dead girl in the pool

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— Só não sei se vou aguentar ficar aqui por muito tempo, talvez a gente pudesse repetir nossa corrida por aí. — essa não é uma má ideia para falar a verdade.
Não me sinto muito confortável em meio a pessoas estranhas, um vestido pinicando, um salto apertado do caralho e essa porra de música clássica. Parece que estou em um pesadelo.
Não vejo ninguém da nossa idade pelo jardim, com exceção de um garoto provavelmente um ou dois anos mais novo que joga incessantemente no seu celular. Ethan chama por Finn que faz sinal de espera para mim e caminha em direção ao pai.
— Você está lindíssima filha.
— Nem tenho elogios suficientes para você mãe. — o sorriso que estampava meu rosto desapareceu assim que meu celular recebeu uma chamada, novamente o número privado. Atendo e aguardo alguns segundos, a mesma coisa da primeira vez: somente a respiração do outro lado da linha. — Você poderia por favor dizer o que quer?
Nenhuma resposta, dessa vez sou eu quem desligo. Confesso que se não estivesse cercada de olhares julgadores, eu provavelmente mandaria o autor dessas ligações à merda.
— Esses números são tão chatos! — minha mãe comenta servindo algo em seu copo. — Quer beber algo?
— Se possível chá de sumiço. — ela ri tampando a boca.
— Amor, quero que conheça alguns amigos. — Ethan sorri alegremente e leva minha mãe dali também, agora estou oficialmente sozinha. Minha avó não está por perto, Florence está trabalhando, Finn e minha mãe estão atendendo às vontades do meu padrasto e Fritz nem se quer pode aparecer em público.
O azul celeste da piscina reluz. Há uma garota morta na piscina? Eu sou a garota morta na piscina! Morta de tédio.
Me sento em uma poltrona mais afastada do resto das pessoas e me distraio vendo fotos e vídeos aleatórios da galeria do meu celular. Não quero atormentar meus amigos com mensagens em pleno sábado, espero que eles estejam se divertindo mais do que eu.
— Desculpa te fazer esperar. — Wolfhard estende um copo com algo que não faço ideia do que seja na minha direção. — Demorei muito?
— Só uns cinquenta minutos. — pego o copo e beberico. Eu clamaria por um pouco de álcool agora. — Não tem problema, sei que você precisa receber os convidados.
— Infelizmente. — ele carrega uma cesta e a coloca próxima da poltrona na qual eu estou sentada. — O que você achou da minha proposta de antes?
— Eu gostei bastante.
— Sendo assim, a senhorita poderia me acompanhar? — sorrio e seguro a mão estendida em minha direção, não sei para onde iríamos mas sei que é melhor do que aqui. — E antes que você pergunte: sim, já passei no seu quarto para ver se estava tudo bem com nosso filho.
— Eu também gostaria de saber para onde estamos indo. E o porquê de você estar carregando uma cesta.
— Esse segredo eu não conto pra ninguém. — ele leva o indicador à boca fazendo um "shh".
— Vocês sabem que me amam. Beijinhos, a garota do blog. — de todos os assuntos possíveis "Gossip Girl" era o que eu menos esperava conversar sobre com Finn. Falamos o caminho inteiro e nem tive tempo para questionar novamente acerca do paradeiro.
— Chegamos. — o local se assemelha ao jardim bem cuidado da casa dos Wolfhard mas em uma extensão muito maior. As flores coloridas, as borboletas voando e nossas roupas formais dão um ar de conto de fadas.
— É lindo. — solto sua mão e caminho dois passos à frente. O menino de cabelos cacheados abre a cesta e tira uma toalha de piquenique, alguns lanches e duas latinhas de coca-cola. — Eu iria passar fome lá na sua casa, canapé não é algo que estou acostumada a comer.
— Tá vendo como eu sempre penso em tudo? — reviro os olhos perante o seu exibicionismo. Nos sentamos e imediatamente pegamos dois dos sanduíches, não via a hora de comer. — Fui eu mesmo que preparei.
— Acho que perdi o apetite. — ele faz cara de tédio e mostra o dedo médio. — Só vou comer para não fazer desfeita.
— Aprecie meus dotes culinários. — mordo o sanduíche com feição pensativa, prestes a dar meu veredicto. — Aprovado?
— Isso tá bom para caralho!
— Eu falei, não falei?! — seus olhos fitam os meus e em sequência descem até minha boca. Ele leva o polegar em direção ao meu rosto. — Está sujo aqui.
Nossos lábios se tocam. Céus, eu poderia permanecer nesse beijo eternamente e não reclamaria.
— Isso foi tão clichê. — mordo mais um pouco do sanduíche, Wolfhard tem um sorriso parvo no rosto.
— Você é o meu clichê preferido s/n.
— Pare imediatamente ou vou acabar colocando o que comi para fora!

𝔠𝔞𝔩𝔩 𝔪𝔢 𝔶𝔬𝔲𝔯𝔰 | finn wolfhard imagineWhere stories live. Discover now