Capítulo 24

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Henrique

Eu poderia estar passando dos limites, mas minha cabeça estava cheia e confusa. Os últimos dias foram uma tortura, pois estava percebendo que talvez essa mentira toda estivesse se tornando realidade.

Elisabete perturbava a minha mente vinte e quatro horas. Não importava o que eu estava fazendo, minha cabeça pensava nela a todo o momento. No trabalho, em casa, até mesmo nos meus sonhos.

O que mais me perturbava era notar o quanto eu desejava estar ao seu lado. Seja em qualquer situação. Sempre que estávamos juntos, eu simplesmente falava sobre assuntos que que considerava manter guardado a sete chaves.

Talvez a mulher tenha algum feitiço que me fizesse ser tão irracional.

E ainda por cima, Heitor estava se separando da esposa e os dois eram sócios da empresa que tinham juntos. Se não tivéssemos as assinaturas dos dois, tudo o que planejamos estaria perdido. A sorte foi que Roberto convenceu o casal, que agora não era mais nada, a nos encontrar para uma conversa.

O problema era que Susan estava furiosa e não queria ver Heitor nem pintado de ouro. Então seria difícil convencê-la. Os dois estavam indo para um evento em Fernando de Noronha, e teríamos que ir até lá com a papelada. Eu não perderia esse projeto, não só porque poderia ser excelente para a agência, mas também porque todos os envolvidos trabalharam duro para suprir as exigências do casal, e eles não poderiam cancelar tudo devido a um casamento que terminou ruim.

Era por isso que não se deveria unir negócios e prazer, pois se tudo der errado em um lado pode afetar o outro. Mas sei o quanto era difícil, pois eu estava encrencado em uma situação parecida. Meu relacionamento com a minha assistente não era real, porém sentia que a cada dia que passava aquela mulher conseguia me prender a ela. Seja pela sua beleza ou pela cumplicidade em nossas conversas, ou pior, pela forte atração que sentíamos. Ela poderia negar, assim como eu, mas sim, sentíamos atração um pelo outro. Perdi o número de vezes que desejei jogar tudo para o ar e tê-la como desejava. No entanto, minha parte racional sempre me dizia que isso nunca poderia acontecer.

Elisabete não era como as outras ou não estaríamos nessa situação. Mas eu não poderia deixar que isso acontecesse. Não poderia ser tão fraco.

Agora estávamos nos preparando para irmos para a ilha. E isso significava que passaríamos dois dias juntos no mesmo quarto.

Assim que estacionei em frente ao seu prédio, mandei uma mensagem. Não demorou para que ela descesse e agradeci a Deus por isso. Parecia que a mulher estava linda cada dia mais, e era irritante ficar admirado com isso. Ela se manteve quieta, desde a nossa breve conversa no escritório, Elisa estava chateada, assim como eu.

Só faltavam três semanas para tudo isso terminar, e mesmo não vendo muito Amanda, outra boa ação de Deus, tínhamos que ser um perfeito casal para todos. Claro que me incomodava o fato de que eu não queria que os dias passassem. Falar era mais fácil do que admitir que eu gostava do status.

— Você ficará assim o caminho todo? — A questionei.

— Você vai ser arrogante a vida toda?

— Por que está me provocando?

— Você é que é um grosso. — Disse virando seu rosto e me olhando chateada.

Bufei irritado com a situação e ao parar o carro no estacionamento, não deixei que ela saísse.

— Elisabete, não podemos ir para essa ilha com divergências. — Disse tentando ficar calmo para não brigarmos mais. — Sei que fui... arrogante com você e peço desculpas.

Um amigo meu disse uma vez que sempre devemos assumir a culpa das coisas para que as mulheres pudessem baixar a guarda, e ele estava certo.

— Bom, aceito as suas desculpas. — Falou com um meio sorriso de vitória. — Mas você não pode ser assim, Henrique. Eu só quero ajudá-lo. Por que está voltando a ser tão grosso?

Eu tinha a resposta, mas não poderia dizer.

— Tudo bem, Elisabete. Vou tentar.


A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora