Capítulo 11

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Voltamos para a sala dando sorrisinhos sugestivos. Ninguém parecia prestar atenção, mas Luke, a única pessoa sóbria, me dava a entender que sim, ele sabia o que tinha acontecido.

Ele ria alto enquanto jogava algum jogo com o resto do pessoal, e Sam me colocava sentada em seu colo. Eu só deixei ele fazer isso.

Era uma forma de também deixar claro pra todo mundo que Luke era apenas um amigo.

Eu e Sam entramos na brincadeira e, apesar de olhares casuais com o loiro na minha frente, eu não notava nenhuma perturbação nele.

Era tudo tão platônico que eu não sabia até onde meus limites com Luke iam.

Algum tempo depois, o pessoal foi indo embora. Mila se demorou na despedida com Luke, tirou foto com ele, pediu autógrafo e quase chorou quando ele a abraçou.

Eu não conseguia parar de pensar que toda a empolgação que ele causava aos fãs realmente tinha sentido na vida real.

Sam se despediu de mim como um cavalheiro, sem mostrar na frente dos outros o que tínhamos feito na cozinha.

Quando bati a porta da frente, Luke me olhava ainda sentado na poltrona, com um copo na mão.

Eu estava cansada.

- Hey. - ele disse.

- Hey.

Andei em sua direção.

- Sam é um cara legal. - ele levou o copo até a boca, de repente interessado demais na bebida.

- Ele é. - foi só o que eu disse.

- Longa história?

- Um pouco.

- Ok. - ele puxou um canto da boca forçando um sorriso.

- Ok.

Me recostei nas grandes almofadas do sofá e abracei minhas pernas. Não falamos nada por algum tempo, enquanto ele terminava a bebida. O silêncio era confortável. Ninguém se sentia na obrigação de falar nada, e isso era suficiente.

Me peguei pensando se um dia ele ia me apresentar aos meninos ou à Sierra. Se eu faria parte do seu quadro oficial de amigos, ou se eu era uma temporada.

Uma época pra se lembrar de vez em quando, até que o tempo me apagasse por completo.

Me perguntei se eu também o guardaria da mesma forma. Como uma foto no fundo da gaveta, sem contexto, sem apego ou sentimento. Apenas um pedaço de papel que já não faz sentido no mundo.

Eu queria fazer sentido no mundo dele, mesmo que eu ainda não fizesse total sentido no meu.

O problema era que, enquanto eu não fizesse sentido pra mim mesma, não faria pra ninguém.

A minha instabilidade derrotaria meus planos, minha imagem, mancharia as memórias boas que as pessoas tem de mim.

Mancharia a minha memória de mim. Até que eu mesma me esquecesse. E ficasse ali. Sem a minha paz na dor. Sem nada. Pairando sobre a terra sem contato com exterior. Sem nome, insípida, insossa.

Como já fiquei antes.

Eu poderia retornar à mim mais uma vez?

Ajudei Luke a terminar uma garrafa de um licor qualquer que estava em cima da mesinha de centro.

- Julie. - ele me chamou tão baixo que uma pessoa do outro lado da sala silenciosa não ouviria.

- Sim?

- Por que você tem tanto medo de tempestade?

Lover of Mine | Luke HemmingsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora