Capítulo 53

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Judy.

Dois meses depois, Tefhy e Alan fizeram o convite para que fôssemos ver o casamento deles.

Era até estranho que eles tenham decidido se casar tão rápido assim.

Aelin foi a pessoa que realizou o casamento deles.
Foi uma serimônia pequena.
Apenas vinte pessoas além das nossas famílias assistiu.

Rhor estava presente.
Tentei ao máximo evitar contato, mas quando Mikay veio me ver com Caius na festa, não pude deixar de falar com eles.

— Oi Judy. – diz ela animada.
— Olá pequena ! Olá Caius ! – usar o apelido que minha irmã usou comigo é bom, ela gosta.

Eu mantinha contato com ela, mandava bilhetes pela empregada da casa.
Caius aos poucos tem entrado em contato também, primeiro pedindo desculpas, depois perguntando algumas coisas.

— Olá irmã. – diz Caius.
— Como vocês estão ? Espero que a megera que chamam de mãe não tenham feito a cabeça de vocês.

Eles riem.
— O papai não deixa ela falar mal de você. – diz Caius.
— Ele contou a história do rito de sangue, mas disse que só você teria os detalhes. – Mikay me olha esperando que eu conte a história toda.

— Quem sabe eu não diga mais tarde, preciso cumprimentar os noivos.

Me afasto, indo em direção à Tefhy e Alan.
— Então ? Onde vão passar a lua de mel ?

Eles me olham e vem me abraçar.
—  Estávamos pensando em alugar uma propriedade em Velaris. – responde Alan.
— Em algum lugar que ninguém saiba onde é. – Complementa meu irmão.

Eles estão muito bonitos hoje.
Ambos vestindo ternos, Tefhy com um terno azul combinando com seus olhos, e Alan com um terno verde, que - além de combinar também com seus olhos - tem o tom da bandeira de Terrasen.

— Eu tenho o lugar perfeito para isso, só preciso falar com meus pais. Só um minuto. – saio em busca dos meus pais que não parecem estar em lugar algum.

Saio do salão em que estamos e vou em busca deles nos corredores.

Passo por algumas portas.
Depois de alguns passos, sinto mãos me puxarem pela cintura e pelo ombro para dentro de uma porta.

Olho para a pessoa e me deparo com Rowlan.
— Rowlan, podemos conversar depois, estou procurando meus pais.
— Sério ? Quando vamos poder ficar a sós.

Eu ri dele e me virei de costas tentando sair de seu aperto.
— Eu juro que logo.
Ele beijou meu pescoço tentando me convencer a ficar.
Gemi tentando afastá-lo.
Me viro para ele.

— Eu juro que venho logo.
Selo os nossos lábios e saio correndo agora mais apressada para encontrar meus pais.

Encontro os dois conversando com Rhyra.
Eles notam minha presença e param de falar.
— Posso voltar depois se quiserem. – digo apressada.
— Não, pode falar. – diz meu pai.

Olho para os três ainda hesitante.
— É sobre o chalé nas montanhas. Alan e Tefhy ainda não tem um lugar para aceitar a parceiria.
Acham que podemos ceder a eles ?

Eles me olham por um momento.
Meus pais conversando mentalmente.
— Avise que eles usarão por duas semanas apenas.
Aceno e saio correndo - com certa dificuldade por causa do vestido - em direção ao salão.

Encontro Alan e Tefhy conversando com Khali e Rezyn.
Eles olham para mim.
— Bom... podem usar um chalé que meus pais tem, fica numa montanha, longe de tudo e todos. Se quiserem-
— Claro que queremos. – diz Alan.

— Quanto tempo podemos ficar ?
— Duas semanas.

Eles se olham por um tempo e depois concordam.
— É o suficiente. – diz Tefhy.
— Bom, vou deixar vocês conversando. – digo já indo atrás de Rowlan.

Saio do salão.
Nas portas Rowlan me dá um susto.
Me contenho para não soltar um grito e chamar atenção.

Puxo ele para a cozinha.
Quando chegamos lhe dou um tapa no braço.
— Está maluco ? Quer me matar no casamento do meu irmão ?

Ele ri.
— Desculpe.
Mas agora responda: Por que não veio falar comigo antes ?

Olho para ele incrédula.
— Está falando sério ? Quase não tive tempo para respirar.
Estive ajudando Tefhy a organizar tudo e fiquei andando de um lado para o outro, quando eu poderia falar com você ?

— Hey ! Eu estava brincando ! Não precisa ficar assim. – fala apaziguador.
— Aprendeu a brincar agora ? – digo emburrada.

— O que está acontecendo ?
— Nada.
Ele fica um tempo em silêncio.
Posso sentir seu olhar em mim.
Ele me pega pela cintura e põe sentada em cima da mesa.

— Não posso ficar aqui, é falta de higiene.
— Fala o que está acontecendo. – ele estava irredutível, seu olhar era totalmente sério enquanto olhava para mim.
— Estive estressada por causa da festa, só isso.

Ele não parecia convencido.
— Tem certeza que era só isso ?
Eu rio dele.
— Tenho.
Ele me encara por alguns instantes, mas depois cede.
— Certo. Venha, vamos voltar para a festa.

Desço de cima da mesa e o puxo para mim.
— Teremos que esperar por muito mais tempo ? – pergunta para mim com ansiedade.

— Só um pouco. Eu juro.
— Tem feito muitos juramentos hoje.

Sorrio para ele.
— Já cumpri um, uma indicação de que cumprirei o outro.

Ele sorri.
Eu queria muito poder passar um tempo a mais com ele, mas era o dia dos nossos irmãos, então é melhor deixar que eles celebrem.

Mas um beijo não fará mal.
Roubo um beijo dele que me olhar surpreso.
— Terá que pagar pelo que roubou senhorita. – diz em tom de brincadeira.

— Ah é mesmo ?
— É sim.

— Terá que me capturar primeiro.

Começo a correr, com ele em meus calcanhares.
Depois de um tempo correndo, olho para trás e não o vejo.

Quando olho para frente esbarro com ele.
— Como fez isso ? – pergunto ainda atordoada.
— Você me ensinou a atravessar, estou usando a meu favor.

Começou a rir.
Não acredito que esqueci disso.
Me levanto.

Segurando minhas mãos para que eu não fuja ele diz:
— Tem que pagar agora.
— Você é muito difícil, Rowlan Galathynius.

— Preciso ser firme com você.

Nego em reprovação e envolvo seu pescoço com os braços.
— Vou fingir que não ouvi isso. – digo e ataco seus lábios.

É intrigante que sempre - não importa quantas vezes eu o beije -, sempre me fará sentir algo muito bom.
Os lábios dele são envolventes e exigentes e eu adoro isso nele.

Nunca vou me cansar do modo como ele me beija.
O beijo era calmo e lento.
Me deixando totalmente mergulhada na sensação de ter seus lábios nos meus.

Ao final do beijo ele deixa uma mordida em meu lábio inferior.
Ele me olha nos olhos e eu posso ter a certeza de que  sou amada por ele.
E posso dizer com certeza que ele vê a mesma coisa nos meus olhos.

Nada no mundo pode mudar isso.
Voltamos para o salão da festa e eu me pergunto o motivo de ainda não aceitar o laço da parceiria.

Rowlan.

Depois daquele breve contato, não nos falamos o resto da festa inteira.
O que me deixou sinceramente de mau humor.

Bilhetes não bastam.
Quero olhar nos olhos dela e ver ela olhando nos meus também.

Quero sentir seu cheiro por horas e horas.
Quero tocar em sua pele pelo resto da minha vida.
Se eu não puder ficar com ela por horas e horas, vou enlouquecer.

Mas infelizmente ela já estava indo para Velaris.
E mais uma vez eu não teria ela comigo.

Entre mundos - primeiro volume - Triologia Entre MundosWhere stories live. Discover now