Capítulo 19

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Eu já estava jogada no sofá do Ash fazia pouco mais de uma hora. Estávamos brincando de mímica e Calum era péssimo na vez dele, sempre acabava rindo de si próprio. Michael chutava as respostas mais aleatórias que existiam e Ash as mais indecentes.

Luke repetia variações de respostas envolvendo pinguins e crossfit, que sempre estavam erradas, mas ele não desistia.
Ash falava que ele não iria conseguir, e o loiro imitava o amigo gritando ainda mais alto "você nunca vai conseguir".

Era engraçado ver como aqueles homens enormes viravam criancinhas quando estavam juntos.

Pedimos pizza e bebemos mais, parecia até que tinha mais gente ali, pela altura da música.

Michael foi o primeiro a ir embora, afinal, Crystal o esperava em casa. Calum estava sentado numa poltrona, parecendo pensar profundamente sobre algo, enquanto Ash conversava com o dois amigos que estiveram durante o show comigo.

Luke e eu, sentados no sofá de dois lugares, cantávamos Nickelback a plenos pulmões.

- Jules, como está o seu pai? Eu sinto falta dele.

Luke perguntou com um tom casual, mas parecendo se importar realmente. Eu sabia que ele se importava.

- Ele também pergunta de você. - bebi da minha garrafa - Ele está bem.

- Talvez eu devesse passar lá algum dia desses.

Eu não conseguia interpretar muito o tom de voz dele com a música naquele volume.

- Claro. - respondi, sem me prender muito no assunto.

Começou a tocar Better, do Khalid, e eu levantei pra dançar, amava aquela música. Tentei puxar Luke, mas ele preferiu ficar sentado no sofá me observando.

Dediquei, então, a minha performance a ele, que me observava com olhos indecifráveis.

"No one's got to know what we do, hit me up when you're bored
'Cause I live down the street, so we meet when you need it, it's yours"

(Ninguém precisa saber o que fazemos, me ligue quando estiver entediado.
Porque eu moro no final da rua, então a gente pode se encontrar. Quando você precisar disso, será teu).

Cantei segurando a long neck de Budweiser, e ninguém parecia prestar atenção, além de Luke. Dancei lentamente pela sala, sentindo a canção e a leveza do álcool correndo em mim.

"You say we're just friends but I swear when nobody's around
You keep my hand around your neck, we connect, are you feeling it now?"

(Você diz que somos apenas amigos, mas eu juro por Deus que, quando não há ninguém por perto, você bota minha mão no seu pescoço, a gente se conecta, você está sentindo isso?)

Abri meus olhos para encontrar os dele. Era como se a música e o mundo fossem todos sobre nós.

Mas nós não existíamos, então, o que era aquilo?

O vi me acompanhar mexendo os lábios no refrão:

"Nothing feels better than this, nothing feels better, nothing feels better than this, nothing feels better"

(Nada é melhor que isso, nada é melhor, nada é melhor que isso, nada é melhor).

Sorri secretamente para o meu amigo, que já não era tão secreto assim. Mas até onde o mundo sabia sobre nós?

Ao final da música, voltei a sentar de frente pra Luke, mas tentei não olhar diretamente pra ele. Sem o calor da melodia, não sabia se conseguiria segurar aquela tensão.

Ele pegou a minha mão e eu senti o choque percorrer a minha pele, tive que olhá-lo enquanto ele levava a minha mão até seu pescoço.

- Você está sentindo isso? - Luke recitou o trecho da música.

O ar parou de circular por um milésimo de segundo. Maldito.

As batidas dentro de mim tentaram arrebentar meu peito, mas eu consegui controlá-las.

- Que é hora de parar de beber? - cortei ele. - Estou sim.

Ele riu e eu puxei a minha mão de volta. Eu não o deixaria nos colocar naquela situação de novo, não quando tinha audiência em volta.

Levantei pra buscar outra cerveja, e Calum me deu um sorriso terno. Ele tinha visto, claro, mas eu tinha receio de saber o que ele tinha achado da cena.

Luke foi atrás de mim na cozinha.

- Foi uma brincadeira - ele disse.

- Eu sei - fiz pouco caso.

- Então me abraça como se nada de estranho tivesse acontecido.

Eu olhei pra ele com uma grande interrogação na cara.

- Está com medo de me tocar?

Revirei os olhos. Minha falsa impaciência precisava de mais atuação.

- Ok. - cedi.

Soltei a cerveja e o abracei pela cintura, encostando minha cabeça no seu peito. Ele apertou seus braços em à minha volta, aproximando ainda mais nossos corpos. Eu não tive opção a não ser dar mais um passo pequeno na sua direção.

Inspirei seu perfume natural enquanto sentia ele começar a massagear meus ombros.

- Sinto falta disso. - confessei com a voz abafada pela blusa dele.

- Eu também.

Nos soltamos depois de um tempo. Voltamos para a sala e conversamos com os outros caras pelo resto da noite.

Mais tarde, fui embora satisfeita comigo mesma. Eu havia resistido tão bem que faria um cupido duvidar do poder de sua flecha.

___

Notas da autora:

Olá outra vez :)

Vim trazer um questionamento importante: cês estão dando play nas músicas nos momentos sugeridos?

Prometo que a experiência fica mais completa quando acompanhada pela música!

Cada uma delas foi pensada especialmente para caber ali, então, se puder, deixe uma aba do seu app de streaming de música aberto para tocar quando a marcação [play] surgir ❤️

Lover of Mine | Luke HemmingsWhere stories live. Discover now