O início da vingança

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Antônio vai pela manhã ao quarto de Scarlet, no terceiro dia após a morte de seu marido, e atualiza a situação de seus pedidos. Todos os escravos para o trabalho em casa já haviam sido contratados e os que trabalhavam na casa grande no período de Francisco foram enviados para o trabalho na lavoura o que os deixou extremamente desapontados, já que o trabalho em casa era muito mais leve do que o da lavoura.

Scarlett ficou feliz com essa informação que Antônio lhe deu, principalmente, a parte em que os escravos ficaram tristes em sair da casa e trabalhar em um local mais pesado, sendo colocados nas senzalas, muito menos confortáveis durante a noite, do que o porão de sua casa, que era onde eles dormiam antes de trabalharem na lavoura.

- Consegui contratar também os dois melhores matadores de aluguel da região, para ficarem aqui em casa, mas, como esses profissionais são muito caros, eu recomendo que a senhora não contrate o terceiro, porque, não tem necessidade. Com esses dois trabalhando aqui a senhora consegue matar até o Contratador, de tão bom que eles são e ninguém infortunará a senhora. Diz Antônio a sorrir com a comparação irônica que fez, já que os contratadores eram homens diretamente nomeados pelos reis de Portugal, na posição mais importante existente na época no Brasil. E então Scarlett responde sorrindo:

- Como eu não pretendo matar nenhum Contratador, pode ser só esses dois mesmo. Eu já quero começar a usar os serviços de um deles. Quem é o mais forte? Questiona Scarlett.

- Os dois são muito fortes e brutos senhora. Acostumados a matar da forma que a senhora quiser, no tiro, na crueldade, a senhora que escolhe! Diz Antônio de forma direta.

- Era exatamente o que eu precisava. Chama um deles para vir conversar comigo depois do almoço. Vou testar para ver se ele é bom mesmo! Diz Scarlett demonstrando crueldade em sua fala.

- Sim senhora, ele será avisado. Agora preciso ir, pois preciso ver como está a produtividade na lavoura. Mais tarde eu volto senhora. Diz Antônio.

- Muito obrigado pelo excelente trabalho Antônio. Diz Scarlett enquanto vê ele se retirar do quarto a trancar a porta.

Scarlett almoça tranquilamente. Ao finalizar e descansar um pouco, chama o capataz Murilo, para uma conversa:

- Sim senhora, sou todo dispor. Diz Murilo, um homem de chapéu com um rosto muito fechado, de pele branca, cabelos claros, bigode e barbas grandes, quase ruivas. Era um belo homem de aproximadamente uns 40 anos e muito forte. As suas roupas eram típicas de capatazes, usava uma camisa com botões, algumas partes de suas roupas de couro, incluindo as suas calças. Tinha botas muito imponentes. Como tinha um excelente salário por ser um dos melhores da região ele tinha roupas, armas e cavalos caros.

- Eu quero que faça um trabalho para mim. Pegue a minha escrava chamada Justina e a leve até o quarto do meu ex-marido. Assim que ela estiver lá o senhor a amarre na cama e me chame aqui. Eu quero iniciar a minha vingança contra aquela escrava.

- Sim senhora, agora mesmo. Diz Murilo ao sair em retirada.

Minutos depois, ele diz que está tudo pronto, assim como Scarlett ordenou. Ela então se levanta e vai até o quarto do seu ex-marido, abre a porta e Justina ao vê-la engole seco, tremendo intensamente de medo.

- Está com medo Justina? Questiona Scarlett em um tom leve e sombrio.

Justina não responde, começa a chorar intensamente, como se estivesse em uma jaula, amarrada, totalmente sem defesa, próxima de ser devorada por um leão. Conhecendo Scarlett como conhecia e vendo o estado que ela havia deixado a sua irmã várias vezes, simplesmente, por querer atingir ela, Justina pensa novamente e percebe que estaria em uma situação muito mais confortável se estivesse na forma imaginada. Pelo menos o leão a mataria de uma vez, com Scarlett certamente isso não aconteceria, a sua morte seria lenta e extremamente dolorosa.

Miss Scarlett e a escrava brancaWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu