TESTAMENTO DA DUQUESA

Capitulo XXIX

"Eu te odeio", disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. "Eu te odeio", disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma?
Clarice Lispector

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O tempo tinha esfriado e a tempestade piorado, se Antony fosse de fato se aventurar até o vilarejo, Levi também iria. Não estava disposto a ficar dentro de casa como uma mulher, vendo seu homem trabalhar para sustentar a família. De uma forma estranha estava irritado por causa da maldita criada, que novamente se aproveitou da situação e quase passou os seios na cara do seu homem.

Não conseguindo, dormi, por conta dos trovões, pesadelos que estava tendo nos últimos dias. Resolveu sair do seu conforto de uma cama quente e macia e ir até à biblioteca ler um livro de botânica Tinha ganhado sementes de flores novas do cocheiro da propriedade que virou um amigo de seu agrado por isso queria aprender sobre a espécie, antes de cultivá-las no jardim, que estava mexendo com Diana.

Se antes não podia entrar em uma biblioteca, por ser plebeu. Agora tinha uma que era só sua. Já que na mansão somente Levi adorava ler. Como um mimo ao noivo Antony encomendou muitas obras novas do mercado da literária. Inclusive, tinha vários por serem tão caros que era até auto grafado, por autores de renomes da época. O que deixava Levi ainda mais zeloso com os livros.

Deitado no sofá do escritório lendo, murmurou irritado por sentir, ciúmes. Só que não daria o gosto a mulher que desejava ser repreendida e ser feita de vítima. Absorveu o conselho de Maria e da governanta que ainda buscou forca na cozinheira que se ele permite-se queria envenenar a comida da esnobe. Só por isso Levi estava se mantendo calmo e sereno. Tinha vez que desejava grudar no pescoço de noivo por ele ter culpa de ser tão lindo e viril.

Se Julieta visse o duque pelado como o ruivo via todos os dias. Ela enlouqueceria de paixão ainda mais. Amor? Somente Levi sentia por Antony e ambos sabiam disto. Na verdade, todos que conviviam com o casal apaixonado, tinham certeza dos sentimentos dos enamorados.
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Pobre coitado do Antony. Estava até desconfortável com a situação e percebeu que o noivo ficou estranho pela situação por isso, respeitou espaço de Levi e se entregou ao sono naquela noite. Estava exausto, pelo banho na chuva. Em busca de um conselho sábio, conversou com a melhor amiga por horas e foi aconselhado a mandar Julieta, embora e depois Valério como príncipe, que corresse atrás da bandida.

O duque não estava, bem um pouco disposto a levar seu amado ao extremo do nervosismo. Levi era intenso demais e todas suas emoções (refletia) nele. Como seu homem, Antony percebeu que já estava dando para o ruivo, só óleo trovão forte que deu e ele se encolheu como fazia nas primeiras vezes que dormiram juntos.

Muitos podem até achar dengo, charme e até fraqueza. Só que Antony sabia que de fato era trauma de uma vida sofrida. Naquela noite chorou em silêncio no escritório, lembrando do dia que conheceu seu amado. Possui cicatrizes na costa, que estava em carne viva. Tinha hematomas no rosto e como médico explicou, estava desnutrido. O peito do duque se apertou tanto só de levar seu homem, na vez que estava enfermo, querendo partir do mundo.

Antony passou a mão do lado buscando o corpo do seu amado e se despertou assustado quando percebeu o vazio ao seu lado. Levantou pelo susto do trovão e comprovou que estava sozinho no ambiente. Pegou sua calça jogada no chão e vestiu. Calçou suas sandálias e Passou a mão no rosto, para despertar do somo. Pegou um castiçal com vela e saiu do quarto, atrás do noivo. Estava muito preocupado com seu amado.

Os corredores estavam, escuros e quando desceu o último degrau viu um vulto branco indo na direção do seu escritório particular. Acelerou os passos e o vento forte que entrou pela janela aberta, apagou a vela. Ele estranhou e andou até a vidraça e a fechou. Odiava o clima de terror que dias de tempestade causava.