Sweet Creature

By _ales28

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Existem histórias do passado que poucos sabem e os que sabem, tem acesso a meias verdades. É o que Jeanine Le... More

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Olá, risos!
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By _ales28


1987- Mansão Malfoy

Jean não sabia a quanto tempo estava ali, mas não pretendia sair tão cedo. Lucius, seu querido e amável tio, estava em uma reunião importante do trabalho, enquanto Narcisa tomava chá no jardim, junto as senhoras Zabini e Parkinson.

Em uma ocasião normal, a casa estar sem nenhum adulto significava que Draco e Jean poderiam brincar e fazer barulhos a vontade e era isso mesmo que faziam antes. Antes de Pansy Parkinson chegar para passar o final de semana na Mansão onde Jeanine também estaria. 

Severus estava muito ocupado em Hogwarts, precisando planejar NOMS e NIEMS e as notas finais dos alunos, já que o final do ano letivo se aproximava. Quando essa época do ano chegava, Jean se mordia de ansiedade, pois significava que passaria mais tempo com o pai, podendo ir com ele onde quisesse, passar horas na sala de poções trabalhando em algo juntos ou sentados à mesa da sala de jantar, jogando cartas, como os trouxas. Mas havia o lado negativo, já que antes das férias, Severus Snape precisava  se afastar um pouco da menina, que passava a dormir na Mansão Malfoy ou na casa dos Tonks.

 Para o azar de Jean, Andrômeda e Ted haviam decidido sair em lua de mel, para comemorar o aniversário de casamento.  A menina, obviamente, ficava feliz pelos tios, mas essa viagem significava que teria de ficar na casa dos Malfoy. Jeanine poderia amar seu primo e sua tia incondicionalmente, mas não gostava nenhum pouco da presença de Lucius.

Para completar o desastre, o mesmo havia decidido que Draco deveria passar a interagir mais com os filhos dos seus amigos. Por isso, Blaise Zabini e Pansy Parkinson estavam ali. O patriarca havia contado a Jean e Draco, no café, que convidara também as irmãs Greengrass, mas elas estavam na França.

A presença de estranhos na casa obrigava Jean a se vestir de um jeito que não gostava e que Narcisa, embora achasse perfeito, evitava pedir a sobrinha a usar. Cabelos soltos e com cachos nas pontas, laço verde, vestido combinando, além da sapatilha apertada que lhe dava nos nervos. A menina não poderia estar mais descontente.

 Era o que achava.

Quando os convidados chegaram, às 10h em ponto, Jean estava na porta principal, ao lado do primo. Draco usava um dos ternos  e os cabelos estavam muito bem penteados.

-Você ficou legal assim!- Jean dissera a ele, porque era verdade. Draco a olhou de canto de olho e sorriu.

-Prefiro seu cabelo preso ou bagunçado- Jean olhou cúmplice para o primo. Draco podia amar a pompa, mas respeitava e entendia os gostos da mais nova.

A primeira visitante a entrar foi uma mulher de lindos cabelos escuros, que estavam presos em uma trança cheia de pérolas. Na cabeça de Jeanine, a pele da mulher se parecia com chocolate meio amargo, assim como a cor dos olhos. Ela usava um vestido vinho, muito bonito e, ao seu lado, um garoto idêntico a ela, sorria como se o mundo fosse seu.

-Senhora Zabini, Blaise- Fora Narcisa quem o dissera, em um cumprimento aos convidados. Depois deles, uma mulher de cabelos muito lisos e nariz empinado entrou. As bochechas, reparou Jean, era enormes. Ao lado dela, uma menina de pele clara como papel, olhos escuros e esnobes e cabelos curtinhos, juntos de uma franja. Eram a senhora Parkinson e Pansy. 

-Crianças, deem oi- Draco se adiantou e apertou a mão de Blaise, como o pai fazia, repetindo o ato com Pansy. Essa, notou Jean, corou até a raiz do cabelo. Quando Blaise se aproximou de Jean, sorriu e beijou sua mão, causando uma estranheza na menina, que apenas sorriu.

-E quem é essa?- Pansy era, para sua pouca idade, muito metida e arrogante. Talvez esse fosse um dos motivos para que ela e Jean não se dessem nada bem.

-Essa é Jeanine Snape. Ela é afilhada do meu padrinho e minha melhor amiga- Essa era a história que todos contavam. Havia ficado acordado que Jeanine carregaria o sobrenome Snape, para sua segurança. A mudança não agradara nada Lucius, que acreditava que a menina deveria honrar os Lestrange.

-Oi- Jean tentou sorrir, mas Pansy apenas a ignorou e grudou em Draco e assim ficou.

Já era de tarde e Jean continuava escondida. Depois de várias brincadeiras fracassadas porque Pansy não queria brincar ou se chateava dizendo que a pequena Lestrange (agora Snape) estava roubando, Jean se escondeu.

Ela sabia que, dentro da biblioteca da mansão, havia uma portinha, um elevador que levava a cozinha, no andar inferior. Jeanine e Draco se escondiam lá durante algumas noites, depois de encherem os bolsos dos roupões de doces. A menina segurava uma caixinha com vários doces enviados por Dora, sua prima que agora, estava no quarto ano em Hogwarts e ia, com frequência, a Hogsmeade, um vilarejo próxima a escola. Ao seu lado, seu dragão de pelúcia, assim como alguns livros infantis e o seu livro trouxa preferido, Alice no País das Maravilhas.

 Quando decidiu que estava escondida a tempo demais, Jean juntou suas coisas e rumou para fora da imensa biblioteca. Mas aquele não era seu dia de sorte. Do lado de fora, Pansy encarava Jean com um sorriso presunçoso.

-Isso é um ursinho de pelúcia? Quantos anos você tem?- Sete, senhora a adulta, pensou a menina. Mas preferiu ficar quieta, já que brigar não era sua área. Existiam poucas coisas que Jean odiava, uma delas era brigar. A menina tinha, nas suas memórias mais profundas, algo que a deixava temerosa. Eram gritos, alguns de dor e outros de felicidade, mas nenhum era realmente bom.

-É sério, você é patética!- Do outro corredor, Draco e Blaise surgiram, suados. Deviam estar voando pela forma como os cabelos do loiro estavam. Draco, que queria muito agradar o pai, achou que não faria mal nenhum se juntar a Pansy na brincadeira com a prima. Afinal, era tudo brincadeira.

-Ei, Nine, isso é um ursinho mesmo?- O loiro riu e, aquela pequena atitude, fez Jeanine dar um passo para trás- Deixa a gente ver!

Jean se agarrou ao dragão com mais força e fez que não, tentando desviar das crianças. Seu objetivo era se juntar a sua tia, no jardim e ler seu livro.

-Espera, isso é trouxa, não é?- Pansy havia tido um vislumbre da capa de Alice no País das Maravilhas e, antes que Jean pudesse impedir, agarrou o livro- Você lê essas coisas? São escória!

No fundo, a morena esperava que  Draco a defendesse. Ela entendia sim que Lucius pressionava o menino para ser como ele, mas Jean acreditava no lado bom de Draco.

-Sério, Jeanine? Livros daquelas coisas?- Fora o que Draco lhe disse.

-Você é uma traidorazinha de sangue, não é?- Blaise, que estava mais no fundo se mexeu inquieto com o comentário. Ele ouvia aquelas coisas saindo da boca de sua mãe e outros adultos mas, nem ele, Jean e Draco tinham ouvido outra criança dizer.

-É um livro. Uma história muito boa, se quer saber!- Pansy riu da resposta de Jean e, em seguida, rasgou o livro. Jeanine arregalou os olhos. Aquele não era apenas seu livro favorito, era o livro que Dora havia lhe dado antes de embarcar para Hogwarts no começo do ano, dizendo que achava que Jeanine e Alice eram muito parecidas- Por que você... o que?

Os olhos azuis da menina se encheram de lágrimas que foram derramadas quando ouviu a voz de Draco soando em uma risada nervosa e zombeteira. O garoto não queria rir, mas era necessário se queria agradar outras crianças sangue puro.

Jean encarou o primo e, fungando, se aproximou dele.

-Você, Draco Malfoy, é um boboca sem nenhuma muiteza!- E saiu correndo.

Durante a noite, Jean não desceu para o jantar, o que Narcisa estranhou. Quando entrou no quarto da menina, encontrou um elfo muito preocupado.

-O que é isso, elfo?

-Minha, senhora. Ah minha senhora. Dobby já ia chamar minha senhora! Minha senhora pediu para ver como a senhorita Snape estava, mas ela está quente, minha senhora!

Narcisa, no mesmo instante, tocou a testa de Jean que pegava fogo. Preocupada, mandou que Dobby, o elfo, pegasse uma toalha úmida e uma poção para febre, que foi ministrada logo em seguida. Jean não era de ficar doente, o que preocupou a mulher ainda mais. Foi quando Jeanine abriu os olhos, que Narcisa soube que havia algo errado. Os grandes e curiosos olhos da menina estavam vermelhos e, assim como o nariz, um pouco inchados, um sinal claro de que a menina havia chorado.

-Minha estrelinha, o que foi?

Jean fungou. Parte de si queria contar a Narcisa como Draco havia sido cruel com ela, contar sobre Pansy ter rasgado seu livro e sobre ter sido chamada de traidora de sangue, coisa que nem sabia o que significava direito. Mas não o fez. Porque, acima de tudo, Jeanine sempre protegeria Draco.

-Eu... eu queria o papai, tia Cissy- Narcisa beijou a menina com todo o cuidado.

-Sei que está com saudades, meu bem! Mas seu pai está trabalhando e, logo poderá voltar para casa- Com mais um carinho, a mulher disse que iria arrumar algo gostoso para a menina comer. Quando estava só no quarto, o mesmo elfo que a cuidava antes, apareceu.

-Ah minha senhora, senhorita Snape! Dobby sente muitíssimo, minha senhora! Dobby não conseguiu concertar e deixar perfeito, minha senhora.- Então, o elfo estendeu as mãos e entregou para Jean seu exemplar de Alice no País das Maravilhas, antes rasgado e amassado, agora quase novo em folha.

-Ah!- Fora a primeira coisa que Jean disse, então sorrindo, olhou para o elfo- Seu nome é Dobby, certo?

-Sim, minha senhora. 

A menina saiu da cama e se abaixou ao lado do elfo, depositando um beijo em sua bochecha ossuda.

-Obrigada, Dobby. Esse livro é muito importante para mim!- Dobby, que estava prestes a entrar em um colapso pelo ato da menina, sumiu antes de dizer qualquer coisa, pois Narcisa estava entrando no quarto com uma bandeja cheia de doces, pães e bolos.

-Aqui, minha querida!

A tia ficou mais um tempo com Jean, depois lhe deu um beijo de boa noite e prometeu um dia seguinte incrível para a menina. Jean demorou a conseguir fechar os olhos para dormir de verdade e, quando estava prestes a fazê-lo, sua porta foi aberta.

De lá, um Draco de pijamas amassados, cabelo despenteado e olhos vermelhos apareceu. Ele estava pronto para ser expulso do quarto da prima, já que tinha consciência que havia magoado os sentimentos dela. Mas Jean, ao ver o estado do primo, saltou da cama e correu em sua direção.

-Você está bem, Draco? Se machucou? Tio Lucius brigou com você?- A menina perguntou enquanto analisava o loiro de cima a baixo, fazendo um inventário mental de possíveis machucados. Draco demorou alguns minutos para falar, tamanha sua vergonha.

-Eu...sinto muito, Nine!- A menina ergueu as sobrancelha e encarou Draco- Não devia ter rido de você e nem deixado Pansy rasgar seu livro. Foi errado!

Jean sorriu um pouquinho para o primo, mostrando que tudo estava bem. 

-Tudo bem, Dragão!- Então abraçou o primo mas, ao ouvi-lo fungar novamente, Jeanine se afastou e o olhou- Por que você estava chorando?

-Ah...- Draco esfregou os olhos e deu de ombros. Mas, sentindo o peso do olhar da mais nova, suspirou.

-Draco?

-É que você me chamou de boboca, Nine- Os olhos do menino voltaram a se encher de lágrimas- Doeu! E eu... eu achei que você não iria querer ser minha irmã mais.

Jeanine arregalou os olhos. 

-Ai caramba, Draco! Achei que já soubesse que não importa o quanto brigue com você, sempre seremos irmãos!

Draco sorriu e abraçou a prima. As duas crianças se enrolaram nas cobertas da cama de Jean, enquanto Draco contava que não havia gostado de brincar com Pansy. Que Blaise era legal, embora não tivesse achado nada legal a forma como ele cumprimentara Jeanine.

-Vega?- Draco, no escuro, chamou a prima quando sua curiosidade aumentou.

-O que?

-O que é muiteza?- Jean riu e, acendendo a luz do abajur, puxou seu livro novinho em folha e sentou apoiada na cama.

-Posso ler para você?- Draco concordou e, desse modo, os primos/irmãos passaram parte da noite. Em algum momento, pegaram no sono, com Jeanine apoiada no ombro de Draco, que segurava a mão da prima. Narcisa, que entrara no quarto para ver se Jeanine se sentia melhor, sorriu com a cena e, aproveitando o momento, tirou uma foto que, ao se mover, mostrava Draco apertando mais a mão de Jean, que se aconchegava mais ao primo.

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Dois capítulos e a primeira parte acaba!!!!

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