Capítulo 16

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Elisabete.

Eu sabia que havia um motivo para que esse homem fosse dessa forma e acreditei que poderia realmente ter sido devido a Amanda, mas agora descobri que algo, além disso, aconteceu.

Não sei se foi outro amor ou não, porém tinha que admitir que estava curiosa.

Claro que eu não insistiria em continuar falando sobre algo que o fazia se sentir mal, por isso resolvi mudar de assunto.

— Então, o que mais gosta de fazer? — Perguntei tentando mudar o clima que ficou no ar.

Henrique franziu o cenho me analisando.

— Não gosto de muitas coisas. — Falou.

— Mas deve ter algo que goste. — Insisti. — Por exemplo, eu amo sorvete e um belo jardim de flores.

— Ok. — Disse desconfiado. Ele me encarou enquanto eu ainda esperava a sua resposta. Acredito que ele notou que eu não me sentiria satisfeita enquanto ele não falasse, então respirou fundo. — Gosto de bolo de cenoura com chocolate. — Disse e abri um sorriso de alegria. Eu também gostava, mas sorvete era minha vida. — Às vezes, quando estou em casa, gosto de observar as estrelas.

— Sério?

— Não é nada incomum, mas quando criança, eu e os meus irmãos gostávamos de olhar as estrelas.

Vi que seu olhar novamente entristeceu. Ele nunca falava muito sobre a família e em minhas pesquisas não deu para descobrir muito, já que parecia que os Vilella não deixavam que a mídia os expusessem.

— Odeio quando alguém mexe em minhas coisas sem me avisar. — Falei chamando a sua atenção. — Mariana, minha irmã, adora fazer isso. Sempre foi assim, mas agora que moramos juntas, isso ficou pior.

— Então, odeia morar com ela?

— Não. No entanto, odeio essa mania. Na verdade, acredito que ela faz isso só para me provocar.

Henrique era um homem difícil de conversar, porque ele não deixava muita coisa escapar, mas durante as duas horas seguintes consegui algumas informações.

Claro que fui eu que mais falei, entretanto, sou uma pessoa que consegue o que quer e aos poucos ele foi falando.

Pelo que sei, meu chefe não tem uma boa relação com o pai, já que ele esteve metido em muitas coisas que prejudicaram a família, não só no seu vício em jogos.

Seu irmão mais novo trabalhava como dono de uma rede de hotéis e resorts, bem aqui em Porto de Galinhas. Ele também falou muito bem da mãe, apesar dela insistir em querer arranjar uma esposa para ele.

Espero que eu não tenha a obrigação de conhecê-la, pois penso que ela deva ser o tipo de mulher que irá me tirar do sério.

— Penso que já sabe o bastante sobre mim. — Ele disse levantando-se e caminhando para dentro da casa.

— Na medida do possível, sim. — Reclamei.

— Não se preocupe, Elisabete, isso não durará muito tempo. — Falou.

Claro, porque tínhamos um prazo para terminarmos. O problema era que eu estava me importando mais do que deveria com esse prazo.

— Bem, antes de irmos, acho que posso aproveitar um pouco. — Falei levantando-me e indo me trocar no quarto. — Como já sei a sua resposta, não vou convida-lo para ir comigo.

— Para aonde vai? — Questionou-me virando abruptamente.

— Estamos na praia, Henrique, onde você acha que vou?

A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefeWhere stories live. Discover now