you are the right one

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wolfhard's point of view
É estranho sentir a necessidade de estar perto de alguém que mal conheço. Eu nem a conheceria se meu pai não tivesse dado carona à Caitlin naquela noite e se apaixonado algumas semanas depois. Se isso for a porra que chamam de destino eu tenho que o agradecer. Talvez não agora, não ainda.
Martina virá? Ela não deveria vir, ao menos sei se gostaria de trocar palavras com ela novamente. Não pretendo deixar que essa garota atrapalhe meu dia, ela já atrapalhou minha vida o suficiente.
Fico estético perante a garota que surge na porta do meu quarto. Eu já sei que a s/n é maravilhosa e hoje não está diferente, ela usa um vestido azul acinzentado e saltos prateados. É o oposto da forma na qual ela gosta de se vestir mas tenho que dizer que esse estilo também lhe cai bem. Tudo lhe cai bem para falar a verdade.
— Olá cavalheiro. — ela ajeita minha gravata borboleta, eu gostaria de ter respondido imediatamente mas preciso de mais um tempo para digerir e superar tamanha beleza. — O senhor esta muito elegante hoje.
— E-eu... — pigarreio. — A senhorita está estonteante.
— Fala sério, nem parecemos nós. — olhamos nossos reflexos no grande espelho que cobre parte da parede. — A cinco passos de jogar esse sapato longe e calçar meu bom e velho tênis.
— Te pago um refrigerante se você conseguir terminar o evento com isso no pé.
— Eu aceito seu desafio. — apertamos nossas mãos, ela parece desapontada por eu ter realmente limpado minhas unhas esmaltadas. — Mas com a condição de revezarmos as idas ao meu quarto durante esse tempo para ver se está tudo bem com Fritz.
— Com certeza, precisamos cuidar bem do nosso filho. — s/n faz careta perante a minha frase. — Me daria a honra?
Estendo meu braço direito que é entrelaçado ao braço esquerdo da garota. Caminhamos em direção à escadaria.
— Senhor Murphy este é o meu filho. — meu pai carrega um sorriso de dentes expostos. Aquele seria um de muitos empresários e pessoas importantes que eu conhecerei ao longo deste sábado. "Lembre-se de ser educado e sempre sorrir. Engraçado mas sútil. Inteligente mas não superior à eles." Todas as vezes as mesmas recomendações toscas, como se eu fosse um idiota que precisa de ser ensinado a se comportar.
— É um prazer. Espero que sua lei não se aplique hoje. — ele gargalha apertando minha mão, fico aliviado ao saber que a minha piada com a "Lei de Murphy" teve um efeito positivo. Meu pai parece satisfeito. — Esta é s/n.
— Sua namorada? — ele pergunta me lançando uma piscadinha.
— Ainda não, mas, se depender de mim isso mudará. — ela mexe no cabelo tentando ignorar meu comentário. Adoro do fundo do meu coração quando ela tenta parecer indiferente mas acaba falhando miseravelmente.
— Encantada. — ela sorriu e estendeu a mão para Murphy. Tenho que segurar a risada, quem não conhece ela até diria que s/n é assim normalmente.
Deixamos meu pai conversando com ele e caminhamos até o jardim onde pessoas engravatadas e com vestidos brilhantes riam e bebiam. Percebi que a mão da garota ao meu lado tremia, sua respiração também oscilava. Entrelaço nossos dedos e tento transparecer conforto.
— Vai ficar tudo bem. — lanço-a um sorriso.
— O que achou? — sua vó puxa a saia do vestido para exibir os detalhes. — Lindo, não?!
— Eu adorei! — s/n abraça a avó, optei por não fazer nenhuma brincadeirinha de costume e apenas ir buscar algo para nós bebermos.
— Finn! — seria impossível não reconhecer a voz, suspiro tomando coragem e me viro para a mulher que traja um vestido bordô. — Quanto tempo.
— Realmente Sra. Campbell. — correspondo ao seu abraço apesar de não ser da minha vontade.
— Martina e você eram tão bonitinhos, é uma pena não tê-lo mais como meu genro. — uma pena para ela, para mim é um alívio. Não sei como eu havia sido burro o suficiente para acreditar nas palavras de Martina Campbell. Faz mais de um ano que não nos vemos mas ainda sinto as palavras dela martelando na minha cabeça, meu coração ficou despedaçado. Depois de alcançar o seu objetivo, convencer meu pai a fechar negócios com a empresa de sua família, eu fui tratado como lixo. "Nunca senti nada por você. Nem sei se alguém um dia vai sentir, você é estupido e infantil demais." — Com licença, vou cumprimentar a senhora e senhor Barnes.
Ela lança-me um beijo e segue na direção do casal. As palavras de sua filha voltam a minha mente. "Você nunca vai estar no meu nível, espero que entenda isso."
Você está bem? — sou tolo por ainda pensar nisso enquanto na minha frente está a garota que tem me feito perder o sono.
— Só não sei se vou aguentar ficar aqui por muito tempo, talvez a gente pudesse repetir nossa corrida por aí. — na primeira oportunidade eu agarraria sua mão e a tiraria do meio dessas pessoas artificiais.

𝔠𝔞𝔩𝔩 𝔪𝔢 𝔶𝔬𝔲𝔯𝔰 | finn wolfhard imagineDove le storie prendono vita. Scoprilo ora