why'd you only call me when you high?

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Depois de algum tempo na rua decido voltar para casa, eu não podia ficar a tarde toda sumida. Eu não sei com que cara olharia para Wolfhard mas sei que é melhor enfrentar isso o quanto antes, colocar tudo em pratos limpos.

Pego meu celular no bolso da mochila para ver as notificações, percebo que todos os meus amigos haviam deixado mensagens para mim. As ignoro por enquanto, afinal eu estou andando e não posso me distrair.

Tudo parecia normal quando cheguei em casa, minha mãe estava folheando alguma revista qualquer, sem preocupação aparente.

— Já chegou filha? — concordo com a cabeça, um pouco confusa com a pergunta. — Abby me ligou e disse que você iria passar na casa dela depois da aula, como foi por lá?

Agora entendi o porquê da minha mãe estar tranquila com meu atraso, foi melhor assim.

— Tudo bem, estava com saudades de dar uma passada pela casa dela depois da aula. — forço um sorriso para dar a entender que estava tudo bem, e o que falei não é totalmente mentira, realmente sinto falta de ir na casa da minha amiga.

Começo a subir as escadas receosa, aquela coragem de encontrar com Finn já havia ido por ralo abaixo. Hesito um pouco mas acabo perguntando sobre ele para minha mãe.

— Ele passou por aqui, pegou algumas coisas e saiu. Achei que ele ia te avisar s/n... parece que Finn vai passar a noite na casa de um dos seus amigos. — fico aliviada por não vê-lo agora mas também fico preocupada. Ele pode ter enganado minha mãe mas não a mim, eu sei que essa história de dormir na casa de alguém é mentira.

— Ah, sim. Ele havia comentado comigo sim, eu tinha me esquecido. Vou tomar banho e tirar um cochilo mãe, agora que as provas acabaram posso descansar um pouco. — dou-lhe um beijo na bochecha e subo para meu quarto.

Fritz brincava com alguns penduricalhos que pendiam da minha cama, sorrio vendo sua empolgação.

— Oi coisinha linda. — acaricio seus pelos antes de lançar minha mochila em um canto qualquer. Eu estava disposta a tomar banho e realmente dormir pelo resto da tarde, não queria pensar muito no que aconteceu hoje e dormir é com certeza a melhor opção.

[...]

Acho que nunca dormi tanto tempo pela parte da tarde como hoje. Acordei lá pelas 19 horas e resolvi chamar minha mãe para fazer algo, ver um filme ou jogar um jogo de tabuleiro, antes do jantar.

Como eu imaginava Finn ainda estava na rua, sabe se lá aonde e com quem. Talvez com Martina... caso assim fosse, eu não teria mais com o que me preocupar.

Tento terminar de comer o mais rápido possível, eu só queria voltar para meu quarto e passar o resto dessa noite com Fritz, talvez lendo um livro ou coisa do tipo. Como eu dormi a tarde inteira, estava sem sono nenhum agora.

— Vamos lá filho! Você tem que me ajudar a escolher entre esses dois. — coloco dois livros lado a lado próximos a bolinha de pelos, que ignora minha tentativa de fazê-lo escolher algum. — Você não tá colaborando Fritz.

Me jogo na cama olhando para o teto, que tem alguns adesivos fluorescentes em formato de estrelas, eu não fazia ideia mais do que fazer. E mesmo que tentasse, ainda estava preocupada com Finn...

Passo algum tempo vendo e revendo catálogos de filmes a fim de encontrar algum para assistir. Me dei conta de que já havia assistido muitos deles, alguns eu vi repetidas vezes por serem meus favoritos.

Meu celular vibra em cima da escrivaninha, pego-o para ver quem me ligava às quase três da manhã.

Finn.

Recuso a chamada e tento não pensar nisso, fracasso já que ele liga mais uma vez, e outra, e outra...

Na sua quarta tentativa eu atendo o telefonema, sem saber o que esperar, não sei o que ele queria dizer para mim afinal. Talvez ele dissesse: "Você foi uma bela de uma otária, gracinha!" ou algo do tipo.

— Oi s/n. — suas palavras saem arrastadas. — Eu pensei em você o dia inteiro! Estive pensando em várias coisas sobre você para falar a verdade. O jeito que você debocha de mim em silêncio... é meio fofo e meio cruel sabia?! Ah, e o jeito que você tenta segurar sua risada escandalosa...

— Você está... chapado? — pergunto, interrompendo-o, mesmo tendo certeza da reposta. Estava nítido.

— Eu... pff, não! — ele faz uma pausa e depois retoma. — Talvez, mas olhe só s/n... eu posso ter usado uma coisa ou outra mas isso não muda o que sinto.

Espero que ele complete, fazendo um pouco de esforço para entender algumas palavras.

— Eu obviamente não te usei porra! É lógico que aquela garota filha da puta mentiu sobre isso... — ele parece nervoso, prefiro permanecer calada. — ...eu gosto de você. Na verdade, eu gosto para caralho de você!

— Onde você está? Estou indo te buscar. — é tudo que consigo responder. Eu não sabia como reagir às suas palavras, ainda mais sabendo o estado em que Finn se encontrava naquele momento.

Eu queria conversar com ele em outro momento, quando ele estivesse sóbrio.

𝔠𝔞𝔩𝔩 𝔪𝔢 𝔶𝔬𝔲𝔯𝔰 | finn wolfhard imagineWhere stories live. Discover now