𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐗𝐗𝐕𝐈𝐈

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Boa leitura!//


Uma das primeiras informações que Horan me deu sobre Louis - quando ainda existia o acordo entre Malik e eu - foi que ele possuía exatamente cinco casas em diferentes lugares. Das cinco, agora eu conhecia três.

Mas entre as três, com certeza a residência de Los Angeles era não apenas a maior, mas a que mais chamava atenção. Ficava no alto de uma colina da cidade, em design moderno e completamente revestida por vidro, o que fazia com que a vista da cidade pudesse ser admirada de literalmente qualquer ponto da casa.

Tomlinson parecia se orgulhar dali, fez questão de mostrar cada cômodo da casa. Quartos enormes, banheiros ainda maiores, sala de cinema, academia, spa, sauna, a área externa com a piscina iluminada por led's e até mesmo uma adega com cerca de mil garrafas.

E então uma porta dupla fechada no andar de baixo.

- O que é ali, Tomlinson? – Perguntei apontando em direção a porta.

- Vou te mostrar numa outra hora – Ele disse se sentando em um dos sofás de cor clara e acendendo um cigarro, enquanto continuei em pé o fitando.

Na verdade, eu ainda procurava entender exatamente o que estava fazendo ali, em Los Angeles, na casa do filho da puta do Tomlinson.

Quando transamos no jato particular dele, ouvi ele dizer baixo e quase inaudível algo como que não sabia se algum dia se cansaria de mim. O que me fez pensar também se ele estava se referindo ao sexo ou a minha pessoa.

Por que eu, obviamente, não tenho nenhum apego a pessoa dele. Mas pela sua bunda, com certeza tenho.

E então cogitei que ele tinha me convidado para Los Angeles apenas para transar mais vezes comigo, talvez tenha algum fetiche em transar em todas as suas casas ou algo do tipo. Mas não era possível. Ele não teria me levado até Los Angeles apenas para sentar em mim.

Ou me foder.

- Gosta tanto assim de me encarar? – Sua voz ríspida e irônica soou cortando meus pensamentos – Por que não se senta, Harry?

Odiava a forma como ele dizia meu primeiro nome, tinha vontade de sacar a arma e acertar uma bala no meio de sua testa.

- Por que você parece com medo, hum? Eu não mordo – Ele disse inclinando o corpo para frente, apoiando os antebraços sobre as coxas afastadas, sem desviar os olhos dos meus por nenhum segundo – Só se você pedir.

- Ainda estou tentando entender por quê quis que eu viesse até a Califórnia com você – Finalmente falei, no meu tom mais sério, o encarando de volta e observando o sorriso pequeno e irritante continuar ali nos seus lábios finos.

- Por que você aceitou vir? – Ele disse num tom superior, correndo brevemente os olhos pelo meu corpo, como se soubesse a resposta e gostasse disso.

- Fiz a pergunta primeiro – Foi o que respondi, e mesmo sabendo que ele estava tentando me intimidar, mantive meu olhar firme sobre o dele.

- Tudo bem – Ele disse em um longo suspiro, voltando o corpo para trás e abrindo os braços sobre o encosto do sofá, soltando a fumaça dos pulmões – Se quer tanto saber...

- Só diga logo – Falei um tanto impaciente e seus olhos, preenchidos de sarcasmo, me atingiram.

- Paul está morto – Ele começou a dizer, fazendo uma pausa para tragar mais um pouco do cigarro entre os dedos – E ainda não encontrei ninguém para substitui-lo, você por algum motivo tem algum tesão maluco em evitar que me matem, então trouxe você comigo.

Ele falou de forma simples, dando os ombros no fim da frase, como se fosse algo óbvio.

- Acha que vou ser seu segurança pessoal de graça? – Foi minha vez de ironizar sua ideia patética.

- Não – Ele retrucou rapidamente – Querem matar você também, sabe disso – Falou um pouco mais sério, mas logo em seguida um sorriso indecente brincou em seus lábios – E nós podemos acertar nossas dívidas com sexo, Harry.

Argh. "Harry".

- Se gosta tanto assim de transar, por que não contrata um profissional para isso? – Falei franzindo as sobrancelhas enquanto ele jogava a cabeça para trás e soprava a fumaça.

Era só o que me faltava, me tornar um segurança pessoal de um filho da puta mesquinho, babaca e ninfomaníaco.

Ele se levantou, apagou o cigarro e o deixou no cinzeiro disposto sobre a mesa de centro, dando passos até mim e apoiando as duas mãos sobre minhas coxas, com o rosto bem próximo ao meu. Podia sentir o seu perfume masculino e o cheiro de tabaco que sua respiração quente exalava, enquanto sua camisa, com o primeiro botão aberto, pendia para baixo, deixando seu peito tatuado e abdômen bronzeado levemente expostos.

- Porque ver você perdendo sua pose de assassino quando transa comigo não tem preço, Styles – Disse quase num sussurro e ainda com aquele sorriso irônico nos lábios finos, que me pareciam irresistíveis demais naquele momento.

Queria acabar com a distância entre nossas bocas, o beijar forte. Sentindo a necessidade de tê-lo quase me consumindo, que eu talvez tenha até inconscientemente inclinado minimamente o rosto em sua direção.

E então ele se afastou, saindo da minha frente e caminhando pelo enorme andar de baixo.

- Vamos beber alguma coisa, o que acha? – Sua voz soou mais alta, e o som de seus passos sumiam.

Soltei o ar de forma pesada e me levantei, indo até a cozinha, onde ele servia duas taças de vinho e me entregava uma assim que entrei no ambiente, com bancadas de mármore claro.

Odiava o fato de que Louis Tomlinson continuava sendo uma completa incógnita para mim. Quanto mais tempo fazia que eu tinha o conhecido, menos eu parecia saber dele, mais indecifrável ele se tornava.

Eu sentia ter tantas perguntas ainda não respondidas sobre ele e o fato dele agir como se nunca fosse sanar nenhuma delas, me estressava.

Por muitas vezes eu cogitei me afastar dele, bloquear seu contato e apenas fingir que nada nunca aconteceu e ele nunca existiu. E talvez eu devesse ter feito isso desde o princípio.

Ou apenas poderia ter o matado.

De alguma forma, algo me ligava ao filho da puta que Louis Tomlinson era. Provavelmente o fato de que agora querem me matar porque não ter o matado.

Prefiro não pensar demais no que me impediu de apertar o gatilho em direção a ele, ou porque continuei o ajudando a se manter vivo, ou o motivo pelo qual atendi suas ligações.

Nem porque continuo transando com ele. Apesar de saber bem a resposta para esse.

- Certo, Styles – Ele disse após tomar um pouco do vinho e passar a língua brevemente sobre os lábios molhados pela bebida – Vou te deixar perguntar apenas uma coisa, o que quiser saber de mim – Inclinou o tronco sobre a bancada, apoiado sobre os antebraços e me encarando – Só te darei essa oportunidade, hum?

Uma pergunta, para tantas dúvidas.

Milhares de coisas passaram em minha cabeça. Ainda queria saber melhor sobre o que aconteceu entre ele e Pallazo, queria saber mais sobre seu passado e o que o levou a se tornar o que era, ou porque a morte de Paul o deixou tão frustrado. Queria saber porque ele mandou construir aquela mansão inteira revestida de vidro e porque nunca tinha transado com ninguém na porra da jacuzi de Londres.

Por que eu?

Engoli o líquido tinto, com a taça ainda entre meus dedos, os anéis sobre o cristal fino.

- Alguma vez você transou com Malik? 

***

// Desculpem por esse capítulo meia boca, amanhã tem mais e eu prometo que as coisas vão ser mais intensas! Não desistam de mim//

𝐓𝐚𝐬𝐭𝐞𝐝 𝐋𝐢𝐤𝐞 𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝 | 𝐥.𝐬Where stories live. Discover now