Capítulo 40

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Elisabete

4 meses depois

As coisas entre mim e Henrique melhoravam a cada dia, no entanto, eu sabia que tudo estava bom demais e que a realidade não era tão perfeita.

No trabalho, tudo estava seguindo o curso normal e vínhamos conseguindo muitos projetos incríveis. Catarina nunca mais nos importunou. Acredito que nossa última conversa foi muito útil.

Mariana estava seguindo sua vida e agora eu via um sorriso largo no rosto da minha irmã.

Como eu disse, tudo estava bem e isso deveria ser bom para mim. Contudo, lá no fundo, sentia que algo poderia acontecer a qualquer momento.

— Quando decidi trazer minha linda namorada para essa casa de praia, distante da cidade, era para curtirmos esse momento não para que ela continuasse distante em seus pensamentos. — Disse Henrique ao meu ouvido.

Sua respiração na minha nuca causou-me um arrepio que se estendeu pelo meu corpo todo.

Era bem verdade que ultimamente eu ficara bem pensativa. Sempre fui mais paranoica que o normal. Talvez fosse porque já estava acostumada a viver com muitos problemas e nunca pude aproveitar da verdadeira felicidade.

Estávamos trabalhando muito, por isso ele propôs virmos para Porto e passarmos o fim de semana.

— Você tem razão, estou estragando o nosso momento. — Falei virando-me para beijá-lo.

Nunca imaginei que me apaixonaria dessa forma e por alguém como Henrique. Ele no início era arrogante e vivíamos brigando. Lembro-me de quando nos esbarramos e ele agiu como um ogro. Agora o homem era romântico e carinhoso. Planejava viagens e jantares. Nunca vou me cansar disso.

— Vem, podemos melhorar o seu humor com sol e praia. — Falou pegando em minha mão e conduzindo-me para fora.

Não era muito tarde e o calor não estava tão intenso. Pelo menos não por fora. Eu ainda não estava acostumada a viver ao lado de alguém que tinha praticamente tudo. Como poderia imaginar que namoraria um homem que tinha casas de praia com área particular?

— Só fazem alguns meses que estamos juntos, mas sei quando tem algo te incomodando ou que deseja falar. — Falei antes que entrássemos na água. — Não é só eu que estou pensativa.

— Quando foi que começou a ler mentes? — Questionou-me com um sorriso.

Senti a água fresca bater em meus pés, relaxando o meu corpo. Eu realmente precisava sair da cidade estressante e esquecer-me dos problemas. Porém, sabia existir algo que Henrique queria falar.

— Vamos, diga.

— Não é nada demais. Na verdade, não penso em ir. — Falou querendo escapar da conversa.

— Ir onde?

— Todos os anos minha família dá um baile beneficente. Começamos a fazer isso depois da morte de Anna, ela era muito caridosa e ajudava centros de animais e crianças. As famílias ricas se reúnem para doar dinheiro para esses centros de caridade. — Eu podia imaginar o quanto isso era importante. Porém, ainda não tinha ideia do por que não participar de algo que homenageia sua irmã.

— Porque não vai? — Perguntei fazendo-o me olhar.

— Compareço a esse evento pela memória da minha irmã e a felicidade da minha mãe. No entanto, nossa família está dividida e não sei se faria bem todos se reunirem em um dia como esse. — Disse triste.

— Muito pelo contrário, vocês têm que se reunir para deixar os problemas de lado. Vocês já perderam alguém importante. Se arrependerão se deixarem esses problemas os afastarem ainda mais.

A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefeKde žijí příběhy. Začni objevovat