sofia

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— Eu não deveria ter falado para eles s/n, eu deveria ter calado a porra da minha boca. Na verdade, eu deveria ter mentido quando eles descobriram. — ela soluça aos prantos, me questiono confusa sobre quem são "eles" e sobre o que Sophia não deveria ter falado. — Eu não sou a aberração que eles disseram... sou?
— Vamos com calma Soph, não estou entendendo o que você está dizendo. — peço pacientemente para que ela me explique, para que eu possa ajudar de certa forma.
— Meus pais descobriram que eu... — ela interrompe e respira fundo. — ... gosto de garotas.
Sophia falava abertamente sobre sua sexualidade comigo e com nossos amigos, não fazia ideia de que seus pais eram uma barreira quanto a isso. Ela me contou por alto as barbaridades que sua mãe e seu pai proferiram sobre ela, meu coração doeu ao me colocar em seu lugar.
— Eu sinto muito, muito mesmo. — são as primeiras palavras que consigo dizer. — Como eles descobriram?
Finn abre a porta e coloca a cabeça para dentro, faço sinal de que eu estou ocupada e ele entende.
— Eu estava pintando e deixei o celular na bancada, meus pais me obrigam a deixar meu celular sempre desbloqueado e assim estava, nem percebi quando meu pai o pegou. Ele viu minha conversa com o motivo dos meus sorrisos bobos para a tela, Sofia.
Sua voz soou até mais doce quando ela pronunciou o nome "Sofia". Sorrio percebendo que minha amiga está totalmente apaixonada.
— Eu me abri para eles, disse tudo o que sinto por ela... — ela interrompe por um momento e solta uma risada fraca. — Ainda soltei um "bi rights!", acredita?! Agora estou num maldito castigo.
— Vamos dar um jeito Soph, só precisamos pensar... Estou orgulhosa de você! Você é incrível, não é o monstro que eles falaram.
[...]
— Estou sentindo que você tá triste, tem algo a ver com a ligação mais cedo? — Wolfhard ajeita o travesseiro para que eu deite em seu colo. Não sei se Sophia gostaria que eu contasse a alguém sobre nossa conversa por enquanto, então preferi manter segredo.
— Está tudo bem gatinho. — sorrio para ele tentando dar convicção às minhas palavras. — Vamos assistir a essa obra de arte logo, antes que você desista.
— Pff, não superei esse seu mau gosto pra filme ainda.
— Certo... então eu quero terminar. — cruzo os braços encarando-o. Não esperava pelo seu golpe baixo: cócegas. Começo a rir descontroladamente em meio a pedidos para que ele parasse com isso.
— Ainda quer terminar comigo? — ele joga os cachos que caem em seus olhos para trás, aproveito a deixa para conseguir escapar.
— Depende de você. Vai assistir ao filme sem reclamar?
— Tá bom, eu vou tentar. — nos ajeitamos no sofá novamente, as almofadas caíram no chão em meio a nossa "guerra". — Como você é insistente s/n!
— Um dos meus dons meu bem.
— Trouxe pipoca. — Florence, sorridente como de costume, carrega dois baldes lotados de pipoca. — Se precisarem de alguma estou na cozinha... ah, quase me esqueci! Um homem deixou isso para a senhorita.
Não posso acreditar que ele ainda insiste nisso, mesmo depois do que aconteceu na sexta! Eu preciso colocar um ponto final nessa história, estou começando a me irritar profundamente com quem é que seja.

"Podemos nos encontrar pessoalmente? Precisamos conversar."

Me encontrar com um completo desconhecido? Obrigada, mas eu passo.
— Você sabe quem é? — Finn olha no fundo dos meus olhos, consigo ver como ele está preocupado com a situação.
— Acho que está na hora de te contar sobre isso.

𝔠𝔞𝔩𝔩 𝔪𝔢 𝔶𝔬𝔲𝔯𝔰 | finn wolfhard imagineWhere stories live. Discover now