Capítulo dezessete; Você me amou por engano

154 18 95
                                    

REBECCA ALVES

 — Eu pedi um gurjão de frango, batata e calabresa no Ifood pro jantar, amor! – exclamei ao me jogar de bruços na cama, ainda mexendo em meu celular.

— Tá. – Diego foi seco ao entrar em seu quarto. Ele havia acabado de sair do banho e, por isso, estava com sua bermuda branca da Nike, sem camisa enquanto ainda secava seu cabelo com sua toalha.

— Nossa. – ri me sentando na cama. — Que bicho te mordeu hoje? Você tá estranho... – coloquei o travesseiro em meu colo e olhei para a data do nascimento de sua mãe em número romano que o moreno tinha tatuada em sua costela.

— Eu tô normal, ué. – deu de ombros jogando a toalha molhada em cima da sua cadeira gamer e logo foi até o seu guarda-roupa para pegar seu desodorante.

Faz duas semanas desde que rolou a resenha de Miguel e, assim que vi Diego depois daquela noite, eu fiz questão de contar tudo o que aconteceu. Depois desse dia, quase não tivemos tempo de nos ver porque ficamos ocupados demais no trabalho — só nos falávamos por mensagem e, mesmo assim, ele estava muito diferente.

— Amor, você tá estranho comigo desde quando eu te contei sobre a conversa que tive com o Miguel. – me aproximei dele e apoiei meu rosto em suas costas. — 'Cê tá inseguro de novo? Se for, esquece isso. Sabe que eu estou com você.

— Esquecer isso? – Diego se virou para mim. — Não tem como esquecer isso, porra! – e, pela primeira vez desde que cheguei em sua casa hoje, ele falou mais de três palavras. — Rebecca, você e o Miguel tem uma história e eu entendo. Só que é difícil eu competir contra tudo o que vocês tiveram...

— Competir? – franzi o cenho. — Diego, você precisa parar de achar que precisa competir contra o Miguel em alguma coisa. Nosso relacionamento não é uma competição. – cruzei os braços.

— Não, mas às vezes parece. – meneou com a cabeça. — Desde quando o Miguel foi solto, eu tento o tempo inteiro ficar tranquilo. Coloco na cabeça que tudo vai ficar bem e que vamos ficar bem, mas não dá! – bateu os braços em suas pernas.

— Para de ser inseguro. – revirei os olhos.

— Eu não sou inseguro. Eu só tô dizendo que, se você tiver que escolher, sabemos que eu não serei o escolhido. Vamos ser realistas, Rebecca!

— Para de falar besteiras! – levei as mãos para cima. — Você precisa confiar mais em mim, Diego. Para de achar que eu vou te trocar a qualquer momento pelo Miguel porque, se isso fosse verdade, eu teria te trocado assim que o vi naquela resenha! – exclamei com raiva.

Eu gostava sim de Diego, ele me tratava bem e era perfeito cada momento que passávamos juntos, mas... Eu odiava aquela sua insegurança. Odiava quando ele dizia que o Miguel era melhor e que era só questão de tempo para eu percebesse isso. Por que era difícil ele entender que eu estava com ele porque gostava dele?

— Ah, Rebecca, por favor! – riu sem humor e olhou em direção à porta. — Todo mundo sabe que você ama o Miguel. Por que você ainda insiste em mentir para si mesma? Até quando vai continuar me usando para fingir que superou ele?

Eu não queria rebater. Sei que se falasse algo no calor do momento, me arrependeria e eu não queria cometer outro erro novamente. Eu não queria fazer Diego sofrer, magoá-lo; só que parecia que, mesmo juntos, ele continuava achando que eu não estávamos na mesma sintonia e isso era cansativo.

— Por que eu ficaria com você para superar o Miguel? – encolhi os ombros. — Eu já fiz isso uma vez e não quero fazer de novo, Diego. Não com uma pessoa que eu gosto.

Até o Fim (LIVRO 2)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang