Espera...tínhamos um roteiro preparado por Hemmings?

Mesmo que Luke não pudesse ir comigo, ele queria me mostrar a cidade. Senti uma pontada no coração por não podermos fazer isso juntos, mas estava grata pela dedicação dele. Algo em mim queria gritar bem alto.

Segundo o roteiro do loiro, deveríamos almoçar em um restaurante específico, com um nome que eu não sabia pronunciar. Eu deveria escolher qualquer coisa do menu de massas, acompanhado por um vinho recomendado pelo garçom.

Calum tinha que tirar uma foto minha experimentando o prato pela primeira vez. Eu deveria resumir o gosto em uma única frase e depois postar como legenda da foto.

"Eu poderia morrer depois de terminar esse almoço" foi a minha frase.

A sobremesa era de uma loja de gelato, não muito longe do restaurante do almoço. O caminho era cheio de artesãos e outros artistas de rua, e eu deveria escolher uma música para um violonista específico tocar pra mim.

Escolhi Wish You Were Here do Pink Floyd.

Calum me abraçou quando eu senti que ia me emocionar. Era uma das minhas músicas favoritas e o momento era tão perfeito que eu queria que Luke estivesse ali.

Deixamos vários euros na cestinha do artista, arrancando um sorriso enorme dele.

Na loja de gelato, experimentei a especialidade da casa, e eu juro que tive vontade de chorar de tão bom que era. A mesa na qual sentamos tinha vista para uma grande praça que eu não sabia o nome, mas entendi a importância para Luke quando vi um punhado de gente iniciando um flashmob ali.

- Meu deus! - cada detalhe era perfeito.

- Incrível, não é?! - Calum me pegou pela mão e seguimos a rua até o local do movimento.

Depois do evento dançante - do qual tirei várias fotos - Cal anunciou que subiríamos a Torre Eiffel ao pôr do sol mas, antes disso, precisávamos aí até uma loja de roupas de gala, onde eu deveria escolher o vestido mais bonito à venda.

- O quê?

- É sério, Luke foi bem específico nessa orientação - meu amigo riu.

Entramos na loja e eu escolhi um vestido bege perolado que combinava com a minha pele. Para a minha surpresa, não era só o vestido: a produção trazia também um cabeleireiro e um maquiador.

Pedi meu cabelo solto e com mais ondas, e uma maquiagem leve que não derretesse no sol parisiense.

Quando terminaram, eu me sentia membro da família real. O vestido era deslumbrante, mas discreto, e combinava com o dia. A maquiagem me fazia parecer um pouco mais corada e saudável do que eu era realmente. Completei o look com o anel de Luke pendurado no meu pescoço. Era perfeito.

Enquanto eu me arrumava, Calum apareceu com uma câmera polaroid e anunciou que era hora de subirmos a torre. Seguimos por um quarteirão apenas.

As pessoas me olhavam como se eu e Cal estivéssemos no nosso "grande dia". Ele segurou meu braço para não decepcionar os espectadores da nossa aventura.

Ao sair do elevador da torre, meu coração quis romper o meu peito.

A vista era digna de todas as poesias possíveis. Eu senti que poderia me apaixonar por cada molécula no ar.

- Calum, isso é...muito mais do que eu poderia imaginar - me aconcheguei nos braços do meu amigo, sem palavras para acrescentar.

Ele me afastou depois de um tempo e mirou a polaroid no meu rosto embasbacado pela cidade.

A luz dourada do sol baixando nos iluminava, eu ri analisando a cena perfeita. Eu não poderia ter sonhado que a realidade seria assim. Cada segundo da experiência tinha um toque de Luke.

Ele adorava massa com molho branco, o violonista de rua tinha cabelos como os dele, o gelato não era tão doce, o flashmob era rock anos setenta, a loja vendia smokings que eram a cara do loiro e a vista de Paris era dourada como ele.

Queria ligar para Luke e não falar nada, só ouvir sua respiração do outro lado da linha, como se ele estivesse ao meu lado.

Antes que eu pudesse pedir meu telefone a Calum, o moreno me estendeu um bilhete. Reconheci a caligrafia de Luke.

"A melhor vista de Paris".

Levantei o rosto para voltar a apreciar o encanto da cidade luz, mas Cal interrompeu meu movimento, me estendendo a polaroid que havia tirado de mim: eu, entre um riso e um choro, com a cidade ao fundo. O anel do loiro brilhando acima do meu decote.

Ri da bobeira de Luke.

Eu me sentia leve. Queria gritar para que tudo mundo soubesse o quão feliz eu estava. Queria poder chegar no hotel e beijá-lo como se a nossa existência acabasse aquela noite.

Ao mesmo tempo que eu queria que o passeio nunca acabasse, estava louca para voltar ao hotel e vê-lo. De qualquer forma, eu e Calum não demoraríamos muito, tínhamos um vôo para Amsterdã no dia seguinte.

Me sentia a mulher mais sortuda do mundo na viagem de volta para o hotel. Queria que Luke me visse no vestido que ele tinha comprado.

Eu não deveria ir até o quarto do loiro, mas precisava vê-lo, mesmo que fosse apenas à distância, no corredor.

Calum foi para outro lado, me deixando entrar no elevador sozinha, quase correndo na direção do quarto de Luke.

Ao reconhecer o número na porta, toquei a campainha, me afastando logo em seguida. Me assegurei de estar à uma distância inofensiva.

Ele abriu a porta usando uma camiseta branca de seda, parecia ter acabado de sair de um comercial de perfume. O cabelo milimetricamente perfeito.

- Hey - ele disse, me examinando como se eu fosse uma aparição divina.

Sorri segurando o anel dele.

O olhar de Luke se fixou no presente e ele abriu um sorriso gigante de volta.

- Obrigada - agradeci.

Luke olhou rapidamente para a câmera no final do corredor e me estendeu a mão. Eu aceitei, apreciando o carinho que o polegar dele fazia na minha mão. Mesmo o nosso toque inocente enviava estímulos elétricos fortes no meu corpo.

- Como você se sente? - ele perguntou num sussurro.

- Quase como se eu fosse sua.

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Notas da autora

Oi oi!

Passando só pra agradecer o carinho de vocês com Lover of Mine. Cada comentário aqui aquece meu coração 🥰

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- Iza

Lover of Mine | Luke HemmingsWhere stories live. Discover now