CAPÍTULO 25

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   RESPIRANDO ALIVIADA.

Noel me socorreu naquela quarta, ah estava fora do banheiro, mas ainda sem ar. Não sabia como pensar, aquela garota é bem mais ferina do que se pode imaginar, ela ataca com quem nem ao menos reage.

Penso nisto nesta quinta, enquanto amarro meu cadarço no meu tênis predileto.

Hoje o dia pede meu cabelo solto,  sem nada, livre, dividido ao meio, sem medo , que de certa forma arrendondou meu rosto.

Meu rímel e gloss, e então  desço as escadas, como  meu ceral de mel mergulhado no leite.
Beijo as bochechas dos meus pais, e sigo meu caminho.

Neste 6 de Novembro minha mãe acordou com preguiça de cozinhar, e com pressa para ler no celular projetos pendentes, já meu pai acordou animado por mais um contrato na gravadora do meu tio e sendo assim mas uma banda usando instrumentos da Jackson City.

Ando até o ônibus até que ouço  uma buzina, nem preciso olhar para imaginar quem é.

--- Bom dia Noel.

--- Bom dia jóia preciosa. --- Ele sorri.

--- Você sabe que não precisa ficar me buscando.--- Digo afivelando meu sinto de segurança.

--- Sei, mas mesmo  assim eu continuo, também sei que não dá pra eu ficar sem te levar pelo menos um dia.

--- Vamos sair hoje a noite.

--- Esmeralda , eu já te disse que eu te amo?

--- Sim, acho que sim.

--- Então você não tem certeza?

--- Bom..._ Ele para o carro assim como o sinal aponta.

--- Eu te amo._ Ele diz olhando para meus olhos.

Eu travo , nunca me imaginei fazendo isso. Tá, eu sei que todo mundo imagina, mas pra mim, achei que nunca viveria algo como estou vivendo o agora. Não consigo dizer O eu também, sinto muito Noel.

---Você fica muito romântico de manhã. --- Corto o clima.

--- Vou te contar onde vou te levar.

--- Que bom, você sabe que eu gosto de estar preparada para tudo.

--- Bom, é na parte sul,  em um apartamento arranha-ceu .

--- Que plano é esse Noel?_ Pergunto curiosa e um tanto assustada.

--- Tem um restaurante lá, muito bom.

--- Adivinho , muito chique e caro? Eu não gosto de coisas assim.

--- Não, não é nada disso . Lá serve comidas do Reino Unido, achei que ia ser divertido e... bom o chefe é um conhecido.

--- Ah, desculpa fui precipitada. Eu amei a ideia. Sério tô muito ansiosa.

--- Vamos comer muito hoje, comida resolve muito. E como você está após a discussão com Ashley?

--- Ah, tô respirando mais aliviada. E ela tem notícias?

--- Nenhuma, nada de mensagens, ligação , stories matinais, ela perdeu mais de 100 mil seguidores, ainda tem muitos mas... está desabando, ela deve estar muito mal,  a Ashley que eu conheci não  faria aquelas coisas.

--- Existem mil camadas dentro de nós, em situações diferentes , por isso não se pode confiar muito, ou desacreditar de mais._ Digo reflexiva, Noel olha somente para estrada , pensando, e depois diz.

--- Você é a dona  da razão.

E naquela quinta feira, muita pouca coisa mudou, acho que posso mesmo respirar aliviada.
Não há resquícios do que sofri ontem, não ainda.

As aulas foram boas e produtivas, tive um bom intervalo falei com meus amigos.
Foi tudo ok, aí percebi quem havia faltado, porquê eu realmente estou com preocupação em relação a Ashley.

A noite chegou, e junto com ela o horário do meu jantar com Noel.
Visto um vestido vermelho, como meu padrão mangas longas, e até o joelho, me sinto bonita, utilizo o mesmo penteado de hoje de manhã, e nos olhos tento esfumar algo simples.
Meus pais como sempre me elogiam, até se emocionam.

E finalmente Noel me leva até o restaurante, cantamos desafinadamente músicas ouvidas no rádio.

--- Você já viu algum integrante da família real? _ pergunto.

--- Não, nunca pensei muito nisso, mas sim eu vi somente  um guarda? Conta, tem muitos deles.

--- Tá, conta.

--- Sabe a vida que meus pais pensaram  pra mim quando pequeno? Que eu seria um diplomata formado em Oxford, ou um integrante do parlamento.

--- E o que você quer ser?

--- Eu mesmo, deixar a vida me esclarecer o que realmente eu gosto. Eu poderia abrir uma loja de chá e torta em Jackson, e se a gente se casar podemos administra-la juntos, ou sei lá.

--- Se a gente se casar._ penso na frase e sorrio, foi estranho e bom ao mesmo tempo.

--- Chegamos. _ Ele diz estacionando frente a realmente um arranha-ceu, subimos o elevador até o número 36.
Bem alto, não?

Entramos, o ambiente cheirava a canela, tinha lustres, coisas sofisticadas, era realmente como a Inglaterra , sentamos e  logo um garçom vem até nós:

--- O que desejam?_ Ele pergunta esclarecendo o menu.

--- Bom, primeiro dois jacket potato com queijo mussarela.

--- Ok, já irei servi-los._ O garçom sai e eu pergunto.

--- Hum, batata rechada?

--- Um dos meus pratos favoritos, comíamos em todo inverno.

--- Eu sei que vou gostar.

E eu realmente amei.

Veio mais um prato, este parecia uma sopa de ervilhas, outro de peixe empanado e mais um de sobremesa.

--- Tudo tava tão bom.

---  Você deve estar pensando que  a culinária da Inglaterra é muito boa.

--- Sim, claro.

--- Bom, é eu sinto falta disso. Esmeralda?

--- Oi?

--- Você iria ao Reino Unido comigo?

--- Só se a sobremesa for boa.

--- O próximo prato é  Apple pie.

--- Torta de maçã?

--- Uma fatia apenas e saberá a diferença, e claro tem alguns Scones para você provar. São pãezinhos, com creme leve de manteiga, geleia de frutas vermelhas e uvas passas.

--- Meu paladar é autêntico._ Justifico.

---  Por isso se dá  tão bem com comidas diferentes.

E ele  estava certo, caminhamos até  o carro de mãos dadas.

--- Se tivesse apenas um minuto para escolher em que pais viver, qual escolheria?_ Ele pergunta.

--- Meu verdadeiro lar, não se trata de um espaço territorial , se trata do que cultivo lá.  Meu verdadeiro lar é com minha família, meus amigos, com os momentos bons que vive no meu quarto. Mas por outro lado , um lar pode ser feito, precisa usar o mesmo alicerce , o amor. Se poder cultivar, as raízes boas te prenderam, mas você pode se soltar assim que tiver pronto.

--- Então, Esmeralda, meu verdadeiro lar é  aqui também.  Por só aqui pude estar com você, meu alicerce, meu amor._ Ele põe as duas mãos em meu rosto.

Meu coração sente algo, um impacto, e acho que eu posso, que devo.

---  Eu te amo, Noel.

O Raio ColoridoWhere stories live. Discover now