- Não é o momento comandante.

- Como assim princesa? Tenório está fora, mas está voltando. A defesa deles está toda desarticulada. Podemos matar essa senhora e nos livrar dela de uma vez por todas! Afirma incisivamente aquele comandante.

- Não é o momento. Eu sinto que não é o momento. Afirma a princesa. Deixando aquele comandante com um semblante desolado, quando ele diz:

- Vossa Majestade, estamos aqui para salvá-la. Mas, a senhora precisa querer isso!

- Eu quero comandante, mas quero que isso ocorra no momento certo, quando eu receber algum sinal dos nossos ancestrais. Afirma a princesa, claramente não querendo que aquele ataque fosse realizado com o intuito de proteger a sua melhor amiga.

- Chance igual essa nunca mais teremos. Eu temo muito pelo que será do nosso povo se não tomarmos uma atitude agora.

- Eu sinto muito comandante, mas, as minhas convicções dizem que não é o momento. Diz aquela princesa quando começar a correr em direção a casa grande demonstrando um certo desespero pelas suas ações.

Assim que ela entrou naquela casa, correu diretamente para o seu quarto e começou a chorar intensamente ajoelhada em um local que Pérola costumava rezar. Ela não conseguia agir porque estava a pensar em sua melhor amiga. Em certa medida, por ela ser princesa, tinha obrigação de pensar primeiro em seu povo, mas ela não conseguia fazer isso. A amizade que havia construído com Pérola era muito forte, a ponto dela não conseguir tomar qualquer atitude que não levasse em consideração que a vida daquela escrava branca estava em risco e que se ela não a ajudasse de alguma forma, a tendência é que Pérola ao chegar naquela fazenda, fosse morta por Scarlett ou por qualquer outro em caso de falta daquela senhora.

Muito revoltada com a sua atitude perante o seu povo, não olhando para eles em primeiro lugar, que é o que uma princesa deveria fazer, ela começa então a se castigar, batendo em seu próprio rosto com toda a força, pela sua covardia e por não tomar uma decisão que ela tinha certeza que era a certa naquele momento para uma princesa. Depois de muito bater em si mesma, ela deitou naquele chão e chorou de forma ainda mais intensa, demonstrando um enorme desespero por não conseguir fazer aquilo que era o seu dever.

Muito respeitador das ordens de sua soberana e leal a ela, aquele comandante, quando interpelado pelos demais militares daquele grupo, diz apenas que a princesa estava a esperar o momento certo, que ela junto aos ancestrais daquela tribo saberiam o momento mais exato para realizar aquele ataque e que todos deveriam ter paciência e confiar na sabedoria daquela soberana.

Nos dias seguintes, Scarlett com ódio pela traição daqueles escravos e pela humilhação que eles haviam a feito passar naquele vilarejo, ficava a planejar a forma que castigaria Artur e Pérola. Ela queria ser tão cruel com eles, como foi com Justina, os castigando de forma que eles sofressem lentamente a sua ira.

Aquela senhora, ainda muito apegada a Artur e os seus encantos sexuais, não queria que aquele escravo branco morresse, pois, ainda tinha em mente que poderia desfrutar muito dele, entretanto, Pérola estava em sua mira. Ela não teria piedade e não daria uma nova chance a aquela escrava que só havia a trazido desgosto e gerado traições, desde que chegou a aquelas terras. Scarlett mataria Pérola, aos poucos, da mesma forma que fez com a mãe de Artur. Ela só queria saber agora quem aguentaria mais os seus castigos. Justina aguentou quatro meses, ela queria saber se Pérola suportaria, pelo menos, a metade disso!

Nos dias que antecederam a chegada daquele casal, o comentário geral naquela fazenda e vilarejo, era quanto ao poder daquela senhora. Todos ficaram impressionados como Scarlett conseguiu capturar aqueles dois escravos tão longe. Se comentava naqueles locais que "o poder dela era algo impressionante! Era realmente impossível fugir de Scarlett!"

Miss Scarlett e a escrava brancaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora