Sweet Creature

By _ales28

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Existem histรณrias do passado que poucos sabem e os que sabem, tem acesso a meias verdades. ร‰ o que Jeanine Le... More

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Olรก, risos!
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By _ales28

1981- Rua da Fiação

A Chegada de Jeanine

Narcisa Malfoy, que estava sentada em uma das poltronas da casa de Severus Snape, embalava uma criança nos braços, enquanto a outra que estava um pouco sentada, segurava firme a mão do bebê que resmungava.

Draco Malfoy, o herdeiro da família de cabelos tão loiros que chegavam a ser brancos, choramingava sem motivo aparente, mas o fato era que o garotinho de um ano e meio estava desconfortável por não poder estar brincando com os cabelos ralos de sua prima, que estavam escondidos por uma touca branca. Jeanine que, mesmo muito pequena, compreendia o desconforto do mais velho, segurava com suas mãos gordinhas e pálidas as mãos do garoto.

- Segundo a lei, você é o responsável por ela, embora eu compartilhe o sangue. Sendo assim, deve ficar com ela, Severus...- Severus Snape, jovem pocionista que havia completado a pouco tempo seus 21 anos, encarava a bebê sem demonstrar emoções. Ele era, assim como a Malfoy havia dito, padrinho da menina, escolhida por sua mãe e, sendo assim, agora que a mesma estava presa junto do marido por conta de seus atos cruéis, ele era o responsável pela menina.

- Muito bem!

Foram as únicas palavras ditas pelo homem, que se adiantou e segurou a criança nos braços. Para a surpresa de ambos os adultos presentes, Jeanine se aninhou no colo de Snape, como se pertencesse aquele lugar e entrou em um sono tranquilo sem precisar de esforços.

- Ela é muito calma. Dorme e come muito bem, além de parecer compreender tudo o que falamos. Vão se dar bem...- antes que pudesse continuar, Narcisa teve de segurar o filho mais forte, pois o mesmo havia se impulsionando em direção a prima, prestes a chorar- E espero que não se importe se Draco vier visitá-la as vezes.

Snape se importava, visto que não gostava de visitas e preferia a própria companhia do que qualquer coisa. Mas Jeanine e Draco haviam estado juntos desde que as mães engravidaram, seria crueldade demais, até mesmo para o homem, separar os primos.

Naquela mesma noite, depois de Narcisa se despedir com a promessa de ir aos finais de semana saber como tudo estava, Severus subiu para seu quarto ainda com a menina nos braços. Deitou a em sua cama e a encarou. Ele não sabia o que fazer, por onde começar. O homem ainda estava quebrado após encontrar a mulher que tanto amava, assim como o homem com quem ela havia se casado e tido um filho, morta. Por dentro, o pocionista estava um caos e, agora, uma criança era sua responsabilidade. Jeanine era sua responsabilidade. Teria de criá-la, educá-la.

Ele não sabia como.

1984- Rua da Fiação

J.V.

Severus Snape já havia procurado em todo os cômodos possíveis, em seu quarto, banheiro, cozinha, na sala (até mesmo debaixo dos móveis) mas sua filha havia sumido. Como, por Merlin, um homem adulto de 24 anos havia perdido uma menina de quatro?

É claro, havia um motivo muito plausível para o descuido do jovem professor. Lecionar em Hogwarts como professor de poções era algo que Severus realmente gostava, mas era cansativo. Centenas de trabalhos para corrigir, poções para revisar, alunos para cuidar ( ele havia sido eleito o diretor de uma das casas da escola, Sonserina, a mesma a qual havia pertencido) e, no final do dia, voltar para casa e garantir que a pequena Jeanine estivesse bem. Durante o dia, enquanto trabalhava, a menina ficava com a tia e o primo na mansão Malfoy. Draco e a menina tinham uma ligação realmente curiosa, que os tornava quase irmãos, além do carinho que a pequena Lestrange nutria pela tia.

- Jean? Jean, preciso que você apareça para o banho, senão não vou poder levá-la para ver Andrômeda. É sábado, você disse que q...- O pocionista se interrompeu quando entrou no único cômodo que não havia procurado, já que sempre estava fechado a chave. A sua sala de poções. Vários frascos etiquetados, três caldeirões, ervas e muitos outros utensílios para as poções que eram preparadas ali. No meio de tudo, mexendo com algumas folhas e as amassando em uma vasilha, estava Jeanine, concentrada. Os cabelos escuros, percebeu seu padrinho, haviam crescido e, como sempre, estavam presos em um rabo de cavalo desajeitado. Seu vestido lilás estava debaixo de um avental preto grande demais para a menina. O homem ficou observando a afilhada, com um sorriso discreto, impressionado com a concentração da pequena de apenas quatro anos.

- Você deve usar a ponta dos dedos para essa. - A menina ergueu os olhos do que fazia, observando Severus. Para a maioria, eles eram padrinho e afilhada, mas a menina nunca havia conseguido chamá-lo de padrinho. Desde o momento em que começou a chamar pelo homem, chamava o de pai e, com o tempo, o homem atendeu e começou a chamá-la de filha sem nem perceber.- Se usar os dedos, as pétalas vão esfarelar, se tornar pó, o que facilita a mistura.

Jeanine concordou, enquanto fazia o que havia sido dito. Mesmo sem compartilharem nenhum laço sanguíneo, os dois eram muito parecidos. Severus era reservado, um amante da própria companhia e do silêncio. Jeanine era a tranquilidade em forma de criança, mesmo pregando algumas peças no mais velho, o obedecia e respeitava e, para uma criança de apenas quatro anos, era muito inteligente. 

No silêncio da sala de poções, Severus e Jean terminaram de misturar as ervas para, então, a menina ser pega no colo e levada para o banheiro, onde uma banheira havia sido preparada.

- Onde aprendeu a fazer aquilo?

Brincando com as bolhas que o shampoo fazia, a menina encarou Severus, que estava concentrado tirando os nós dos cabelos escuros da criança.

- O papai fez, eu copiei.

A dicção da criança era boa, embora seu vocabulário fosse um pouco reduzido. Suas palavras evoluíam junto das do primo, pois o que um aprendia, ensinava ao outro. O laço dos dois era realmente muito forte.

- Titio faz, Draco copia.- a menina repetiu, fazendo Severus assentir, sabendo que Draco copiava mesmo tudo o que Lucius fizesse.

- Quer ir ver sua tia Andrômeda?

Os olhos da criança brilharam. Embora Lucius, o marido de Narcisa não deixasse que Draco gostasse, ouvisse falar e, muito menos, visitasse a irmã mais velha de sua mulher, Severus não se opunha. Acreditava que era importante ter uma figura materna e que ensinassem bons valores para sua garotinha. Narcisa era um ótimo exemplo de mãe, mas mimava muito o filho, enquanto Andrômeda era um pouco mais contida. Jean amava ambas e nutria um tipo diferente de carinho por cada.

- Dora?- a menina perguntou pela prima mais velha. Ninfadora era filha de Andrômeda Tonks, outrora Black, e Teddy Tonks. E se tratava de uma metamorfomaga que cursava o primeiro ano em Hogwarts.

- Dora.

Desse modo, a menina teve sua roupa trocada, os cabelos penteados e secos, depois trançados (Severus havia aprendido muito durante quatro anos) e rumou pela lareira com o pai/padrinho para a casa dos Tonks, onde Andrômeda a esperava com um prato de biscoitos e um sorriso acolhedor.

- Tia Andy!- Foi a primeira coisa que Jean disse, antes de se jogar nos braços da tia tão querida. Com um beijo e abraço, se despediu de Severus, que voltou para a casa em seguida.

Naquela tarde, Severus teve a casa apenas para si, já que a menina não desgrudaria da prima mais velha por um tempo ou até que ela tivesse de embarcar no trem e ir para a escola.

Enquanto saia do banheiro em direção ao quarto que dividia com a menina encarou os desenhos pendurados e fotos que se moviam sem parar. Em todas, Jeanine sorria contente. Uma delas, a primeira que havia sido tirada depois de sua chegada na casa do padrinho. Os cabelos ralos da menina estavam com pequenas presilhas em tons de verde que combinavam com o cobertor que a embrulhava. Jean ressonava no colo de Severus, que a embalava despreocupado. Conforme passava pelos quadros, notou o crescimento da menina . No último, tirado no aniversário de quatro anos de Jean, poucos meses antes, a garota tinha os cabelos soltos, um blusão azul por dentro de uma saia preta ( Narcisa havia lhe dado a saia, mas a menina só a usará uma vez) e botas. Ela se agarrava firmemente ao pescoço de Severus, fazia uma careta e beijava a bochecha do padrinho que tinha um sorriso brincando nós lábios.

A pequena Jeanine havia crescido.

Então, olhando para uma das portas do corredor, Severus decidiu que era hora de outro passo no desenvolvimento da afilhada. Quando buscou Jean no final da tarde, não levou a para o quarto que compartilhavam, mas parou em frente a uma porta preta com as iniciais J. V.

- Você cresceu bastante, Jean. É hora de ter seu próprio quarto.

A menina sorriu e, acompanhada do padrinho, entrou no quarto. Suas paredes brancas eram adornadas por pisca-piscas como o que os trouxas usavam no Natal, mas haviam sido enfeitiçados para mudar de cor conforme a escolha da menina. Uma cama no centro de tudo, grande o suficiente, um armário que já continha suas roupas e as paredes cheias de livros de contos trouxas e bruxos que, mesmo que a menina não conseguisse ler ainda, seriam decorados em breve por sua mente curiosa com a ajuda do mais velho.

Naquela noite, quando Severus deu um beijo na testa da menina e a acomodou na cama, ambos estavam felizes por estarem juntos.

1986- Rua da Fiação

J.V.S.

Severus e Jean estavam na sala de poções. Enquanto o mais velho misturava os ingredientes para uma poção para dores de cabeça, a menina cortava e amassava os ingredientes em recipientes especiais. No meio do processo ouviram a campainha tocar e, pedindo que a pequena ficasse na sala, Severus limpou as mãos e foi atender a porta.

- Boa tarde, Severus. Como vai?- na porta estavam Albus Dumbledore e Minerva McGonagall, diretor e vice-diretora de Hogwarts.

- Albus, Minerva. Entrem!- E, assim, os convidados o fizeram. Depois de servir uma xícara de chá para ambos, sentou na poltrona em frente às visitas que compartilhavam um sofá.- Qual o motivo da visita?

- Veja bem, Severus, estamos aqui porque a pequena senhorita Lestrange já é grande o suficiente para entender algumas coisas importantes.

Começou o diretor de barba grande e branca e óculos de meia lua.

- O que Albus quer dizer, Severus, é que...- mas a professora não continuou pois, aparecendo de um dos corredores da casa, vinha Jeanine com as mãos erguidas como se caminhasse no escuro e os olhos serrados.

- Papai? Papai acho que alguns ingredientes voaram nos meus olhos. Está coçando, papai.

Ignorando as vistas, o não tão jovem rapaz, caminhou até a menina pegando-a no colo e levando para a poltrona. Conjurou uma vasilha com água e um lenço e limpou os olhos da menor. Depois, pedindo para que os abrisse, soprou os e massageou.

- Está vermelho, mas não foi nenhum ingrediente, Jean. Deve ter sido um cisco. Ainda coça?

A menina piscou algumas vezes e então, negando com a cabeça, sorriu.

- Você é demais, papai.

Surpreendendo Minerva, o pocionista sorriu para a menina.

- Vá lavar as mãos para dar oi para as visitas.

- Sim, senhor- e saindo calmamente da sala, Jean levou o aroma de ervas e lavanda.

- Ela me ajuda com as poções, é muito inteligente para a pouca idade- Albus sorriu para o professor, enquanto Minerva olhava admirada para o ex-aluno. A mulher lembrava muito bem do garoto retraído e desconfiado.

- O que ela sabe sobre os pais?- fora Dumbledore quem perguntou.

- Pouca coisa. Eu achei melhor esperar para contar tudo, ela ainda é pequena demais para saber tanto sobre as trevas.

Antes que a conversa se estendesse, Jean apareceu sorridente. Minerva novamente se surpreendeu ao ver o que a menina usava. Diferente do que estava acostumada com o professor que estava sempre de  vestes pretas e sociais, Jean tinha uma calça de pijama verde clara cheia de coelhos brancos desenhados e um suéter que parecia grande demais para a menina, embora pequeno o suficiente para ser de alguém pouco mais velho. Na verdade, o suéter era de Draco, que havia lhe emprestado em uma das festas de pijama na Mansão Malfoy.

-Oi!- A menina sorriu para ambos os adultos e estendeu a mão, que foi apertada por Minerva e Dumbledore.

-É um prazer conhecer você, querida. Eu sou a professora Minerva McGonagall.

-É muito legal conhecer a senhora, professora Minevra- Severus sorriu, segurando o ombro da menor.

-Ela ainda tem um pouco de dificuldade com algumas palavras- explicou o homem.

-Pode me chamar de tia Minnie, querida!- Minerva recebeu um sorriso luminoso em resposta.

-Eu sou a Jeanine, mas pode me chamar de Jean!

Dumbledore estendeu a mão para a menina que a apertou sorrindo também.

-O senhor me lembra alguém que eu vi em uma figurinha de sapos de chocolate que o papai comprou para mim- Minerva sorriu com a delicadeza e inocência das palavras da menor. Enquanto Dumbledore contava a menina que tinha certeza de que já havia visto essa mesma figurinha.

-Querida, que tal ir terminar de arrumar seus livros enquanto converso com as visitas?-Severus pediu, tocando o ombro da menor.

-Ah, não será necessário, Severus. Acredito que seria de grande valia se a pequena Jeanine estivesse presente para nossa conversa.- Sendo assim, Jean sentou no pequeno espaço que havia sobrado na poltrona em que o padrinho se encontrava, olhando com curiosidade para as visitas- Severus, sabe que, infelizmente, o sobrenome que sua afilhada carrega não é muito bem visto no mundo bruxo em geral.

Isso era um fato que, até mesmo a pequena Lestrange sabia. Severus não havia contado detalhadamente todos os acontecimentos que regiam o sobrenome da menina, mas havia lhe dito que os pais biológicos estavam presos em um lugar muito longe, porque havia sido pessoas cruéis e, por isso, ela teria que lidar com olhares e comentários desagradáveis, mesmo que a menina não houvesse feito nada de errado. O professor concordou, pedindo que Dumbledore prosseguisse enquanto acariciava os cabelos escuros da menina.

-Sendo assim, Minerva e eu pensamos que poderia ser mais seguro para Jeanine se todos acreditassem que ela é sua filha. Em breve ela terá de ir para Hogwarts e, usando seu sobrenome, tudo seria mais seguro para ela. Claro, apenas se ambos estiverem de acordo.

Severus não podia negar que se tratava de uma proposta muito boa. Manter Jean protegida dos olhares e comentários sobre algo que não era sua responsabilidade, além disso, não seria nenhum sacrifício fingir ser o pai da menina, visto que ambos se tratavam com esse carinho.

-Jean, o que você acha?- Jeanine encarou o pai e pensou, assim como ele, no carinho que nutriam um pelo outro. A forma como, desde sempre, não conseguia vê-lo de um modo que não fosse seu pai.

-Eu gostaria de ser sua filha no nome também, papai. O que você acha?- Severus sorriu para a criança.

-Eu adoraria-  Albus e Minerva não puderam conter os olhares de admiração com a relação de ambos a sua frente e um suspiro de alívio foi dado pela professora.

-Muito bem, então, a partir de agora, a senhorita é Jeanine Vega Snape- Minerva disse, depois que Severus assinou um papel que o diretor lhe havia entregue- E, você, Severus, é o pai dela.

Depois que os bruxos se despediram no ex e da futura aluna, Severus arrumou a menina para o banho e a pôs para dormir.

-Papai?

-Sim?- A menina segurou a mão do maior e sorriu.

-Mesmo quando eu não tinha o seu nome, eu era sua filha, não era?

-Você sempre foi e sempre será minha filha, Jean.- Se aproximando da menina e depositando um beijo carinhoso em sua testa, Severus sussurrou- Eu amo você, minha estrela.

-Também amo você, papai.

Era fato, Severus Snape ainda sofria pela perda da mulher que um dia amara e ainda amaria até depois da morte, mas ter Jeanine ao seu lado, seus sorrisos e risadas, acompanhar de perto suas descobertas e poder ouvir sua voz dizer que amava era como um bote salva vidas em meio ao oceano turbulento. E Severus Snape amava a menininha.

Bem vindo a Sweet Creature!!!!!!!

Me digam o que acharam dessa pequena introdução a alguns pontos da vida da Jeanine e do Severus!

A primeira parte da história vai ser para apresentar a chegada dela e o relacionamento inicial, toda a parte do Sev se adaptando a ela e a relação que a Jean tem com os outros membros da família.

O que acharam?

Votem e comentem!

O próximo capítulo e primeiro só sai depois do último capítulo de B&M e, para quem não conhece minha outra fic, entra no meu perfil e vem conhecer a Lynx de Black & Malfoy!

Espero que tenham gostado!

Nox!

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