Capítulo 29

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Entrei no meu quarto angustiada, desejando poder gritar, mas Luke e Sierra me ouviriam pelo corredor.

Aguardei enquanto contava mentalmente o tempo dela subir e entrar no quarto no quarto dele.

Imaginei se ela sentiria o meu cheiro, o meu gosto. Fiquei pensando se ela suspeitaria do que tinha acontecido no tapete, ou na porta, ou em tudo que se passou na cabeça dele.

Ele a tocaria com as mesmas mãos?

Se eu fizesse silêncio, poderia ouvir eles rindo e fazendo planos pro bebê?

A vida real estava batendo à minha porta. Nice seria apenas uma boa cena pra guardar.

Andei de um lado pro outro do quarto, controlando tudo em mim para não desmoronar. Era um filme de terror tentar imaginar tudo que poderia estar acontecendo entre eles.

Na minha inquietação, eu não quis ficar sozinha. Saí do quarto para pegar um ar. Aquilo me distrairia.

Desci até o térreo e segui para a piscina do hotel.

As poucas luzes acesas não chegavam a dificultar a visibilidade do caminho mas, claramente, hóspedes não eram encorajados a ficar ali na madrugada.

Logo logo ia amanhecer, pelo menos eu teria a vista do primeiro sol francês, aquilo deveria me animar.

Uma sombra se apoiava sobre os joelhos em uma espreguiçadeira na beira da piscina. Havia uma garrafa em sua mão.

- Eu vou beber isso - apontei e sentei ao lado da sombra, que reconheci ser Calum.

Ele me encarou por um momento, enquanto eu pegava a garrafa e sentia a bebida descer ardendo na minha garganta.

- Quer conversar? - Ele parecia disposto a ouvir, mas eu não sabia se queria falar.

- Minha cara está ruim assim? - levantei uma sobrancelha.

- Nunca - o baixista riu, notei o quão charmoso ele era - É o Luke?

Eu não respondi, mas ele me deu um olhar compreensivo e balançou a cabeça.

- Você gosta mesmo dele?

- Não é sobre ele - me defendi.

Calum ignorou.

- Algo aconteceu?

- Não...

- "Não" é terrível. - ele tomou a garrafa da minha mão e virou um gole.

Lembrei que Calum estava com aquela expressão no rosto desde cedo. Ele sempre foi calado, principalmente quando bebia, mas eu nunca tinha perguntado o porquê.

Éramos próximos de alguma forma, mas nem tanto. Eu não sabia se devia invadir a privacidade dele.

- E você? Você está bem?

Perguntei, tentando desviar o assunto de mim.

Ele riu, mas havia uma nota de infelicidade.

- Não.

Ficamos conversando por um bom tempo. O moreno me contou que havia terminado um relacionamento que não era bem um relacionamento. Eu tentei não comparar as nossas situações, nunca fui muito boa me abrindo.

Achei que ele estava precisando mais de consolo do que eu.

Não terminamos a garrafa de gin, nossa conversa era terapêutica. Até o silêncio ocasional era confortável.

- Eles tem muita história, e ela pode ser... difícil às vezes. - Calum confessou entre um gole e outro, falando do casal - Luke sempre teve um dedo podre. Ele sabe disso e tem receio de tomar certas decisões.

Lover of Mine | Luke HemmingsKde žijí příběhy. Začni objevovat