi arrumou sua postura e suspirou alto.
─ Ele está indo bem, está se esforçando e parece estar mais leve, ele está sendo medicado, com remédios para depressão, essas coisas. Luhan, diz que ele tem falado bastante e não tenta fugir da terapia, mas não tenta se enturmar, está sempre mais sozinho, as vezes alguém tenta se aproximar, ele é educado, deixa que a pessoa diga o que quer e depois sai de perto, como se nada tivesse acontecido. ─ sorriu fraco. ─ Ele não sabe que o cara que tentou machucar ele, foi mandado para o assassinar, ele acha que o cara surtou e que acabou sendo a pessoa mais próxima e por isso sua vítima. Não vamos contar, não queremos que ele se sinta em perigo, apesar de estar.
Hobi repousou sua cabeça no ombro de Yoongi.
─ Tenho certeza de que nada de ruim irá acontecer ao Jin. Tem vários policiais de olho, então...
─ Policiais que podem trabalhar para o pai do Yugyeom. ─ Cortou o amigo. ─ Nem toda a polícia é confiável, Hobi. Mesmo que pareçam estar ao nosso lado, podem ser agentes duplos e nos trair, infelizmente, encher a clínica de polícia, não me tranquiliza em nada. ─ Levou sua mão até os cabelos de Hoseok e fez alguns carinhos. ─ Namjoon também não confia totalmente, não confia sequer no Jungkook, antes de vir para cá, ele colocou Jungkook na parede, quer saber a qualquer custo, como ele fez para G-Dragon salvar o Jimin, mas ele sempre repete que não faz ideia do que aconteceu naquela noite, o que é óbvio que é uma mentira. ─ Revirou os olhos.
Hoseok assentiu e suspirou, mais uma vez.
─ Parece que tudo fica mais bagunçado a cada minuto que passa. ─ Hoseok fitava um ponto qualquer do quarto, recebendo o cafuné feito por Yoongi.
O mais baixo assentiu e se calou mais uma vez, estava gostando daquela aproximação genuína que ambos estavam tendo. Gostava de ter Hoseok tão perto de si.
Apesar de seu desejo ser ficar a seu lado por longos minutos, tinha para si, que não era merecedor de nenhum tipo de afeto vindo do mesmo, ainda assim, iria ficar ali, quieto e aproveitando da companhia que lhe era oferecida de bom grado.
Yoongi sempre fora estúpido com as pessoas, impulsivo e talvez até birrento demais.
Sempre era julgado pelas pessoas ao redor, chamado de rebelde, grosso, esse tipo de coisa.
Mas no fim, quem vê toda essa carranca e essa pose de estúpido que o rapaz carrega, não imagina que o mesmo já sofreu muito, perder os pais não havia sido fácil, seus parentes próximos os abandonaram como se não fossem nada, fora afastado de Jin por alguns dias no orfanato, se não fosse pela bondade do dono do outro abrigo, talvez jamais tivesse voltado a ver seu irmão.
Os dois nunca foram adotados, cresceram naquele abrigo, sem o afeto de ninguém, quando Seok Jin se tornou maior, encontrou um emprego, alugou uma casa e pode tirar o irmão do abrigo, estudou, trabalhou e deu tudo que pôde a Yoongi.
Mas não foi capaz de dar o que o mais baixo mais precisava, atenção.
Yoongi sempre lutou para tentar ter a atenção de seu irmão, mas o mesmo sempre estava ocupado demais, agora, Seok Jin parecia querer voltar atrás e dar toda a atenção possível ao mais novo, mas agora já é tarde para tentar consertar alguma coisa.
Ver Seok Jin ser internado, foi mais um baque para Yoon, mas com o apoio de Namjoon e também de Kyungsoo, acabou por entender que aquilo seria o melhor para o mais velho, pois assim, ele poderia se livrar de seus demônios e levar uma vida normal e mais saudável.
O Min mais novo, tinha suas conversas com o psicólogo, de cara, o doutor não chamava as consultas de terapia, dizia que era apenas um momento em que poderia falar sobre o que precisasse sem ser julgado, Yoongi não era burro, sabia que estava sendo tratado, mas fingia acreditar que os mais velhos haviam o enganado e aquelas malditas conversas o ajudavam, faziam com que ele entendesse melhor sua dor e se entendesse melhor.
Yoongi via por si mesmo, como era uma pessoa um tanto vazia e isso era doloroso.
Todo mundo tinha algo a acrescentar, mas não Yoongi.
Ele é pequeno e praticamente invisível.
Queria mudar, queria merecer o amor de alguém tão bom quanto Hoseok.
Mas ainda nem é capaz de assumir para ele mesmo, que gosta de homens, não consegue assumir que gosta de Hoseok, sempre gostou, desde a primeira vez que seus olhos encontraram o mais alto, aquela pose autoritária e tão independente, haviam o conquistado. Se arrependia de não ter investido naquele sentimento, comeu bola e perdeu o chute na cara do gol.
Por hora, apenas estarem ali, juntos, seria o suficiente para ambos, mesmo sem revelar ou assumir, os dois gostam da companhia que podem dividir em alguns momentos.
Yoongi ficou para dormir na casa de Hoseok, conversaram por várias horas, ambos teriam folga no dia seguinte, se concentraram para não dormir tão rápido e assim, poder desfrutar da companhia por mais tempo.
Conversaram até suas energias chegarem ao fim e acabaram caindo no sono, deitados um do lado do outro.
Não se olharam ou insinuaram nada, apenas ficaram juntos, como bons amigos, mesmo não sendo essa a vontade deles.
Notas: Eu tô um pouco desanimada com a fic, com as duas na verdade. Mas estou tentando não desistir.
Também estou trabalhando em um projeto pessoal, então talvez eu demore a atualizar, devido a todas as turbulências que venho tendo.
De todo jeito, amo vocês.
Obrigada por ler, volto logo 💜
Eu tirei uma foto igual o Tete kkk foi sem querer, mas agora tenho foto para o selca day 😂😂😂👇🏻