Night Callers - Part 1

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Oie meus amores, como vocês estão?Espero que bem.Dessa vez nem demorei tanto assim. Vamos a mais um capítulo?Espero que gostem e boa leitura!


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Camila's POV

Não vou nem fingir que tentei relaxar.

Desde que eu me entendo por gente, sempre tive pessoas me dizendo que eu precisava me acalmar. Como se fosse fácil. Tente meditar ou contar até dez quando todos a sua volta nutrem milhares de expectativas sobre você. Fosse como caçadora, como objeto de uma profecia ou como amiga, todos sempre esperavam algo de mim. Atingir as expectativas dos outros era difícil, mas eu tentava. Por mais ridículo que fosse, eu tentava, e aquilo tornava minha vida mais difícil. Eu aprendera a me sentir culpada por ter outros problemas, por sentir raiva, revolta, dor, como se de alguma forma aquilo me desviasse de meu propósito, meu motivo para existir. É claro que eu vivia estressada. Eu vivia dividida entre odiar quem eu era e tentar ao máximo ser essa pessoa. Estresse era como uma segunda natureza.

Sim, eu sabia que havia quase passado dos limites no QG. Já estava perdendo a cabeça com minhas amigas muito antes de Lauren chegar – atrasada, diga-se de passagem, mesmo após meus contínuos avisos para ela chegar na hora. Havia respondido torto a várias perguntas idiotas e cortado sem dó os vários comentários inúteis. Eu não era uma pessoa paciente. Nunca fora e nunca seria. E nos últimos dias andava um pouco mais grossa que o normal, por algum motivo.

Não, eu não sabia o motivo. Não mesmo. Cala a boca.

Estar com ela me deixava mais calma, era inegável. Mas isso não significava que eu ficava pior sem ela. Aquilo era completamente absurdo e eu me recusava a perder meu tempo considerando aquela ideia ridícula. Eu tinha mais o que fazer. Tinha a noite de folga. Havia acabado de tomar um longo banho. Podia ver um filme, ler um livro, afiar minhas estacas, praticar minha pontaria na sala de tiro...

... Podia ir vê-la, também, é claro.

Não. Não. Ela nem me queria lá, andava deixando isso bem óbvio. Não, eu ia ficar bem aqui.

Para reforçar meu ponto, cruzei os braços e me sentei em minha cama, decidida a não me mover até que a vontade idiota de ver Lauren passasse. Porque vê-la não era algo simples. Ir até lá implicaria dar explicações, falar com ela... Em um mundo ideal Lauren e eu nunca precisaríamos conversar. Ela apareceria e desapareceria da minha cama em um passe de mágica, quando eu bem entendesse. Aquilo era justo com ela? Não. Mas quem disse que eu preciso ser justa? Eu não sabia agir daquele jeito. Ser ruim fazia mais meu estilo.

Fiquei sentada sobre minha cama como uma criancinha irritada até ouvir meu telefone tocar.

Peguei o aparelho, feliz pela distração. Oh, claro. Como se fosse ser fácil assim.

– Hey, caçadora.

Em outra vida eu devo ter sapateado na mesa da Santa Ceia ou algo parecido.

– Se ligou pra pedir que eu te encontre em uma fábrica abandonada, desista. – eu disse, sem rodeios. Pude ouvi-la rindo do outro lado da linha.

– Não liguei pra pedir nada, Cabello, mas não minta para si mesma. Você não se importaria nem um pouco em estar sozinha comigo em algum lugar novamente.

– Na verdade, eu estou feliz de não estar sozinha com você no momento. Seu ego deve estar consumindo todo o ar do ambiente. – eu rebati, sem perder tempo.

– Hm, não é verdade. Mas garanto que se você tivesse aqui eu te daria motivos pra sentir falta de ar. – disse Lauren, e eu praticamente podia ver o sorrisinho nos lábios dela.

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