𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐕𝐈𝐈

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- Espera, você saiu com ele? – Niall questionou parecendo surpreso e um pouco ofendido, ignorando todo o resto dos acontecimentos que eu havia contado para ele.

- Você ouviu o que eu disse? – Perguntei de volta

- Eu ouvi que você foi pra balada com um cara que você nem conhece e tá sendo pago pra matar – Ele pareceu ainda mais surpreso – E quando sou eu que te chamo pra sair, é sempre cheio de desculpas.

- Eu não quero matar você – Respondi seco em tom óbvio – E nem te foder.

Recostei meu corpo sobre o encosto da cadeira, colocando canela direita sobre meu joelho esquerdo, observando os carros passando pela avenida ao lado, enquanto Horan balançava a cabeça em desaprovação.

- E o que vai fazer agora? Já que ele voltou pra Londres – Ele perguntou mordendo o sanduiche em suas mãos em seguida.

- Esperar – Voltei a fita-lo, com os olhos um pouco cerrados por conta da luz do sol.

- Esperar o quê? – Ele disse engolindo o restante da comida

Suspirei fundo e passei a mão pelo cabelo, observando as pessoas que caminhavam do outro lado da calçada e voltando a olhar para Niall em seguida.

- Louis Tomlinson é um milionário, muito inteligente, mas ainda sim, é sozinho – Comecei a dizer – Ele não tem companhias e não tem sentimentos reais por ninguém, por isso vive saindo para os lugares mais caros, se drogando em meio a várias pessoas desconhecidas, ele só está tentando sentir algo.

- Onde quer chegar Harry? – Niall perguntou levemente confuso.

- Eu dei isso a ele Horan, claro que a ocitocina e adrenalina liberadas pela droga que usamos ajudou um pouco – Falei em tom óbvio – Mas sua última fala entregou absolutamente tudo, ele deixou escapar que tem esperança em me ver de novo, e bom, levando em conta todos os fatores, ele deve entrar em contato em breve.

- E se ele não entrar? – Ele apoiou os dois braços cruzados sobre a mesa, interessado em minha resposta.

O sol estava forte naquela tarde, por isso peguei os óculos de sol em cima da mesa e coloquei em meu rosto, segurando pelas hastes com as pontas dos dedos.

- Ele vai. – Afirmei deixando uma pequena curva se formar no canto dos lábios.

Com certeza ele iria, era apenas uma questão de tempo até que ele percebesse que não conseguia parar de pensar na noite passada e no que poderia ter acontecido se ele não tivesse me dispensado, por conta do voo, é claro.

**

Saí do banheiro com a toalha em volta da cintura, meu cabelo ainda molhado caindo sobre a testa, indo até o guarda-roupas para pegar uma boxer e me vestir, deixando a toalha cair no chão.

Já era tarde da noite, mas eu não tinha sono nenhum. Deixei o quarto e caminhei no corredor escuro até a sala, servindo um pouco de vinho numa taça e saindo pela porta vidro que dava acesso a sacada do apartamento, coloquei meu celular sobre o criado em metal e vidro ao lado, em seguida apoiando meus dois braços no parapeito, segurando a taça com a mão direita, dando um gole na bebida e fitando a vista da cidade de Nova Iorque iluminada pelas luzes dos prédios altos.

A brisa era um pouco fria e batia contra meu corpo seminu, e ao fundo podia escutar motores sendo acelerados e algumas buzinas distantes. Era o que eu costumava fazer, ficar sozinho, com a mente vazia, sem me esforçar para pensar sobre nada.

Talvez fosse interessante ter alguém para conversar ou contar sobre meu dia, ou alguém para ligar em momentos como esse em que eu não conseguia dormir. Mas não tinha.

𝐓𝐚𝐬𝐭𝐞𝐝 𝐋𝐢𝐤𝐞 𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝 | 𝐥.𝐬Where stories live. Discover now