·Capítulo 11·

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Pov Corinna


...Alguns minutos após chegar em Alexandria


—Eugine– minha voz sai em um sussurro e não sei como, mas eu corro até ele e o abraço apertado.

  Ele me sustenta em seus braços enquanto as minhas pernas tremem igual varas verdes. Meu irmão não havia mudado quase nada na sua aparência, seu cabelo está um pouco maior, mas ele ainda mantém aquele corte estranho nele e seu abraço é desajeitado igual era antes, mas também é acolhedor ainda. Quando minhas pernas finalmente se firmam no chão, me afasto de seu abraço e me preparo para fazer a coisa que mais quero nesse momento:

—Seu idiota desgraçado– grito depois de socar a sua cara– você estava aqui na Virgínia esse tempo todo e não pensou nem um dia em ir ver se nós estávamos vivos ainda?– olho para ele que agora estava no chão com a mão onde meu soco o atingiu– achei que você tivesse ficado lá na merda do Texas, seu babaca.

—M-me desculpa– ele ainda estava confuso com o meu soco repentino– eu calculei as probabilidades de algum de vocês ainda estarem viv...

—Probabilidades?– interrompo ele antes que ele termine toda aquela merda– eu sou a merda de um número agora para você, Eugene?

—Não– ele diz abaixando o seu rosto– me desculpa– ele ergue de volta a cabeça para olhar em meus olhos e mexe as mãos pedindo desculpa em libras também, trazendo de volta o nosso velho costume de responder com a voz e com libras.

—Tudo bem, irmão– respondo e faço um sinal em libras para ele, indicando que estava tudo bem. Estendo a mão para ajudar ele a se levantar, eu nunca seria capaz de ficar com raiva dele.

—Irmão?– ouço a voz do Rick atrás de mim e só então percebo que todos ali olhavam a nossa cena, incluindo Daryl que nos olhava com as sobrancelhas unidas e uma caixa na mão.

—Sim, certamente ela é a última geração da minha linhagem que ainda está viva– ele confirma do seu jeito esquisito e com um braço ele me puxa pelos ombros para perto dele.

—Vem aqui– deixo Rick com um sorriso no rosto e uma cara de confuso para trás e puxo Eugene pela mão até a cabine da caminhonete.

—Lembra dele?– pergunto mexendo as mãos para fazer a pergunta em libras também e abro a porta da caminhonete, mostrando o rádio que pertencia a ele.

—Claro– ele faz um gesto rápido com as mãos em resposta, ele parece mais animado em ver o rádio do que em me ver.

—Você gostava tanto dessa coisa– digo e faço outros gestos para repetir a frase em libras enquanto vejo ele pegar o aparelho– nunca entendi por quê deixou ele para trás quando se mudou para o Texas.

—Juntei dinheiro e comprei outro quando cheguei no Texas– ele começa a explicar olhando para o objeto em suas mãos– deixei esse para a nossa mãe poder se comunicar comigo, caso algo acontecesse.

—Se comunicar com você?– dou uma risada unindo as sobrancelhas– nossa mãe era muda, como ela poderia usar isso?– pergunto sem entender.

—Por código morse– ele responde simples.

—Código morse?– pergunto incrédula– a mamãe sabia código morse?

—Sim– ele responde no seu tom neutro de sempre.

—É claro que ela sabia– digo abaixando o olhar e dando um sorriso de lado– ela era tão inteligente– lembranças boas invadem os meus pensamentos– você é igual a ela– digo levantando os olhos para olhar nos seus.

A Garota na Floresta | The Walking DeadWhere stories live. Discover now