Entre mundos - primeiro volume - Triologia Entre Mundos

Capítulo 57

Capítulo 57
Judy.

Em uma semana eu havia feito tudo o que era necessário para partir.

Mikay e Caius me visitariam uma vez por mês em Terrasen e eu voltaria para Velaris com a mesma frequência.

Neste momento eu me despedia de todos e esperava enquanto Dylan fazia o mesmo.

Tudo parece muito apressado e o tempo passa muito rápido, porém, em pouco tempo já estávamos eu e Dylan entrando no portal para Terrasen com nossas coisas.

Dylan parecia muito inquieto e ansioso com a nossa ida para a nova moradia de ambos.
Tanto eu quanto ele estaríamos indo para um lugar muito maior e com muito mais pessoas ao nosso redor.

Ao chegar, somos recebidos por Aelin.
— É bom vê-la novamente Judy. E que bom que desta vez é definitivo a sua estada aqui.
Rowlan ainda não chegou de onde quer que tenha se metido. Mas não se preocupe, ele não vai demorar, afinal, esteve tão ansioso que não conseguia parar um minuto sequer.

Em algumas horas, Dylan e eu havíamos arrumados todas as coisas que trouxemos conosco.

Eu sabia que para vir comigo Dylan devia ter tirado coragem de onde não tinha.

Ele devia estar muito assustado com a mudança súbita, então, resolvi passar na casa de Phyn para vê-la e comer alguma coisa com ela.
Encontrei Tefhy que também estava indo ver a mãe e juntos buscamos Dylan no quarto dele.

Ao chegarmos na casa nova em que Phyn havia se instalado pouco tempo atrás, pudemos ouvir Diha descendo as escadas enquanto chamava por Tefhy.

Quando chegou onde estávamos, pulou no colo do meu irmão como se o chão fosse desabar sem que ela pudesse falar com ele.

— Como está, gatinha ? – perguntou meu irmão.
Dylan ao ouvir aquilo, puxou minha mão.
— Não sou eu quem tem características de gato ?

A indagação me surpreende.
— Quem é ele ? – pergunta Diha ainda no colo de Tefhy.
— Ah, querida, esse é Dylan, vai morar comigo e com Rowlan.

Ela desce do colo do meu irmão.
Posso ver os olhinhos curiosos analisando Dylan.
— Você parece um gatinho.

Eu e Tefhy rimos com a fala dela.
Dylan está totalmente ruborizado, ele nunca devia ter ouvido algo desse tipo antes.

— O-obrigado.– diz ele meio incerto de como proceder.
— Diha, Phyn está em casa ? – pergunto a ela que me lança um sorriso e acena.
— Judy! Como está? – pergunta Phyn chegando na sala.

Passamos a tarde inteira conversando.
Dylan e Diha se deram muito bem, por mais que ele ficasse um pouco contrangido por Diha ser um pouco mais extrovertida do que ele estava acostumado.

Quando voltei para minha nova "casa" encontrei Rowlan me esperando.
Ele me recebeu com um beijo.

— Dylan, pode ir jantar. Logo depois se arrume para dormir. – ele acena e vai para dentro.
— Me desculpe por não estar aqui quando você chegou. – começa Rowlan. – eu queria te fazer uma surpresa.
— É mesmo ? Que surpresa ?

Ele sorri para mim e tira do bolso uma caixinha aveludada.
— Seus pais me contaram que você vendeu alguns vestidos e jóias por não querer trazer tanta coisa para cá.
Então eu comprei isso para começa a renovar sua caixa de jóias.
Depois renovamos seu guarda-roupas.

Eu apenas rio pelo jeito diferente de me dizer que vai me dar muitos presentes.
Pego a caixinha e abro.

O anel é muito lindo.
Não havia pedras nesse anel.
Era apenas feito de ouro rose.
Uma rosa no centro, uma rosa vermelha.
Era simples, mas eu havia amado o presente.

— É lindo Rowlan. Obrigada.

Entramos e comemos.
Agora mais três lugares à mesa com os mais novos membros da família: Tefhy, Dylan e eu.

Na hora de dormir, parecia ser algo bem comum para mim - tirando o fato de não estar no meu quarto - dormir com ele ao meu lado.

Eu penteava meu cabelo enquanto ele se vestia.
Olhei para ele pelo espelho.
— Parece estranho dormirmos juntos agora ? – pergunto me lembrando da primeira vez em que dormimos juntos.

Ele se aproxima.
— De maneira alguma.
Ele começa a distribuir beijos em meu pescoço.
Me viro para ele e capturo seus lábios com os meus.

Logo depois disso posso ouvir uma batida à porta.
Rowlan suspira frustrado.
— Quem é? – pergunta ele.
A porta se abre revelando o rosto de Dylan.
— Desculpe. – é a primeira coisa que ele fala.

Me levanto e vou em direção a ele.
Pode ser que algo tenha acontecido.

— O que aconteceu querido?
Ele olha para mim e diz:
— Não consigo dormir, esse castelo é muito grande eu fiquei com medo.

Eu tinha que agradecer a Rowlan por deixar o quarto dele perto do nosso.
— Venha comigo querido. – o seguro pela mão e o levo de volta para o quarto dele.
Rowlan nos segue.

— Não precisa se desculpar e nem ficar com medo.
Esse castelo é realmente muito grande, mas não se preocupe, estaremos sempre perto quando você precisar.

Coloco ele na cama e o cubro.
Me sento ao lado dele e começo a cantar.

Ele me olha com atenção até a metade da música onde os olhos dele começam a vacilar por causa do sono.

Depois que a música termina e ele já está dormindo, dou um beijo na testa dele e fico o observando um pouco mais.

— Vai levar um tempo até ele se acostumar, imagino. – comenta Rowlan baixinho.
— Imagino que sim. É muita coisa para ele assimilar.
Ele conheceu Diha hoje. E sabemos como ela pode ser surpreendente.

Ele ri junto comigo.
Se aproxima e faz um carinho no rosto de Dylan dormindo.

— Acho que ela pode ajudar ele em muitas questões.
— Eu também.

Ambos nos levantamos e saímos.
Do lado de fora do quarto, nos olhamos.
— Dá para acreditar que já somos pais sem nem ter muito tempo como casal.

Olho para ele.

Minha ficha cai aos poucos.

Somos pais.

Somos pais!

Minha mente ainda não consegue assimilar que meu sonho já está se realizando.

Caminhamos até nosso quarto e em um determinado momento ele para me fazendo parar também.

— Rowlan, o que foi ? – noto minha voz diferente.
— Está tudo bem ?
Percebo que estou chorando só depois da pergunta dele.
Aceno com a cabeça.
— Apenas dando conta de que minha imaginação estava certa.
Foi um momento mágico.

Ele olha para mim compreendendo o meu dizer.
— Dá para acreditar que já somos pais ? – pergunto ainda descrente.

Ele ri.
Entramos no quarto.
Nunca havia me lembrado de ter dormido tão bem na vida.

Oi oi gente.

Fotinha do anel que ele deu pra ela.