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Alguns dias após descansar daquela viagem, Scarlett foi visitar Josefa, que havia ficado viúva, dois anos antes, quando ela estava no Rio de Janeiro. Elas chegaram a trocar muitas cartas naquele período, as quais a sua melhor amiga, demonstrava tristeza e melancolia por ter perdido o seu marido. Nas cartas de resposta, Scarlett dava força a amiga, tentando fazer com que ela ficasse em uma situação melhor enquanto passava o seu luto.

Assim que chegou a casa daquela senhora, ela se encontrava já bastante debilitada pelos reflexos da idade. Estava mais fraca e caminhava com dificuldades. Demonstrava estar a passar por um momento de muita tristeza em sua vida, não tendo se recuperado totalmente por ter perdido o marido que tanto amava. Assim que viu Scarlett, ela a abraçou de forma fraterna, afirmando que estava com muitas saudades, quando as duas foram para a sala, para conversar em um lugar mais confortável para Josefa:

- Como a senhora está minha amiga Josefa?

- Eu estou fraca Scarlett, eu não sei se durarei por muito tempo. Nesses últimos dois anos, após a morte do meu marido, tenho passado por doenças constantes. Em alguns momentos eu achei que fosse morrer. Não sei se isso seria tão ruim assim, pois poderia retornar aos braços do meu amado caso isso ocorresse. Afirma aquela senhora demonstrando tristeza, mesmo, dois anos após a morte do seu esposo.

- Deixo aqui os meus sentimentos, mais uma vez senhora. A sua história de amor foi muito linda. Quem via vosmicês juntos, não podia dizer que não tinham uma cumplicidade enorme. Tens que lembrar dos momentos bons e de alguma forma tentar seguir a vida, pois, tenho certeza que ele não gostaria de lhe ver triste dessa forma.

- Como não ficar triste minha amiga? Todos os meus filhos foram para fora. Nem vieram ver o pai. Receberam a notícia depois que ele foi enterrado. Mandam cartas dizendo que me amam, mas nem vieram me visitar para me confortar um pouco. Isso já faz dois anos e nenhum deles veio aqui nem me dar um abraço. Fazemos tudo por eles e eles não retribuem em nada na nossa velhice e nos nossos momentos de perda.

- Filhos são assim mesmo senhora. Os criamos para o mundo. Todos eles estão muito distantes e com suas famílias, temos que entender que uma viagem nessa conjuntura é mesmo complicada, porque demora muitos dias.

- Eu não consigo entender, como eles me deixaram aqui nessa solidão, sabendo o tanto que eu amava o pai deles. Isso, talvez, seja o que mais me entristece. Tantos filhos para ficar tão só ao final dessa vida.

- A senhora tem a mim. Não sou filha de sangue, mas te considero uma grande amiga confidente, o qual posso contar tudo.

- Então me conte, como foi de viagem?

- A viagem não foi como eu esperava. Eu estava muito esperançosa que iria engravidar e infelizmente isso não aconteceu. Artur me satisfaz em tudo que quero. Me proporciona uma relação da carne impressionante. Ele é muito bom! Parece até alguém de outro mundo que me leva ao paraíso enquanto estamos a nos relacionando na cama. Mas, ele não conseguiu me dar aquilo que eu mais queria, portanto, não lhe darei o que ele mais quer, que é a sua liberdade. Afirma Scarlett em tom decidido.

- Pelo que vejo vosmicê está completamente apaixonada por ele. Não aguentaria viver sem o seu escravo maravilhoso e que te leva a loucura na cama.

- Não conseguiria mesmo. Ele é fantástico, só de pensar nele eu começo a suar toda. Diz Scarlett a começar a balançar o seu leque, demonstrando estar a sentir um imenso calor, só de pensar no prazer que Artur consegue a proporcionar.

- Eu posso imaginar que sim. Ele é realmente muito lindo! Você deu muita sorte de ter um escravo como aquele!

- Sim. Eu não poderia imaginar que Justina, depois de me causar tanto mal, poderia me trazer algo tão bom como um filho como Artur. As vezes, de onde menos se espera, que vem as melhores coisas.

Miss Scarlett e a escrava brancaWhere stories live. Discover now