CAPÍTULO 60

53 7 122
                                    

DUPLA

_ Boa tarde. _ Dilan diz assim que abre a porta de sua casa e me vê.

Hoje é  7 de abril,  e precisamos começar a fazer o trabalho em dupla cuja a apresentação é daqui dois dias.
Então como meu" querido parceiro " não quis sair de casa, fui obrigada a vir na residência dos Jones .

_ Vamos logo, vamos fazer na sala?_ Questiono logo depois de entrar.

_ Não sei, calma vamos pensar ainda._ Ele debate.

_ Cadê a Estela?_ Pergunto.

_Ela tá  estressada hoje, tá no quarto fazendo ajustes nas músicas dela.

_ Vou subir para vê-la ._ E assim subo as escadas.

Bato na porta que está entre aberta, e escuto a linda voz de Estela ecoar com  um singelo sim.

_ Tudo bem, boa tarde. Dilan me disse que estava estressada?_ pergunto sentando ao seu lado em sua cama.

Ela se vira para mim, retira os fones de ouvidos, e com os olhos meio marejados ela começa a dizer.

_ Eu tô agora, mas... Eu tô de tpm, briguei com Liam, estraguei tudo._ Ela diz com  voz chorosa, e eu vejo um drama prestes a iniciar.

_ Eu tô aqui por você, faço o que você quiser, vai ficar tudo bem, eu falo com o Liam se você quiser. _ Á consolo.

_ Tá tudo bem amiga, já conversamos.
Eu acho que vou dormir um pouco.

_ Tudo bem então, eu tô lá embaixo com o Dilan, me grita se quiser algo._ Me despido e saio do quarto.

_ Divirtam-se._ Ela diz com a voz abafada.

Foi um momento peculiar, nunca á tinha visto tão  frágil, Estela sempre foi nossa Girl power,  dona de si , quebrando todos os padrões, livre, ela é incrível.
Foi inusitado vê-la tão sentimental.

Logo meus pensamentos são desviados e seguro o riso enquanto desço os últimos degraus, e observo Dilan se atrapalhando na cozinha.

Corro até ele.

_ Ei,  o que você tá fazendo?
_ Pergunto e tento o ajudar.

_ Eu queria ser um cara legal, e fazer brownie, limonada, e pipoca para gente, só que estou queimando minha mão agora!_ Ele grita e joga a forma do brownie recém tirado do forno.

_ A gente usa uma luva para tirar as coisas do forno._  Digo séria para ele

_ Eu esqueci o brownie no forno.
_ Olho para seus olhos e não consigo evitar o riso.

_ Tem alguma pomada aqui? Vai precisar de uma._ Digo olhando para as mãos avermelhadas.

_ Eu não preciso disso , tô bem._ Ele nega.

_ Vamos Dilan, olha para suas mãos.

_ Tô bem.

_Ta bem, e por que seus olhos estão cheios de lágrimas?_ Rebato e   não consigo evitar rir de novo.

_  Não temos pomada. _ Ele muda de assunto.

_ Passe manteiga em suas mãos, resolve, minha mãe fazia isso, e Santa no sofá, eu resolvo as coisas aqui antes que você bote fogo na casa. _ Ele me olha intrigado, passa a manteiga em suas mãos, e vai para a sala.

Coloco a limonada em dois copos e levo até a mesa, coloco a pipoca na tigela, e depois coloco tudo na sala.
Dilan me encara zangado por ter que colocar manteiga em suas mãos e eu   riu disso.

_ Então, temos pipoca. E um curta-metragem sobre momentos aconchegantes que reúnem as pessoas, o que vem a sua mente?_ Começo a discutir o trabalho.

_ Filmes é claro. Fiz a pipoca exatamente por isso, vamos fazer um cena aqui assistindo filme ._ Ele sugere após.

E então ligamos a tv, eu fiquei encarregada de segurar a câmera, então eu  gravo , Dilan parece tranquilo mas logo  seu olhar muda.

_ Segura minha mão. _ Ele diz.

_ Para quê?

_ Momentos aconchegantes que unêm, vamos gravar de mãos dadas de frente para uma TV, com pipocas.
Não te parece perfeito?_ Tive que concordar, então nos sentamos perto um do outro.

_ Vai me da sua mão. _ Ele  pede.

Eu estendo a mão, não sei porquê mas estou um pouco receosa.
Sinto um arrepio me corroer, assim que suas mãos quentes encontram as minhas.

_ Minhas mãos vão  ficar engorduradas agora._ Reclamo.

_ Foi preciso.  Agora sabe como é chato ter que ficar com isso nas mãos?_ Dilan rebate.

_ Melhor que ficar com as mãos ardentes é. _ Rebato.

_As vezes você é irritante sabia..._ O encaro. _ O engraçado é que eu gosto disso. _ Nos encaramos.

_ Quer falar mesmo de irritabilidade? Você era tão chato quando nos conhecemos, quando te chamaram no palco você tinha um olhar convencido, isso sim é irritante.

_ Ah, nem me lembre dessa época. _ Ele reclama.
_ Eu  quis ser aquele cara, era muito mais fácil ser ele, o bad boy amado por todos, do que o cara triste que se sacrificava pelos outros.

_ Eu gosto muito mais desse Dilan, o outro nem se fala. Fico feliz em conhecer uma versão de verdade, e saber que é muito melhor. _ Nos encaramos de novo, e o silêncio reinou por alguns segundos.

_ A próxima cena pode ser de uma música? _ Ele quebra o silêncio.

_ Sim, música reuni qualquer um, vou ver se Estela tá acordada._ Subo as escadas me sentindo estranha.

O que acabou de acontecer foi estranho, porque as palavras saíram da minha boca tão leves e naturais, ja fazia muito tempo que não me sentia tão espontânea assim.

E então reunimos neste nosso curta-metragem música, jogos, comida, e filmes, coisas aconchegantes como cafuné também.

Foi um dia ótimo, e que rendeu um bom trabalho também.

Assim que apresentamos neste 9 de Abril  a professora Scarlett nos disse :

_ Bom, vocês funcionam bem juntos, parabéns, me senti acolhida daqui.

E agora eu sorrio enquanto ajudo minha mãe na floricultura.

_ Ah, chegou os tempos mais bonitos .
Tudo floresce, é Esmeralda nossas vendas vão decolar por agora , já que é primavera e todo mundo quer um sinal dela em suas casas. _ Minha mãe diz arrumando buquês.

_Concerteza, tem muitas coisas florescendo mesmo.
O ar finalmente tá ficando puro, a vida ficando mais colorida, o sentimento de liberdade ficou mais vivo, eu me sinto  mais leve.

_ Fico feliz por você. _ Ela me abraça.

_ Acho que finalmente tudo parece estar entrando nos trilhos.

E tudo parecia se estabilizar, o caminho só estava no começo, mas desse dia em diante muita coisa realmente melhorou.

O Raio ColoridoWhere stories live. Discover now