put your head on my shoulder

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Perdemos a noção do tempo. Já estamos aqui faz quase duas horas, Ethan provavelmente vai me odiar eternamente ao ver a responsável por tirar seu filho da festa.
— Ei, isso é o que eu estou pensando? — Finn estende sua mão e uma gotícula de água a acerta em cheio.
— Acho que você não pensou em tudo. — uma chuva fraca inicia. Seria melhor termos conferido as chances de chuva antes de virmos fazer um piquenique no meio do nada.
— Tá brincando? Poderia ser melhor do que isso? — ele me ajuda a levantar da toalha quadriculada estendida no gramado. A força da chuva se intensifica aos poucos, consigo sentir as gotas de água cada vez mais fortes e espessas. — Me concederia essa dança?
Aceno positivamente com a cabeça. Nenhuma música tocava de verdade mas eu quase consigo ouvir Put Your Head On My Shoulder soando.
— Acho que ainda não reforcei o quão maravilhosa você está. — ele falou em meio aos meus rodopios, nossos cabelos já estão bastante úmidos. Como ele tem tamanha facilidade de dizer coisas como essa?
— Você não está nada mal também. — me aproximo. Sinto sua respiração quente batendo sobre meu rosto gélido e coberto por respingos. Nossas roupas estão cada vez mais encharcadas. — Obrigada por essa dança fantástica mas acho que já deveríamos retornar.
— Você sempre dá um jeito de cessar minhas boiolagens né?! — rio com sua expressão de decepção, no fundo sei que ele está certo. É uma armadilha natural que desenvolvi, não quero acabar sendo brutalmente enlaçada em um romance irreal. — É melhor a gente se esconder em um coreto que tem aqui perto, quando a chuva parar nós voltamos para aquela festinha de merda.
— Vamos entrar lá ensopados desse jeito?
— Sei que a madame na minha frente é digna da porta da frente e tapete vermelho, mas, nós podemos passar pela porta dos fundos e subir até nossos quartos.
[...]
— Vai demorar muito? — ouço as batidas na porta e a voz de Finn relativamente mais baixa que o normal, parecíamos estar em um filme de espiões super-secretos do governo.
Desligo o secador e ajeito meu vestido, é impressionante como ele estava novinho em folha, nenhum sinal de que ele estava encharcado a pouco tempo. No entanto, precisei pegar outras sandálias.
Acaricio Fritz uma última vez e saio do quarto.
— A melhor coisa na sua casa até agora é essa máquina de secar roupa. — dou uma voltinha para exibir o resultado.
— Na verdade a melhor coisa aqui sou eu. — dessa vez é ele quem dá uma voltinha.
— FINN! — Ethan parece furioso. — Onde vocês dois estavam?
— Calma pai, eu não estava passando muito bem e achei que seria deselegante ter que atrapalhar a festa por causa disso. Agora estou melhor, s/n me ajudou.
— Já estávamos voltando. — sorri cordialmente. — Perdão por não conseguir lhe avisar, não queria que se preocupasse.
— Está tudo bem, se você está dizendo s/n. — ele parece estar mais calmo. Pelo visto Ethan não confia muito no que o filho diz.
Voltamos ao nosso ponto de partida. A mulher de vestido bordô e perfume doce que falava com Finn mais cedo se aproxima assim que chegamos.
— Querido, Martina infelizmente não pôde vir mas lhe enviou um beijo.
— Ah sim, obrigado. — ele parece incomodado. Não quero ser invasiva então apenas ignoro esse fato, mesmo estando curiosa. A mulher se afasta novamente. — É impressionante a forma como sua vó está sempre perfeita.
E lá estava ela, dançando ao seu modo sem se importar com o que os outros pensam acerca disso.
— Tenho que concordar, ela está sempre perfeita. — sorrio orgulhosa.
— Ei, o objetivo era levar um tapinha ou um "cala a porra da boca garoto".
— Sinto muito, nem sempre temos o que queremos né?!

𝔠𝔞𝔩𝔩 𝔪𝔢 𝔶𝔬𝔲𝔯𝔰 | finn wolfhard imagineWhere stories live. Discover now