Sweet Creature

By _ales28

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Existem histórias do passado que poucos sabem e os que sabem, tem acesso a meias verdades. É o que Jeanine Le... More

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Olá, risos!
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By _ales28

As Cartas Confiscadas

Se havia uma coisa que Jean gostaria de agradecer, eram as férias. Não que a corvina não gostasse de Hogwarts ou de estudar, na verdade havia passado boa parte do seu tempo livre relendo algum livro ou fazendo anotações e testando poções novas, além de estudar muito para melhorar em Transfiguração. Mas estar em casa significava ter mais tempo ao lado do pai, visitas semanais as tias e horas de fofocas ao lado de sua prima mais velha.

A menina sentia sim saudades da escola e, principalmente, dos amigos. Mas recebia cartas toda semana de algum deles, assim não precisava se preocupar em ficar sem falar. Com frequência, Severus via uma coruja um pouco torta entrando pela janela da cozinha para cair no tapete da sala e se enrolar lá. Era Errol, a coruja dos Weasley, que vinha com duas cartas toda semana. Uma onde os gêmeos, Fred e George Weasley, os melhores amigos de Jeanine, contavam sobre o que andavam aprontando em casa e sobre novas pegadinhas. E outra escrita exclusivamente por Gina Weasley, a irmã caçula dos gêmeos. Gina havia participado de algumas cartas dos irmãos, fazendo perguntas a Jean e contando sobre como estava ansiosa para começar a estudar em Hogwarts. Por consequência, as cartas dos ruivos acabavam  ficando imensas, assim Ginevra (Gina, sempre!) passou a escrever as próprias, que eram respondidas com entusiasmo pela Snape.

Também haviam as cartas de Neville Longbottom, um grifinório atrapalhado, com quem Jeanine havia feito amizade no final do ano. As cartas de Neville vinham recheadas de comentários sobre alguma planta mágica nova que havia descoberto e suas propriedades. Em contra partida, sempre que Jeanine recebia as cartas do amigo, encontrava uma forma de conseguir as plantas ou suas mudas e enviava junto da resposta, já que sabia que Augusta, a avó de Neville, não deixava que o menino comprasse as próprias mudas.

Quanto ao outro melhor amigo, Theodore Nott, Jean não precisou escrever, já que o pai do sonserino o havia enviado para passar as férias na Mansão Malfoy e só iria buscá-lo algumas semanas antes da volta as aulas. Fora justamente por isso que Jean ficou sabendo de algumas coisas suspeitas. Theo contou a amiga, quando Jean fora visitar o primo e o amigo, que tinha ouvido atrás da porta (que coisa feia, Theo!) uma conversa entre o pai e Lucius Malfoy. Harry Potter era o tema da conversa, assim como a volta do garoto a Hogwarts e o que fariam para cumprir o que não fora possível no ano anterior.

O ano anterior havia sido horrível. Era isso que Jean pensava. Haviam tido momentos realmente muito bons, mas Quirrell, o duas caras e Voldemort tentando matar Harry Potter, a promessa que Jeanine havia feito a Dumbledore e todas as outras coisas relacionadas geravam alguns pesadelos na menina.

Por isso, pensando ser uma boa ideia, Jean pediu ao elfo da família Malfoy, Dobby, em quem a menina confiava, que a ajudasse. Assim, Dobby passou a confiscar as cartas que Harry Potter recebia, para que o menino acreditasse que os amigos haviam o esquecido e, talvez, desistisse de voltar ao castelo. Jeanine, sendo da casa dos sábios, tinha consciência que aquela não era a melhor das ideias, mas era o que poderia fazer para proteger o garoto, afinal, havia prometido a Dumbledore que protegeria Harry Potter.

Quando a manhã chegou, Jeanine sabia que deveria ir para a Mansão Malfoy para que pudesse conversar com Dobby e descobrir se estava tudo correndo como o planejado, já que a menina havia pedido ao elfo que ficasse de olho em Harry também. Esfregando os olhos e tentando alinhar o pijama azul céu com nuvens que se moviam mesmo, Jeanine desceu as escadas da casa, encontrando o pai sentado a mesa, o Profeta Diário em mãos.

-Banheiro- Jeanine bufou e voltou para o segundo andar, descendo apenas depois de ter escovado os dentes e lavado o rosto- Você sempre esquece, Jean.

-Não tenho culpa se o cheiro do café me atraí, pai- Severus riu e serviu a xícara da filha, fez duas torradas levitarem até seu prato, assim como uma fatia de torta de chocolate- Vou ver Draco hoje, Theo foi para casa na semana passada, então ele está sozinho.

-Achei que ia passar a semana com Andrômeda- Severus iria para uma cidade na Noruega , para comprar alguns ingredientes raros que queria ter em seu estoque e, por isso, deixaria Jean com as tias, mesmo a menina tendo pedido para ir junto. Severus achava melhor que a filha ficasse, ao menos, daquela vez.

-Trocamos. Tia Andy e tio Ted vão para uma praia, ganharam de presente da Dora. Voltam na sexta-feira.

O pocionista concordou, enquanto tirava um embrulho do chão e colocava no colo da filha.

-Já que não vou poder levar você junto dessa vez- Jean ergueu os olhos, surpresa. Analisou o embrulho quadrado e desfez o pacote. Dentro havia uma caixa transparente com uma foto que se movia de um rapaz, além de vários frascos e saquinhos com ingredientes novos e chocolates. Jeanine abriu a caixa e tirou a foto do rapaz, se surpreendendo ao encarar o mesmo sorriso que tinha visto no ano anterior, no reflexo de seu desejo mais profundo no Espelho de Ojesed.

-Você conhece parte da sua família. Achei que gostaria de conhecer mais do lado bom dos Black.- A menina sorriu- Esse é Regulus Black, seu primo de segundo grau. Era meu amigo quando estudávamos em Hogwarts.

A corvina deixou o assento e abraçou o pai. Ele não poderia imaginar o quão feliz Jeanine estava pelo presente. Quando chegou a hora do pai partir, Jean fez a ele mil e uma recomendações, como se falasse com uma criança e, então, partiu pela lareira (coisa que a menina não gostava nenhum pouco) para a Mansão Malfoy.

Jean não teve tempo de se estabilizar quando braços a rodearam. Draco e a prima haviam se visto na semana anterior e, olhando para o garoto agora, Jeanine se perguntava se ele havia feito uso de alguma poção de crescimento, porque o loiro estava muito mais alto.

-Draco, acho que vou vomitar!

-Em mim não!- As crianças riram, seguindo para o pátio, onde Narcisa Malfoy tomava seu chá. Jeanine abraçou a tia e fez companhia a ela junto do primo. Os dois riram e conversaram sobre Hogwarts e o segundo ano. Quando Lucius (infelizmente) se juntou aos três, as conversas mudaram de direção, focando em um nome. Harry Potter.

-Contem, crianças. Como é o menino que sobreviveu- Draco estava pronto para dizer ao pai o que ele queria ouvir quando Jean, sem querer, deixou escapar uma resposta irônica.

-Um menino- Lucius a encarou com desprezo, fazendo Jean reprimir uma careta- Ele é da Grifinória e tem dificuldade em se organizar no mundo bruxo, já que cresceu com trouxas. Mas não é má pessoa.

Depois de algumas horas conversando, o jantar foi servido e as crianças puderam subir para os quartos. 

-Não devia ter dito aquilo, Nine- Jean, que estava sentada no meio da cama do primo, encarou os olhos acinzentados de Draco- Sabe como ele fica quando ouve o que não quer. Não... não quero que machuque você.

-Ele não vai, Dragão. Vamos ficar bem!- Então os primos se aconchegaram e adormeceram. Ao menos, Draco adormeceu. Jeanine se esgueirou para a cozinha da Mansão, onde encontrou Dobby, com suas orelhas pontudas e olhos enormes.

-Minha senhora! Ah minha senhora!

-Olá, Dobby. É muito bom ver você de novo. Como vai?

-Ah minha senhora, a senhora é tão boa, tão gentil! Dobby vai bem, minha senhora. Dobby fez o que a minha senhora pediu- Então, de dentro das vestes esfarrapadas, o elfo tirou um maço de cartas, todas endereçadas a Harry Potter. Haviam cartas de Ronald Weasley, irmão mais novo dos gêmeos, e de Hermione Granger (ela e Jean haviam iniciado uma amizade no ano anterior, que não havia ido para frente).

-Muito obrigada, Dobby. Como ele está?- O elfo então contou a Jean que Harry tinha um relacionamento horrível com os tios, trouxas nada gentis e educados. E disse que o garoto não parecia nada inclinado a desistir de Hogwarts. Se tivesse uma família como aquela, Jean pensou, também não desistiria. Por isso, Jean precisava interferir mais seriamente.- Obrigada, Dobby.

Quando Jean retornou ao quarto, já sabia exatamente o que tinha que fazer, mas, para isso, precisaria do primo.


A Ordem de um Malfoy


-Não. Não, não e não! Jeanine, isso é loucura!- Draco e Jean conversavam aos sussurros no quarto do garoto. Havia sido fácil acordar Draco quando voltara ao quarto, a parte difícil seria convencer o primo a dar uma ordem a Dobby- Consigo enumerar milhares de motivos de porque não devemos fazer isso. Milhares, Nine!

-Draco, eu não faria se não fosse necessário, além disso, não posso simplesmente pedir a Dobby. Precisa de uma ordem de um dos seus...senhores.- Jean caminhou até o primo, que estava escorado próximo a janela, encarando o imenso jardim da Mansão Malfoy- Sei que estou pedindo muito, Dragão, mas, Merlin, se tudo o que Theo ouviu for verdade. Draco, se for verdade, tudo o que aconteceu no ano passado vai ter sido brincadeira de criança.

Draco sabia o que havia acontecido com a prima. Sabia sobre o motivo do seu sumiço nos últimos dias de aula e, também, era o único que sabia sobre a promessa de Jean.

-Eu não gosto disso. Aquele Potter foi um imbecil com você o ano inteiro, não merece sua ajuda! Não merece que você lute as batalhas dele, Nine. Droga, será que você pode pensar mais em si, só um pouquinho? Eu não gosto de como isso pode acabar- Então o loiro encarou a prima, muito sério. Observou os olhos tão parecidos com os seus, o rosto pálido e a forma como conseguia sentir que aquilo era certo apenas pelo olhar que Jeanine lhe lançava. Draco se aproximou de Jean e fez uma careta- Mas é o certo, não é?

-É sim!- Draco concordou com um maneio de cabeça, o que fez Jeanine o abraçar de imediato. Os dois saíram do quarto em silêncio, em direção a cozinha, onde Dobby os aguardava. O garoto bufou e se ajoelhou em frente ao elfo.

-Quero que faça um favor a minha prima e a mim, Dobby- O elfo concordou sem pensar. Havia, mais do que a obrigação de servir um Malfoy, o respeito que Dobby nutria por Draco e por Jean. Afinal, ele havia sido o responsável pelas crianças quando eram bebês e, sabia, que eram bons de verdade.- Quero que vá até a casa de Harry Potter e lhe dê um aviso. Diga que ele não pode voltar a Hogwarts, que é perigoso.

-Se ele discordar, Dobby, ache um jeito de impedi-lo de sair. Qualquer coisa!- Jean também se ajoelhou- Precisa impedir ele, Dobby, por favor!

-Farei isso, meu senhor, minha senhora. Dobby vai contar a Harry Potter. Dobby fará o melhor.

-Dobby!- Draco chamou, olhando sério para o elfo- Não pode dizer quem lhe enviou, nunca!- O elfo concordou, mesmo que não achasse certo.

Então, com um estalar de dedos, sumiu. Quando os primos viraram em direção ao corredor para retornarem ao quarto, sentiram o sangue em suas veias gelar. Lucius Malfoy estava ali, com toda sua pompa e cara de desprezo. As crianças entrelaçaram as mãos, torcendo para que ele não tivesse escutado nada, ou tudo teria sido em vão.

-Meu gabinete. Agora!- 

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Demorei, mas cheguei!

Capítulo curto, mas é porque o próximo é mais intenso e aqui é a visão da Jean.

Para os curiosos, essa noite é a mesma em que o Harry recebe as visitas na casa dos tios e acaba de castigo.

A relação do Dobby, do Draco e da Jean é tipo a do Monstro com o Regulus.

Teve fotinho do Reg porque eu amo muito ele e, além disso, esse Black é muito importante no desenvolvimento da Jean. 

O que acharam?

Comentem e votem!

Nox!




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