·Capítulo 29·

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Pov Corinna


... Manhã seguinte após a tentativa de fuga


  Acordo com o sino do despertador soando nos meus ouvidos. Abro meus olhos e noto que a cama está vazia ao meu lado. Me levanto assustada. Será que eles fizeram algo com ela? Abro a porta do quarto e procuro Eve pela casa toda. Não a encontro. Corro em direção a porta de saída sem me importar com o pijama que estou usando. Antes que eu alcance a porta, ela se abre, revelando o pequeno corpo da garota.

—O que aconteceu?– ela pergunta assutada.

—Estava te procurando, achei que tinha acontecido algo com você– digo apoiando as mãos no meu joelho e dando longos suspiros para controlar a minha respiração– onde você foi?– levanto minha cabeça para olhar a garota.

—Fui falar com eles para ver se me deixavam ir com você, já que eles vão levar médicos e outros profissionais– ela diz fechando a porta atrás de si.

—E eles deixaram?– pela sua falta de animação eu já imagino a resposta.

—Não– ela torce a boca em uma careta– falaram que "uma auxiliar não teria utilidade lá"– ela faz aspas com os dedos.

—Sinto muito por ter que ir– digo me aproximando– eu não sei o que fazer, mas eu prometo que vou voltar para te buscar e sairmos daqui juntas.

—Você não pode fazer nada, Cori– ela abre um sorriso gentil– e eu já disse que estarei aqui esperando por você– ela segura na minha mão e começa a me puxar em direção as escadas– vem, vamos arrumar as suas coisas.

  Arrumo uma mochila com algumas roupas de frio. Droga, eu não sei nem o que eu tenho que levar. Coloco tudo o que eu imagino necessário na mochila enquanto Eve está sentada na cama me olhando com aqueles seus olhos negros. Eu devia ter planejado uma fuga rápida daqui para caso eu precisasse, igual eu estou precisando agora. Merda, como eu pude ser tão estúpida? Meu peito começa a pesar e eu sinto uma lágrima grossa molhar a minha bochecha.

—Ei, não chora– ela se levanta e vem até mim– você não pode chorar se não eu vou chorar também, tá bom?– eu concordo com a cabeça e coloco a mochila nas costas– vem, vou te acompanhar até a porta.

  Desço as escadas segurando a mão da garota. A mão dela está suada, ela parece estar tão nervosa quanto eu, apesar dela tentar não demonstrar. Ela abre a porta e nós nos encaramos paradas ali. Nenhuma de nós tem coragem de dizer o "adeus" primeiro. Dou um suspiro e tomo os seus lábios para mim. Nosso beijo é calmo e doce, é uma despedida muda. Separo nossos lábios e saio dali sem olhar para trás.

  Chego na sala de reuniões e ela já está cheia de pessoas, mais do que eu consigo contar, todos homens. Todos os olhares vão para mim quando eu entro, fazendo com que eu me sinta minúscula ali. A maioria dos olhares pareciam irritados, outros pareciam curiosos com a minha chegada. Olho o relógio na parede e vejo que ele está marcando que falta cinco minutos para as seis horas. Eu não estou atrasada.

—Sou o capitão Barnes– um homem com uma postura impecável e olhos verdes me estende a mão– eu estou no comando dessa operação.

—Eu sou...– estendo a mão para a dele e começo a me apresentar, mas sou interrompida por ele:

—Eu sei quem você é– seu aperto de mão é forte– Corinna Müller, certo?

—Sim– digo soltando a sua mão– o juiz disse que você iria me explicar isso tudo antes de sairmos.

—Primeiro, me dê a sua mochila.

  Tiro ela das minhas costas e coloco ela na mesa que tem perto da gente. Todas as pessoas já tinham parado de prestar atenção em mim e estavam envolvidas em suas próprias conversas, isso fez com que eu conseguisse relaxar mais. O capitão começa a abrir a minha mochila e tirar tudo o que tem ali. Que merda ele está fazendo? Ele começa a colocar todas as minhas roupas na mesa e eu junto as minhas sobrancelhas sem entender.

A Garota na Floresta | The Walking DeadWhere stories live. Discover now