Sweet Creature

By _ales28

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Existem histรณrias do passado que poucos sabem e os que sabem, tem acesso a meias verdades. ร‰ o que Jeanine Le... More

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Olรก, risos!
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By _ales28


1986- Em uma Confeitaria Trouxa de Londres

Jeanine Lestrange, Ninfadora e Ted Tonks estavam na Londres trouxa a quase quatro horas, vagando pelas ruas que faziam as meninas sorrirem contentes.

Era 27 de maio e, em algumas horas, Jeanine faria seis anos. Com a ajuda da prima, de um sorrisinho bonito e olhos brilhando, havia convencido Ted a levá-las para a parte trouxa da cidade, como presente de aniversário.

Jean queria muito conhecer de perto a cidade que tanto ouvia seu tio falar. Ruas cheias de pessoas que não usavam magia e, a maioria, que nem sabia da existência de tal. Todos alheios aos cabelos de Dora, que havia se mantido em um tom de amarelo por conta da alegria que a cercava. Jean, que estava agarrada a mão do tio, não conseguia entender como um lugar sem magia podia ser tão mágico.

Enquanto as meninas admiravam tudo, Ted Tonks só conseguia pensar nas milhares de formas que poderia ser morto nas mãos da esposa e do padrinho de Jean. Ele havia ficado responsável pelas meninas enquanto Andrômeda ia ao Beco diagonal comprar alguns ingredientes para suas receitas e um presente para a sobrinha. Quando Dora e Jean apareceram em sua frente, interrompendo sua leitura do jornal que comemorava a calmaria dos últimos anos no mundo bruxo, Ted tentou dizer não às meninas.

-Mas papai, vai ser divertido!- Dora havia dito, antes de se escorar na mesinha de centro e derrubar alguns livros que estavam ali.

-Tio Ted, é meu aniversário! Por favorzinho!- Ted tinha medo do que Jean faria quando chegasse em Hogwarts porque, por Merlin, a menina tinha uma lábia muito boa, além de ser dotada de uma carinha de anjo que lhe concedia muitas vantagens. 

-Seu pai- havia dito Ted, enquanto encarava a menina menor- e sua mãe, que é minha esposa, vão me matar!

O homem tinha certeza daquilo.

-Mas que mal tem, não é mesmo?

E, desse modo, depois de colocar roupas confortáveis e comuns nas meninas, saíram para a Londres trouxa. Agora, parados dentro de uma confeitaria muito bonita, esperavam seus pedidos para poderem voltar para casa. Quando a senhora baixinha e de óculos apareceu carregando três caixas de torta, alguns pacotes com pães e bolinhos de cenoura, além de uma embalagem enorme com doces de chocolate, Ted pagou por tudo e saiu com as meninas.

-Tio Ted?- Jean o chamara, enquanto caminhava. Os vários pacotes haviam sido, cuidadosamente, diminuídos e eram carregados dentro de uma sacola apenas. Dora, como sempre avoada, prestava atenção nos pássaros ali perto, pensando em como poderia transformar seu nariz em um dos bicos.

-Tudo bem, Jean?- Ted encarou a menor, que sorriu. Jean gostava do tio e sempre se sentia bem perto dele. Diferente de Lucius, Ted Tonks se preocupava com o bem estar e felicidade da família. Durante todo o tempo em que convivia com o homem, nunca o havia visto levantar a mão contra a filha ou ser grosseiro com a esposa. O lufano era gentil, educado, respeitoso com todos. Sempre que Severus participava das visitas a casa dos Tonks, se envolvia em uma conversa com o tio da pequena, sem ter de forçar a nada. 

Jean era pequena, mas sabia que amava Ted Tonks, sabia que ele era seu tio preferido e que poderia contar com ele qualquer que fosse o momento.

-Foi um dia muito legal!- Jeanine sorriu mais- Não precisa se preocupar com o papai ou a tia Andy, eu protejo você deles.

Ted gargalhou, sem se importar com a atenção das pessoas que passavam. Jean e Dora se juntaram a ele apenas pela sensação boa que o homem passava a elas.

-Obrigada, querida!

Quando chegaram em casa, Andrômeda estava no sofá, bebendo seu chá e encarava o marido séria. Antes que o mesmo pudesse dizer qualquer coisa, Jeanine se adiantou e abraçou a tia, contando animada como havia sido seu dia e como tio Ted havia sido incrível. Então, com a ajuda do mais velho, entregou para a mulher a torta de mirtilo, que todos na casa sabiam ser a preferida de Andy.

A mulher sorriu e beijou as testas das meninas, depois deu um selinho no marido, gerando caretas nas menores. Ela conversaria sobre o assunto com o homem mais tarde, porque naquele momento, ela estava feliz. Ver o sorriso no rosto das duas crianças que ela mais amava lhe enchia o coração.

Para Andrômeda, eram claras as semelhanças físicas da sobrinha com a irmã presa, mas a personalidade encantadora era o completo oposto. Andy ficava feliz por poder ver que, aos olhos de Jeanine, o mundo era muito diferente do que Bellatrix via. E se sentia mais feliz ainda em saber que parte disso tinha dedo seu.

No dia seguinte, Jeanine acordou com Ninfadora a abraçando e cantando um parabéns desafinado.

-Seis anos, prima!- Dora tirou a menor da cama com ela em suas costas e desceu as escadas sem dar tempo de Jean trocar o pijama de pandas que usava. Na sala, Jean teve uma surpresa e tanto. Andrômeda segurava um bolo, sorrindo com lágrimas quase imperceptíveis nos olhos sempre calorosos. Ao seu lado, Ted não conseguia se segurar, estava contente com a felicidade da esposa.  Toda a emoção de Andrômeda Tonks se devia a presença de duas pessoas que ela pensou que nunca poderia ver.  Do outro lado da sala, em um de seus vestidos chiques e com os cabelos em cachos perfeitos, com um sorriso pintado nos lábios, estava Narcisa Malfoy, que batia palmas também contendo as lágrimas. De pé, ao lado da mulher, o pequeno Draco Malfoy sorria para a prima.

Atrás de todos, Jean encontrou o padrinho, que lhe deu um sorriso cúmplice. Ele havia dado a ela o presente que havia pedido no ano anterior.

-Papai? Sabe o que eu quero de presente de aniversário?- Severus havia sorrido para a menor, enquanto passava os ovos para o prato dela com torradas.

-Achei que você tivesse escolhido o gato de pelúcia. Disse que não ia pedir mais nada, mocinha.- Na verdade, Severus daria a menina tudo o que ela pedisse.

-Mas pode ser para o ano que vem, papai!- Jean se aproximou do homem e sorriu- Eu queria fazer seis anos com a minha família.

Severus havia entendi muito bem o que a menina queria dizer. Sua família. Os primos, que ela tanto amava, Draco e Dora, que lhe ensinavam coisas novas e a faziam rir. Suas tias, que ela tinha como mães, que cuidavam da pequena desde que ela se lembrava. Seu tio Ted, que ela sempre levava para o meio das travessuras e, é claro, o pai que ela havia acolhido em seu coração.

Lucius não era bem vindo.

Depois que todo o desconforto passou, a festa de aniversário que se seguiu na casa dos Tonks se tornou, por muitos anos, a que Jean mais havia amado. Draco, sem a influência sombria do pai, ria contente com as transformações de Ninfadora. Andrômeda e Narcisa conversavam sobre trivialidades, mas não havia como negar que qualquer palavra dita, saia com muito amor. 

-Foi difícil?- Ted, que estava mais afastado dos outros, com Severus, perguntou ao pocionista.

-Jean torna tudo mais fácil.- Ted concordou.

Quando a noite chegou, Narcisa e Draco se despediram de todos com abraços calorosos.

-Nine?- O menino havia chamado antes de partir e, em um sussurro, contou a prima- Acho que você estava certa.

Jean sorriu e abraçou o primo.

-Eles são mesmo muito legais, Nine!- Então abraçou a prima outra vez e sorriu- Até logo, Vega!

-Até logo, Dragão.

Essa era outra das coisas que apenas os dois compartilhavam. Draco era o único que chamava Jeanine pelo segundo nome. Vega e Nine. Enquanto a menina, que sabia de onde o nome do primo vinha, o chamava carinhosamente de Dragão.

Quando chegou à rua da Fiação, Jean sorriu para o padrinho. Antes de subir para se trocar, correu em direção ao mesmo e o abraçou o mais forte que conseguiu.

-Eu amo você, papai! Amo muito! Você é demais!- Severus sorriu, sentindo seu coração transbordar de amor por aquela menininha. Sua menininha.

-Também amo você, filha. Você é extraordinária!- A menina sorriu mais ainda.

-Você pode contar a história do lírio, papai? O dia seria mais do que perfeito com essa história.

Severus não tinha como negar o pedido da menina então, depois de Jean trocar de roupa e se enroscar nas cobertas, com seu Dragão, Severus contou lhe a história de um lírio, uma flor muito bonita, que sempre tinha luz.

-Haviam trovões e raios, chuvas horríveis. Tempestades impetuosas- O pocionista contou- Mas o lírio permanecia firme ali. Você sabe por quê, Jean?

-Porque a luz do lírio vinha de dentro dele.

Severus concordou, fez um carinho nos cabelos da menor e sorriu.

-Ele tinha a luz dentro de si. Um dia, a pior tempestade de todos aconteceu. O vento era muito forte e o lírio se desfez.- Severus sentiu a garganta arranhar e a dor surgir.

-Ele se foi- Jean continuou a história, de olhos fechados- E apenas seu perfume ficou como lembrança.

Jean abriu os olhos e sentou na cama, chamando a atenção do homem, que tinha os olhos baixos e havia se perdido nas próprias memórias.

-Sabe, papai. Acho que não foi isso que aconteceu- Jean limpou uma lágrima solitária que havia escorrido pela bochecha do pocionista sem que o mesmo percebesse. A dor de perder Lily ainda atormentava Severus, mesmo depois de anos e, para poder manter viva toda sua essência, ele havia criado a história do lírio e a contava para Jean. Mas o mestre de poções não conseguia entender o que a menina queria dizer, afinal, sua Lily havia se ido. Apenas algumas lembranças restavam- Ela tinha muita luz, papai. Acho que o perfume dela ficou, assim como a luz. Não acho que ela possa ter sumido assim.

Severus fungou e inclinou a cabeça em direção a mão da menina, que permanecia em sua bochecha.

-Então, como você quer terminar a história?- Jean mordeu os lábios e ficou séria, muito concentrada. 

-A tempestade veio e a a flor se despetalozou- Severus sorriu com a palavra inventada pela menina, mas não ousou corrigi-la- O perfume dela ficou, porque ela era muito cheirosa. E a luz que ela tinha... a gente ainda pode ver, papai. As vezes, fica difícil, mas a luz ainda está ali, em algum lugar. Como... como quando fazemos uma poção.

Severus ergue a sobrancelha para a menor, curioso com a comparação.

-Nós colocamos os ingredientes e eles mudam de forma e cor, mas ainda estão ali. A luz dela mudou de forma ou de cor, mas ainda é luz e ainda está ali. Talvez, papai, a gente só precise ver de outro lado.

Severus não queria estragar a noite da menina que havia acabado de ter um de seus melhores aniversários, mas as lágrimas não se mantiveram guardadas, transbordando dos olhos do homem. Jean sorriu e abraçou ele, fazendo carinho com sua pequenas mãos.

-Tudo bem, papai. Tia Andy diz que a gente precisa chorar as vezes. Ela diz que ajuda a passar.

Ninguém que conhecia Jean , ou a conheceria no futuro, conseguia entender de onde a sensibilidade que a menina tinha havia surgido. Mas estava ali. Jean sabia o que dizer, mesmo sendo tão pequena. Sabia como consolar.

-Gosto mais da sua história, estrelinha. O que acha de contarmos ela assim a partir de agora?- Severus, ainda com os olhos vermelhos sorriu para a menina, que concordou.

Quando Jean, enfim dormiu, Severus ficou alguns minutos a olhando, sem conseguir encontrar palavras para agradecer a sua menina por tanto. E ele conseguia, percebeu enquanto olhava a menina, encontrar a luz que havia deixado de ver após a morte de Lily.

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Seis aninhos da Jean!!!!

Esse capítulo foi curtinho e bem soft, para mostrar a importância que a Jean dá para a família.

Espero que tenham gostado.

Votem e comentem!

Nox!


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