Black Rose

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Camila's POV

Lá estava eu, no meio de uma sala lotada, seis pares de olhos acompanhando cada movimento que minhas mãos faziam. Ocasionalmente, os olhares se concentravam no pequeno envelope que eu segurava, como se este estivesse prestes a pegar fogo.

Eu virei à carta algumas vezes, procurando inutilmente alguma inscrição além do "Camila Cabello" escrito na parte de trás do envelope com uma caligrafia precisa, mas não muito caprichada. Parecia trabalho de quem estava por aí há tempo o suficiente para considerar frívola a aparência das letras frente ao objetivo que elas tinham.

Vai saber? Talvez meu correspondente estivesse nesse mundo desde a invenção da escrita.

Eu fiz uma pequena menção de abrir o envelope e todos – até mesmo Lauren – prenderam a respiração, se preparando para o pior. Irritada, eu revirei os olhos e, sem me preocupar mais com cuidado, rasguei o lado da carta em um movimento brusco. Todos pularam para trás.

– Covardes. – eu murmurei, puxando a folha de papel que o envelope continha.

Minha bela Camila,

Anseio que esse envelope chegue em suas mãos como o planejado. Asseguro-te que nada tens a temer. Esse pingente pertence a você e a você apenas. Espero que decida mantê-lo.

De seu nem tão amigo,

Eu.

Terminando de ler as palavras em voz alta, eu sacudi o envelope na mesinha a minha frente, vendo cair dele um cordão. Tanto a fina corrente quanto o pingente eram feitos de um metal negro e brilhante. O pingente em questão tinha o formato de uma rosa aberta vista de cima, e no miolo desta estava uma pequena pedrinha que, como se por instinto, eu sabia ser um rubi.

Era a coisa mais linda que eu já havia visto.

– Ok... – eu ouvi a voz de Dinah, que agora parecia muito distante, enquanto olhava o cordão como se hipnotizada – "Minha bela Camila"? Alguém mais não gostou do pronome possessivo?

– É estranho, sou forçado a concordar. – Simon acrescentou.

– E a linguagem? – foi à vez de Mani questionar – Que coisa mais pré-histórica.

– Estamos lidando com um ancião. – explicou Lauren – Alguém provavelmente vindo de uma época na qual esse tipo de linguagem escrita era comum. O que vocês esperavam? "Fala, Camz, aqui é o Mestre, tudo tranquilo?" – perguntou ela, em tom sarcástico.

– Ou vai ver ele só estava tentando nos despistar. – argumentou Mani – Fala sério, você é bem velho e não fala assim!

– Normani provavelmente tem razão. – disse Simon, pensativo.

Eu ignorava a conversa ao meu redor. Respirando fundo, estendi a mão em direção ao estranho objeto a minha frente.

– Camila, não! – o grito agudo de Normani me fez parar.

– O que foi? – eu perguntei, tirando os olhos do colar pela primeira vez.

– Não sei se é seguro. – respondeu ela – Deixe Clarke e eu fazermos alguns testes.

– Ok. – eu respondi, um pouco contra a vontade. A parte racional de mim entendia a necessidade de prevenir algum possível encantamento no cordão. Porém, o resto de meu ser não estava preocupado. De alguma forma eu sabia que aquele acessório não me faria mal. E sim, isso era bastante confuso – Ele não me ameaçou em nenhum momento. – eu disse, mais para mim mesma do que para qualquer um ali.

VampireWhere stories live. Discover now