Nosso ônibus faz BUM! Começamos bem, pessoal

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Fazer as malas realmente não foi difícil. 

Eu e Percy recebemos cada um uma mochila, para podermos guardar as nossas coisas separadamente. Ele só tinha uma muda extra de roupas e uma escova de dentes para colocar na bolsa dele (pois resolveu não levar o chifre do Minotauro), já eu coloquei três mudas extras na minha, um saquinho com prendedores de cabelo, uma escova de dentes azul e posteriormente joguei dentro alguns pacotes de biscoitos e M&Ms que Travis e Connor me deram (não faço a mínima ideia de como eles conseguiram aquilo tão rápido). A única coisa que me atrasou foi minha indecisão de levar ou não o porta-retrato de mim e mamãe, que eu acabei por decidir que não levaria. 

A loja do acampamento nos emprestou cem dólares em dinheiro mortal e vinte dracmas de ouro. Os dracmas eram moedas grandes como um biscoito gigante, tinham imagens de diversos deuses gregos estampadas de um lado e o Edifício Empire State do outro. Os dracmas dos mortais antigos eram de prata, Quíron nos contou, mas os olimpianos nunca usavam nada menos que ouro puro (é claro que não). Quíron disse que as moedas poderiam vir a calhar para transações não-mortais, algo que deveria ser óbvio já que mortais não aceitavam dracmas como pagamento pra nada. Ele deu a Annabeth, Percy e eu um cantil de néctar e um saco hermético cheio de quadradinhos de ambrosia, para usar somente em emergências, se fôssemos gravemente feridos. Aquilo era o alimento dos deuses, Quíron lembrou. Iria nos curar de qualquer ferimento, mas era letal para mortais. Em excesso, poderia deixar um meio-sangue com muita, muita febre. Uma overdose nos faria pegar fogo, literalmente.

Annabeth estava com seu boné mágico dos Yankees, que revelou á Percy ter sido um presente de Atena pelo seu décimo segundo aniversário (revelou só pra ele mesmo, porque eu já sabia disso). Ela também levou um livro sobre a famosa arquitetura clássica, escrito todo em grego antigo, para ler quando estivesse entediada, e carregava sua comprida faca de bronze escondida na manga da camisa, uma arma que ela tinha desde antes de chegar ao acampamento (Luke havia dado a ela quando se conheceram).

Grover estava com seus pés falsos e calças para passar por ser humano. Usava uma touca verde estilo rastafári porque, quando chovia, seu cabelo encaracolado se achatava, deixando aparecer a ponta dos chifres. Sua mochila berrante, alaranjada, estava cheia de sucata de metal e maçãs para o lanche. Em seu bolso havia um conjunto de flautas de bambu que o papai-bode esculpira para ele, muito embora ele só conhecesse duas músicas: o Concerto para Piano n° 12, de Mozart, e So Yesterday, de Hilary Duff, e ambas soassem muito mal em flautas de bambu. 

Acenamos uma despedida aos outros campistas, mas os únicos que realmente vieram falar conosco foram os Stolls, Lydia, Beckendorf e Silena.  

Travis e Connor simplesmente me encheram de besteiras pra comer na viajem e me abraçaram apertado, mandando eu voltar viva. Depois se afastaram para deixar os outros falarem comigo.

— Sua primeira missão e você está liderando-a! — a filha de Afrodite disse enquanto me abraçava. — Estou tão orgulhosa, Ally.  — ela se afastou e me olhou com aqueles incríveis olhos azuis, os longos cabelos escuros emoldurando seu belo rosto. — Você vai se sair incrivelmente bem, tenho certeza disso.

— Obrigada, Si. — agradeci, retribuindo seu sorriso doce. 

— Boa sorte e tome cuidado. — ela desejou, tocando minha bochecha carinhosamente antes de se afastar. Jurei ter visto seus olhos lacrimejarem. 

— Ei, eu sei que você é mais do tipo que usa espadas e armas grandes. — Beckendorf começou, se aproximando enquanto puxava algo de uma mochila. — Mas eu acho que isso pode vir a calhar. — ele me ofereceu uma adaga ligeiramente menor que a de Annie, de bronze celestial e com o desenho de um tridente no cabo.    

Alex Jackson | A Filha de PoseidonWhere stories live. Discover now