Cap 65

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Os soldados marionetes deveriam parar quando Maori estivesse morto. O chip principal foi destruído. Ele está morto. Então porquê?

De repente uma centena de skilled se transporta para o campo de batalha com um poder parecido com o de Marco.

Isso não pode estar acontecendo.

Dos céus, um dos anjos arqueiros cai em alta velocidade direto para o caos abaixo. Como um cometa vermelho sangue.

- Josh! - grito. Marco abre um portal para salvá-la.

Como eu pude deixar as coisas chegarem a esse ponto?

- Ray! - eu ouço alguém me chamar de dentro de Invictus. Deveria estar sozinha aqui. O chamado parece distante, como alguém correndo até mim.

Saio da sala do trono, deixando o corpo ainda em chamas para trás, o som parece vir de cima, subo as escadas até que o silêncio é quebrado por uma respiração leve e entre cortada.

- Quem está aí? - minha voz ecoa no lugar escuro. É uma ala grande, com um terraço, uma vista completa para a destruição e morte abaixo.

Algo se move atrás de mim e eu seguro a espada com força.

- Ray... - um gemido. Arregalo os olhos.

Os cabelos loiros cintilam com a fraca luz do anoitecer. O rosto lindo, contorcido de dor. Vestido numa túnica branca manchada de sangue, murmurando meu nome. Ele corre até mim, como deve ter corrido desde o acampamento, desde que acordou do transe do rei.

- Kadash! - corro até ele, verificando seus ferimentos. - Estava louco de entrar naquele pandemônio? Poderia estar m-morto agora... - minha voz está tão trêmula quanto minhas mãos, o ajudo a se levantar com delicadeza. - Me perdoe. - murmuro. - Me perdoe por não ter te salvado mais cedo. Eu deveria...

- Tudo bem.- ele sussurra já de pé, se virando para me envolver em seus braços. - Você está aqui agora. Eu estou aqui agora...

- Eu pensei que não se lembrasse de mim. Você voltou... Você voltou... - uma lágrima corre pelo meu rosto. Estar nos braços dele...

Dash afaga meus cabelos. - Tudo bem, minha querida...

Minha... querida?

O reconhecimento dói mais do que a adaga nas costelas. Cambaleio para trás com a mão sobre o ferimento, aterrorizada.

Quando olho para seu rosto, um arrepio percorre minha coluna. Ele me encara com os olhos dourados como ouro líquido. Um sorriso insano passa pelo seu rosto, exatamente como...

- Demorou mais para perceber do que eu achei que demoraria. Você está ficando lenta. - Kadash, não, Maori ri. - Isso foi maravilhoso! "Ah Kadash! Me perdoe..." - ele faz uma imitação da minha voz.

- O que você fez com ele?! - grito erguendo a espada. Minhas mãos tremem, e ele vê isso. Kadash se aproxima com passadas lentas. Ele sorri, exatamente como costumava fazer.

- Eu estou melhor, Ray. - quando ele fala, é a voz de Kadash, calma e doce, acariciando minha memória. - Ele me melhorou, está tudo bem. Você não vê? - ele segura minha mão com carinho, o rosto próximo do meu, posso sentir sua respiração. - Este é o futuro, o nosso futuro. Todos um só, um mundo novo, sem esses pensamentos cheios de morte, e vingança, onde todos vamos poder viver. - Dash acaricia minha bochecha delicadamente. E caminha a minha volta, roçando como um gato, parando atrás de mim. - Sem mais dor, sem mais guerras, não é isso que você sempre quis?

Minhas pernas fraquejam. Travo o maxilar com força.

- Venha comigo. Solte essa arma, você quer me machucar? - ele sussurra na minha orelha, a sua voz familiar que parece me envolver. - Está tudo bem agora, diga para o seu exército baixar as armas, diga para eles que você ficará comigo...

As Crônicas de Rayrah Scarlett - Esperança Em Arnlev [RETIRADA EM 25/08/22]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora