Capítulo 7

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Judy

Três dias se passaram, Rowlan não falava direito comigo.
Eu e Alan estávamos no mercado de novo, dessa vez em outra rua, ainda não tínhamos achado meu irmão ou irmã.

Estávamos andando há um tempo, conversávamos até uma garotinha me abordar na rua.
— Oi – diz ela animada.
— Olá.
— Você é muito bonita.
Eu rio.
— Obrigada. Qual o seu nome ?
— Diha.

Diha era lind, tinha cabelos castanho-avermelhados, olhos castanho mel e pele branca.
— Diha, onde estão seus pais ? – pergunto preocupada.
— Eu não sei. Eu queria te conhecer, mas elas não deixaram, então eu saí correndo e vim te ver.

Ela parece ser bem sapeca.
— Seus pais devem estar preocupados.–diz Alan.
— Vocês pareciam tão legais.
— Tem que tomar cuidado, nem tudo é o que parece.

Ela olha para mim como só uma criança pode.
— Você está procurando alguém não é ?
Pega de surpresa respondo:
— Phyn, conhece ?
Ela me olha sorridente.
— Conheço, Tefhy é meu amigo.

Percebo o que ela disse, Tefhy, um rapaz.
— Primeiro, vamos encontrar seus pais.– diz Alan – Depois você nos leva até Phyn e Tefhy. Tudo bem ?
Ela afirma com a cabeça.
— Onde os viu pela última vez ?
— Perto da alfaiataria.

Ela nos arrasta para o lugar e olhamos em volta.
Perguntamos para os donos do lugar e eles não sabem ou viram alguém procurando por ela.

Ficamos esperando, uma hora depois ouvimos alguém chamar o nome de Diha.
Olhamos e podemos ver duas mulheres vindo em nossa direção.
As duas se abaixam e começam a dizer o quanto estavam preocupadas.

— Olá – disse Alan – podem nos ajudar ?
As duas olharam para cima e levantaram.
— Alteza – dizem se curvando.
— Levantem, por favor.
Eu rio.

— O que precisam ? – pergunta a mais alta, com cabelos escuros, olhos esverdeados e a pele negra.
— Eles querem ver a Phyn – diz Diha animada no colo da outra mulher, por sua vez com pele clara, mas cabelos pretos e olhos cinzentos e severos.
Elas trocam olhares e se viram para nós.
— Perdão pela intromissão, sabemos que não é da nossa conta, mas... Que precisam dela ? – pergunta a mais alta.
— Eu sou uma antiga amiga dela, ela vai me reconhecer assim que me vir.

Ainda hesitantes elas nos guiam durante alguns minutos.
Viramos uma esquina e na minha mente, algo começa a clarear.
Viramos mais uma esquina e minha mente reconhece o caminho.
Começo a correr.
— Judy ! Espere ! – consigo ouvir Alan dizer.
— É por aqui Alan ! Eu tenho certeza !

Chegando numa porta específica que me lembro muito bem, eu paro e tento recuperar o fôlego apoiando as mãos nos joelhos.
Eles me alcançam e as mulheres batem à porta.
Ouvimos alguém gritar algo como : " Estou indo ".
E esperamos.

Enquanto isso as mulheres que caem em si, se apresentam.
— Perdão, nem nos apresentamos – diz a mais alta – Sou Khali.
A mais baixa olhou para nós dois e disse — Rezyn
Ela parecia ser mais reservada.

A porta se abre revelando uma mulher conhecida por mim, seu cabelo ruivo chama minha atenção, seus olhos azuis se concentram em Khali, suas sardas são como eu me lembrava.
Eu só não contava que eu seria mais alta que ela agora.

— Khali, Rezyn – abre um sorriso – estive esperando por vocês.
Ela fixa seus olhos em mim e perde o sorriso, ganhando uma expressão incrédula.
— Eu... Não acredito. Você voltou !
Ela me olha e volta a sorrir com os olhos marejados.
— Entrem ! Venham !

Ela nos leva para dentro e diz:
—Vou preparar algo para vocês.
— Phyn – chamo.
— Sim ?
— Ainda faz aquela torta deliciosa ?
Ela ri
— Acabou de sair do forno.
Se vira novamente.


— Phyn.– chamo novamente.
— Sim ?
— É bom estar de volta.
Ela sorri e vai até a base das escadas.
— Tefhy, filho, desça aqui por favor.
— Já vou.
Uma voz jovem, animada, não muito grossa.

Ela adentra na cozinha e consigo sentir um cheiro maravilhoso de torta de chocolate.
Um macho desce as escadas e Diha se levanta e corre em direção à ele.

Não havia dúvidas de que era meu irmão.
As únicas coisas que nos diferenciam são a altura, a cor dos olhos e o tom de pele que era mais claro que o meu.

Mas éramos muito parecidos, ele também tinha cabelos negros como os meus.
— Como você está, linda ? – diz dando um abraço apertado em Diha.
Ao virar os olhos azuis em minha direção, ele para , cheira o ar em busca do meu cheiro.

— Gatinha, é melhor descer.
Diha olha para ele e desce.
Abro um sorriso e estendo a mão.
— Olá irmãozinho. Sou Judy.
Ele olha para mim e fica estático, suas sardas parecendo um pouco mais chamativas.

— Mãe ? – diz sem tirar os olhos de mim.
— É verdade querido. Ela é sua irmã.
Ele chega mais perto e me dá um abraço, que não perco tempo e retribuo.
— Eu... sempre quis te conhecer.– diz baixinho.
Ele desfaz o abraço e me dá um sorriso.
— Eu ouvi tanto a seu respeito.

Entre mundos - primeiro volume - Triologia Entre MundosWhere stories live. Discover now