XVI

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" Estou tão cansado de estar aqui.
Suprimida por todos os meus medos infantis.
E se você tem que sair.
Eu gostaria que você simplesmente fosse embora.
Porque sua presença ainda perdura aqui.
E não vai me deixar em paz.
Essas feridas parecem não cicatrizar, essa dor é muito real.
Há muita coisa que o tempo não pode apagar. "

— My Immortal, Evanescence.

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PASSAVA-SE DAS 19:00 p.m, e as duas encontravam-se novamente sozinhas no quarto vermelho. Sua mãe havia sido posta para descansar, e sua tia tinha preferido ficar na sala, perto do quarto onde a mesma se achava. Distraindo-se como a tv.
 
Rue ajudava ela com as coisas. Poderia chegar no apartamento um pouco mais tarde. Hoje era um pleno Bank Holiday de sexta-feira, e amanhã seria sábado, um dia totalmente livre.
 
Evangeline colocava os seus itens na área da parede esquerda onde tinha a janela, os guardando. Um dos presentes ainda não abertos, a maioria sendo roupas, que sua tia tinha dado a ela de Londres. Os presentes eram todos agrupados em caixas, devido a eles não darem tudo em apenas um canto só da extensão quadriculada do seu espaço.

Após acabar a organização, senta-se ao lado de Rubi no solo frio, agarrando a sua perna direita com a mão e a grudando ao peito, enquanto a outra permanecia estendida. Sua visão era absorta de tudo ao redor, e a mesma percebeu seu feitio, parando de mexer nas gavetas e chegando para perto dela, encostando as costas igualmente.

— Você acha que ela vai ficar bem? —  questiona Evangeline sem olhá-la, referia-se a sua mãe, e ela sabia disso. Seus dedos batiam levemente no joelho em pé, ansiosa por uma resposta que a acalenta-se de alguma forma, e ao mesmo tempo sem o mínimo de esperança que isso fosse acontecer. Comprime os lábios ao retornar àqueles pensamentos auto-destrutivos, isso não a fazia ficar melhor, mas não tinha comando sobre eles.

— Bom, eu acho — ela revira os olhos para Rubi, que espalmava as mãos no piso frio, colocando a sua direita em cima da sua no joelho, a apertando com a sua temperatura morna. Evangeline a observa. — É sério.

— Viu como ela está, nunca mais vai poder andar de novo —  Rubi engole a sua saliva, isso era um fato que ninguém que visse Emma poderia negar. Mas não desejava passar mais terror aos olhos dela.

— Ela pode não voltar mais a andar, mas ela pode sim melhorar, não vai ficar naquele estado para sempre — tirando a sua mão por debaixo da sua, Evangeline esfrega os dedos das mãos juntamente, evidentemente ansiosa. Suspira fundo, tentando se acalmar. Coloca a sua cabeça no ombro de Rubi. Acaricia seus cabelos vermelhos, ambas fitando o vazio.

— Tomara que esteja certa, Rue... Tomara — sussurra cerrando os olhos.

Rubi coloca a sua palma no chão novamente, e então sente que tocou algum objeto empoeirado.

Embaixo da estante, Rubi acha uma caixa velha de discos, junto com o equipamento que fazia o som soar, realmente aquele negócio era bem antigo. Tira eles dali de dentro, o pondo em cima. Sopra um disco com traços vermelhos, de repente, fazendo a poeira voar pelo chão e pelo seu rosto. Ela espirra em consequência, balançado a sua cabeça junto com o movimento de seus cabelos ondulados, que atravessavam alguns centímetros do ombro.
 
—  Olha o que eu achei  —  Evangeline, se virando para ela com ligeireza. Seus olhos se ascendem de interesse pelos discos antigos.
 
—  Eu não tinha visto isso aqui antes...—  fala ela, admirando os detalhes do objeto.
 
—  Os discos estavam escondidos, de quem poderia ter sido? —  pergunta Rubi, virando o rosto em torno dela, que a olha nos olhos por uns segundos.
 
—  Eu não sei, talvez de alguém da minha família que tivesse uma paixão absurda por música —  pega o disco com traços vermelhos da mão de Rue.
—  The Temptations - My Girl... —  Ela lê a pequena escrita colocada em cima de um pequeno pedaço de fita adesiva branca. —  Depois posso perguntar para a minha mãe ou a minha tia de quem era isso na época.
 
— Tanto faz —  Rubi senta-se na cama cor de vinho em um pulo, jogando o seu corpo e olhando para o teto.
— Não gosto de músicas românticas.

Maligne: Cheios De Sangue (Concluída)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora