cry baby

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Nossas risadas deviam estar ecoando por toda a casa. Finn e eu precisamos aprender urgentemente a controlar o volume das nossas risadas escandalosas.

Depois da noite passada, algo surgiu em meio a nossa relação. Passamos a ter uma intimidade que não tínhamos antes, o que é natural...

Minhas bochechas ainda coram por lembrar de seus dedos tocando minha pele exposta e seus lábios percorrendo meu corpo.

— Eu te daria um 3, sendo bem generoso. — empurro seu ombro ainda gargalhando, mesmo me esforçando para estampar raiva no meu rosto. — O que foi? Você sempre cai daquele skate!

— Eu sou pelo menos um 5. — semicerro os olhos e cruzo os braços, interrompendo nossa caminhada pelos corredores.

— Tente se convencer disso e veja se consegue.

— Eu te odeio. — minha expressão tentava transparecer credibilidade. Aos poucos eu estava melhorando, ele tem que admitir que não caio com tanta frequência mais.

Fui surpreendida pela sua mão direita vindo em minha direção, segurando meu pescoço.

— Não, você não me odeia. Sabe disso melhor do que eu... — Wolfhard cochichou em meu ouvido, dando uma risada rouca por fim.

Estremeci. Ah céus, eu não aguento tamanha provação.

(In)felizmente Florence surgiu no fim do corredor, obrigando sua mão a se afastar e nos obrigando a fingir naturalidade.

— Seus pais estão aguardando para o almoço. — concordamos com a cabeça e a acompanhamos rumo a sala de jantar.

— Ah, aí estão vocês. — minha mãe sorriu, ela estava maravilhosa como sempre.

— A comida quase esfriou. É melhor se sentarem! — Ethan alerta apontando com o queixo na direção de nossos lugares na mesa. Como de costume, a comida já estava servida.

Não reclamo da mordomia que ele nos sujeita mas acho que posso me servir sozinha.

— Vi que passou a noite em casa. Quando voltou filho?

— Ah... eu cheguei tarde. Não sabia que não ia dormir por lá. — Ethan consente levando o garfo à boca, ele não parecia estar muito convencido.

— Martina esteve aqui pela manhã.

Troco olhares com Finn, ele estava irritado mas tentou disfarçar.

— Hm, e o que ela queria?

— Ela disse que conheceu s/n na escola e a chamou para tomar um sorvete mais tarde. Martina é uma menina adorável, imaginei que vocês se dariam bem! — ele olha para mim com um sorriso no rosto, tento retribuir apesar de ter engolido seco ao ouvir o convite.

Outro assunto surgiu a seguir, eu não estava entendendo muito, parecia que minha mãe e o marido falavam outra língua. Ou talvez seja porque eu não estava me esforçando muito para entrar na conversa.

Finn me despertou roçando seu pé em minha canela.

[...]

— Oi querida! — Martina me deu um beijo no rosto assim que abri a porta principal.

— Oi. — retribui. Eu estava disposta a acabar com qualquer rixa que ela tenha comigo. Sinceramente, não faço o tipo de garota que lutaria com outra até a morte pelo coração de um homem.

— A sorveteria não é tão longe mas se quiser fazer alguma outra coisa...

— Na verdade, eu quero sim. Podemos tomar um suco ou algo assim no jardim, o que acha?

— Ótimo. — ela deu um sorriso de orelha a orelha.

Andamos até o lindo jardim da mansão, eu me peguei admirando aquela linda vista como todas as vezes que passo por ela.

Puxo uma cadeira para que Martina se sente e me sento ao seu lado. Estava me esforçando muito para parecer amigável e esquecer das palavras dela no dia anterior.

— Olha, quero ser sincera com você. — sirvo um copo de suco de laranja. — Não sei se está aqui porque quer se redimir ou se está aqui porque quer me ameaçar.

Ela deu um riso de escárnio. Tentei não me afetar com o ato.

— Porém... você não acha que isso de rivalidade feminina é clichê demais? Não quero brigar com você nem nada do tipo Martina e espero que você também não queira.

Ela parou por um instante, talvez assustada com minha sinceridade.

— Você é tão insegura s/n... está fazendo isso porque sabe que não ganharia de mim nem se tentasse.

— Não, acho que você não ouviu nenhuma porra de palavra que eu falei.

— Você se afeta com qualquer coisinha não é? Foi tão fácil fazer você chorar e sair correndo ontem.

— Eu...

— Você é uma covarde! — minha vontade era dar um tapa na cara dela. Ela não me conhece, não sabe quem sou para falar isso de mim. No entanto, controlei meus impulsos o máximo que consegui.

— Ótimo, já que você quer briga peço que você saia daqui e não me procure novamente. Não estou disposta a gastar energia com isso. — me levanto calmamente, tentando parecer estável e não abalada emocionalmente.

— Espera. — ela puxou meu braço. — Ok... eu não vou te procurar novamente, não vai me ver nunca mais. Vou embora em poucos dias,  posso aproveitá-los na cama de Finn.

Desvencilhei meu pulso de sua mão. Estabilidade s/n,  você pode tentar pelo menos por algum tempo.

— Tenha uma boa tarde.

Caminhei de volta à entrada da casa, com passos firmes e determinados. Eu queria me jogar na cama e passar um tempo sem ter que pensar em nada, apenas no quão macio é o pelo do meu filho, ou no quão sujos estão meus tênis.

— Escutei a conversa. — minha mãe estava com o corpo encolhido, suas palavras saíam receosas. — Ah minha filha... — ela me abraçou, eu gostaria de morar em seus abraços. — Você é uma menina fantástica! Não dê ouvidos àquelas coisas que a menina falou.

— Está tudo bem mãe! De verdade, me sinto bem. — suas mãos macias seguraram meu rosto.

— Estou orgulhosa da mulher que se tornou.

— Ah, qual é?! Ainda sou a criança que te acordava de madrugada para avisar que estava passando mal.

Saber que minha mãe tem orgulho de mim fariam desse um dos momentos mais especiais da minha vida, se não fosse pela mensagem que recebi em seguida.

Sentiu saudades? ;)

𝔠𝔞𝔩𝔩 𝔪𝔢 𝔶𝔬𝔲𝔯𝔰 | finn wolfhard imagineWhere stories live. Discover now