Olivia

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   Está ficando tarde. Estou debruçada sobre o balcão enquanto apoio meu rosto na minha mão. A boate está começando a fechar, Paul e alguns funcionários já estão limpando o chão sujo de tudo que se pode imaginar dentro de uma casa noturna. O lugar fede álcool e estou começando a me convencer de que ele foi embora. O sono já esta pesando, e dou uma leve cochilada.

— Olivia? — Paul me desperta e me ajeito no banquinho minúsculo. Mais uma vez sentada aqui sem saber o que fazer. Quero chorar. — Ele não está no banheiro e nem atende minhas ligações. Você tem certeza que ele não te avisou que iria embora?
    Faço que não e começo a aceitar que Henry me deixou sozinha em uma boate, logo após me beijar como se não houvesse amanhã. Me sinto uma idiota usada. Era óbvio que ele iria embora, eu o ataquei e tudo que ele queria era me ajudar a espairecer a cabeça. Que idiota.
— Vou te colocar em um taxi e pedir que te deixe na casa dele.

— Obrigada. — Agradeço e começo a caminhar em direção do homem de cabelos castanho usando um avental engraçado e uma roupa preta que parece quente demais. — Ei. — Eu chamo. — Por favor, pensa com carinho sobre eu trabalhar aqui. Eu não sei bem onde arrumar um emprego e acho que posso aprender a fazer o que as mulheres fazem aqui.

— Oli... — Ele sorrir. — Acho que Henry jamais permitiria que você trabalhasse em uma casa de stripper.

— Mas eu posso frequentar e não fazer parte? Não entendi.

— Ele meio que quer... cuidar de você. — Paul explica como se fosse óbvio.
    Respiro fundo e fecho os olhos um pouco. Quando abro, o homem na minha frente faz sinal para um taxi do outro lado da rua.

— Eu não pedi para ele cuidar de mim. E Henry não tem que escolher onde eu trabalho ou deixo de trabalhar, a vida é minha.
    Vou resmungando até o carro que estaciona em frente ao lugar que estamos. Paul abre a porta do automóvel e diz: — Conversa com ele, talvez ele te ajude a encontrar um trabalho melhor.

    

    A casa está escura quando desço do taxi. Apenas um caminho iluminado mostrava a entrada da casa. Blair e Mase já haviam chegado, o carro estava estacionado bem em frente. Já Henry, nenhum sinal de vida.
    Abro a porta devagar para que não faça barulho. Ele tinha passado a tarde inteira me fazendo gravar a senha de segurança da sala e agora eu só poderia agradecer por isso. Meus pés estavam me matando e eu só precisava de um banho quente e relaxante.

    Subi as escada e fui para o quarto. Deixei a banheira encher enquanto me olhava no espelho. Eu conseguia sentir cada sensação ao lembrar da boca dele em mim, passeando pelo meu pescoço e fazendo minha cabeça girar. Sua boca era macia, e o jeito que ele sorria enquanto eu saboreava seus lábios fazia tudo em mim vibrar. Respirei fundo antes de voltar para o banheiro para tomar um banho longe e quente.
    Blair tinha comprado alguns pijamas no meio de tantas roupas, mas optei por uma camisa branca que ainda estava na cadeira do quarto. Assim eu poderia sentir mais um pouco do cheiro dele invadir minha narinas me fazendo delirar.

    Virei para um lado na cama e em seguida para o outro. Caramba, eu não conseguia relaxar. Tudo me levava até ele. Todos meus pensamentos tinham um caminho direto que terminava em Henry Noah Stevens. Estou encarando o teto branco enquanto analiso as opções que tenho. Um, preciso voltar a policia e pedir ajuda. Dois, preciso de um emprego até que alguém venha me buscar. Três, preciso tirar aquela boca rosada dos meus pensamentos.

    Eu sento em um só movimento. Tive uma ideia brilhante. Tiro as cobertas de cima de mim e calço a pantufa que ganhei. O corredor está escuro quando saio por ele em direção ao escritório, tento não fazer muito barulho enquanto vou até lá.

TruthWhere stories live. Discover now