Capítulo oito; A lembrança de nós tatuada em mim

260 25 168
                                    

BEATRIZ AMARAL

— Bia! 'Tava te procurando. – Vn sentou-se na cadeira a minha frente e eu dei um gole em minha cerveja.

— O que você quer? – olhei com desdém para o loiro.

— Ih, tá bolada? Eu vim aqui só perguntar se posso levar o Biel pro cinema. – fez cara feia e eu ri.

— Levar o Biel pro cinema? Pra quê?

— Porque ele é meu afilhado, gosta de Homem Aranha, lançou filme novo e eu tô livre. Eu quero levar ele pra ver o filme.

— Que gentil da sua parte, mas não. Eu tô ocupada. – dei mais um gole em minha cerveja.

— Mas quem disse que você vai junto? – pegou um maço de cigarro da caixa que estava em cima da mesa, junto do isqueiro.

— E você acha que eu vou deixar o meu filho sair sozinho com você? – ri sem humor.

— Ué. E por que não? Que eu saiba eu sou padrinho dele.

— Padrinho que eu nem queria que fosse. – revirei os olhos. — Olha só Vinicius, de verdade, é muito legal isso de você querer levar o Gabriel pro cinema, mas eu não vou deixar você descer o morro com ele sozinho.

— E por que não? – soltou a fumaça no meu rosto.

— Porque ele é um bebê de três anos. O meu filho não vai sair sem mim.

— Ah, ele não pode sair do morro sem você, mas pode ficar pelo morro sem você? Que ironia. – riu batendo as cinzas do cigarro no chão. — E onde está o pequeno que você tanto ama e é super protetora? – indagou num tom debochado. — Com a sua tia, na Nathaly, ou com algum menino da boca? Você banca de mãe protetora, mas sempre deixa o Gabriel por aí pra ficar andando pelo morro.

— Cala boca garoto. – cerrei os punhos. — Você sabe muito bem que eu passo o dia todo fazendo unha pelo morro e levo o meu filho comigo porque não quero ficar tomando o tempo de ninguém. É claro que eu vou descansar um pouco a noite e não sou maluca de trazer o Gabriel pra um bar.

— Se o Silvestre soubesse disso...

— O Silvestre não tem que saber de nada. O filho é meu e só eu sei como cuidar dele, tá legal?

— Tá legal. Você que sabe. – deu de ombros e voltou a fumar. Sem dizer mais nada, deixei a lata ainda na metade em cima da mesa, peguei meu celular e saí dali, deixando o mais velho sozinho.

 Sem dizer mais nada, deixei a lata ainda na metade em cima da mesa, peguei meu celular e saí dali, deixando o mais velho sozinho

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

— Bia, ainda bem que chegou. – minha tia falou assim que eu abri a porta.

— O que houve tia? Cadê o Biel? – fechei a porta atrás de mim e olhei para a tevê onde passava a novela das nove.

— Ele tá no quarto vendo desenho. – levantou-se e pegou a bolsa que estava no sofá. — Olha minha filha, você sabe que eu te amo e amo cuidar do Gabriel, mas eu também tenho meus afazeres. Hoje é uma sexta-feira e eu quero sair um pouco e não cuidar do meu sobrinho...

Até o Fim (LIVRO 2)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora