𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐗𝐋

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A luz forte do sol entrando pela janela queimou meus olhos de tal forma que por um momento, fui descrente que estava mesmo na nublada e úmida Londres. Mas assim que me acostumei com a claridade, confirmei que ainda era o quarto que eu tinha me deitado na noite anterior, dentro da mansão Inglesa de Louis Tomlinson.

Quando deixei a cabeça cair para o lado, espreguiçando o corpo que parecia ter ficado imóvel durante toda a noite, entendi o motivo do sol forte. Eram quase meio dia.

Não que eu não estivesse acostumado a acordar tarde, isso devidamente era algo rotineiro para mim. Mas em meu apartamento, a luz do dia não passava pelas cortinas de blackout que mandei instalar assim que me mudei. Diferente daquele ambiente todo iluminado pela luz natural, e um feixe grosso e retangular atravessando diagonalmente o quarto, entrando pela janela e tendo seu fim no piso revestido de madeira clara, quase tocando a porta do outro lado do cômodo.

Onde um pedaço de papel branco parecia ter sido arrastado pela fresta, do corredor para dentro do quarto.

Esfreguei os dedos firmes sobre os olhos sonolentos e comecei a me mover na cama, me livrando de todos os tecidos pesados que me envolviam e finalmente tocando o chão com os pés descalços.

Obviamente o bilhete era de Louis, e eu já sabia o que esperar de seu conteúdo. Provavelmente dizendo que deveria descer para tomar café, ou dizer que o café da manhã – ou almoço – seria trago até mim por um dos seus silenciosos funcionários.

Precisei reler algumas vezes as palavras escritas por sua letra preguiçosa e tombada para ter certeza do que estava escrito.

"Styles,

Não pude ficar, nem esperar que você acordasse. Volte para Nova York, não espere por mim.

L. W. Tomlinson"

E era isso.

Dentro do envelope, junto ao papel dobrado com as duas frases, tinham documentos falsos com fotos minhas. Me perguntei onde ele as conseguira, mas não conseguia pensar com clareza para chegar a alguma conclusão.

O que isso significava afinal?

Deveríamos voltar juntos para Nova York e pensar em como ir atrás de Malik, antes que ele viesse até nós. Não fazia sentido algum ele ter ido pra qualquer outro lugar que fosse tão urgente a ponto de não poder esperar. Ou que precisasse ir... sem mim.

Fora o próprio Louis que me levou como um bichinho de estimação para todos os últimos lugares que pisara apenas para o proteger.

E agora, ele tinha ido a algum lugar que não precisava de mim?

Ou não queria que eu estivesse?

Me pareceu absurdo demais, levando em conta todos os últimos acontecimentos e a forma como eu demonstrei bastante eficácia em mantê-lo vivo.

"Um plano" pensei comigo mesmo, quase em voz alta.

Isso fazia parte de um plano e com certeza Louis estava em Nova York, esperando por mim lá. Vai ver isso poderia fazer algum sentido e tudo seria explicado no momento em que eu entrasse no seu espaçoso apartamento com vista panorâmica para a cidade.

Depois de concluir o que eu já tinha certeza, me troquei, peguei minhas malas e fui em direção ao aeroporto, aceitando de bom grado a oferta do motorista da mansão de Londres em me levar até lá, como – segundo ele – o patrão o instruíra antes de deixar a casa pela manhã.

- Quando ele saiu? – Perguntei ao homem, apenas por curiosidade.

- Antes do nascer do sol – Sua voz calma e formal soou pelo carro silencioso – Não prestei atenção no horário exato senhor.

- Disse para onde iria? – Tive esperança de confirmar ali minha aposta, assim não precisaria esperar todas as horas de voo para ter certeza que estava certo.

- Não senhor – O homem respondeu simples e eu não prolonguei a conversa.

Não tinha mais nada em que ela poderia me ser útil.

**

De Londres até Nova York eram 7 horas de voo, felizmente seriam horas confortáveis na classe executiva.

Quando me acomodei na poltrona de couro claro do avião, prestes a partir, me dei conta que não havia tomado um gole sequer desde a noite passada, e isso finalmente começou a causar um efeito negativo em mim. Chamei uma das comissárias de bordo e pedi por uma dose de whisky, sem sucesso. Não tinham algo com tamanho teor alcoólico, mas a jovem mulher me ofereceu uma taça de champanhe e eu aceitei, sem outra alternativa.

Enquanto sentia o álcool e o gás da bebida descerem até meu estomago vazio, me perguntei quais exatamente eram os planos de Louis e porque estava tão inquieto com sua ausência.

Ouvia murmúrios baixos de pessoas em outros lugares do voo, e decidiram exibir um filme nas telas pequenas e individuais. Mas nada disso era capaz de fazer minha mente se afastar do que eu agora considerava uma "preocupação".

Eu jamais admitiria tal coisa em voz alta para alguém, mas eu estava de fato preocupado com que tipo de estímulos fizeram Louis tomar a decisão de ir embora de Londres antes de mim. Não existia, até então, em minha mente um motivo plausível para ele fazer tal ato. Mesmo que eu soubesse que tudo seria explicado em breve, quando o encontrasse em Nova York, o não conhecimento total do que ele planejara, estava me enlouquecendo.

Não costumava ser positivista, mas precisava mudar o foco da minha mente antes que agarrasse o celular em meu bolso e começasse a ligar initerruptamente para Louis Tomlinson.

"Veja o lado bom das coisas" Repeti a mim mesmo, mentalmente.

O lado bom de tudo isso é que eu chegaria em Nova York, encontraria com ele, poderia fingir ter ficado muito mais irritado do que eu realmente estava com toda essa situação, ele usaria aquele típico tom irônico comigo.

Lá se fora a segunda taça de champagne, e meus olhos estavam fechados.

Imaginar o som da sua voz explicando toda a ideia, fez minha mente ser guiada até o som da sua voz manhosa da noite anterior na jacuzi, e as lembranças de sua imagem estavam tão bem gravadas na minha mente que eu precisei me controlar para não enfiar as mãos na calça e me aliviar ali mesmo, pensando em Tomlinson nu e molhado sobre mim naquela jacuzi.

Ajeitei o corpo na cadeira, abrindo os olhos e pedindo a terceira taça, optando por manter a imagem guardada para um outro momento mais oportuno. Seria útil de qualquer forma.

Mas ainda sim, minha mente não se afastou dele por um segundo que fosse, e eu não tentei impedi-la. Não era como se alguém pudesse ver o que eu pensava e fosse me julgar. Eu estava julgando a mim mesmo, mas que se foda, eu sou um idiota de qualquer forma.

Eu tenho uma imagem externa a zelar, e sou contra envolvimentos profundos entre pessoas. Mas internamente, sabendo que estava na terceira taça de bebida alcoólica e ainda sim cada célula do meu corpo parecia estar em abstinência, conclui que não era do álcool que meu corpo e mente sentiam falta.

Eu ainda não deveria ter dito, mas de forma alguma eu menti quando disse a ele que ninguém era capaz de causar em mim o que ele causava.

Eu estava viciado. E meu vício era Louis Tomlinson.

***

//Oi kk

eu sei que voltei do nada. tive uma crise enorme, um montão de coisas aconteceram na minha vida pessoal e eu simplesmente não consegui escrever por meses. To voltando aos poucos, tentando não me cobrar demais. Mas se conforta o coração de vocês, não desisti e nem vou da fic, ela vai ser finalizada. Vou continuar escrevendo, mas não vou estipular data para atualizações dessa vez, espero que entendam...

Obrigada por continuarem aqui!//

𝐓𝐚𝐬𝐭𝐞𝐝 𝐋𝐢𝐤𝐞 𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝 | 𝐥.𝐬Where stories live. Discover now