- Ok. Quer que eu vá com você?

Ele levantou uma sobrancelha.

- Você sabe o que eu quis dizer! - me defendi.

- Desculpe, só estava brincando. - Luke puxou um sorriso infeliz.

Me quebrava vê-lo daquela forma.

- Quer fazer como faziamos no começo? - sugeri.

Ele não pareceu entender a minha sugestão.

- Podemos assistir um filme e eu posso te fazer uma massagem nos pés. - usei minha expressão neutra para que ele soubesse que minhas intenções eram puras.

- Eu não sei... - ele estava tentando fugir, e com toda razão.

O que eu estava tentando fazer?

- Luke, eu não estou tentando te convencer a fazer nada. - prometi - Eu só acho que devemos tentar ser amigos.

Ele riu.

Qual era a graça?

- E como estar sozinho com você em um quarto de hotel vai ajudar nisso? - ele usou um tom que eu não gostava.

Fiquei com raiva dele. Eu só queria tentar qualquer coisa e não ficar só esperando o tempo passar. Mesmo assim, não ia discutir com ele.

Levantei da cadeira de praia sem falar nada e marchei em direção ao hotel, sentindo o vento ficando mais pesado na costa.

Droga.

Quando pisei no saguão, escutei a chuva começar lá fora. Logo, Luke e Calum me alcançariam.

Era uma daquelas chuvas de verão que vem como uma pancada forte e aí então se dissipam de uma hora pra outra.

Eu não queria encontrar o loiro, então corri para o elevador, apertando o botão para fechar a porta com pressa.

Me fechei no quarto, sabendo que poderia aguentar aquela tempestade sozinha, só bastava eu me distrair por algum tempo.

Preparei um banho de sais e liguei a música alta no banheiro. Fiquei lá por um bom tempo, aguardando o barulho da chuva parar de se misturar com o das ondas no mar, mas o barulho de fora estava ensurdecedor.

Dado algum tempo, meu coração ainda estava inquieto, e eu podia sentir meu sistema nervoso começando a dar sinais de falha.

Não era toda tempestade que me deixava assim, e a imprevisibilidade era o que me matava. Eu tinha que estar preparada para quando acontecesse, mas num quarto de hotel sozinha e distante de casa era difícil demais.

Me levantei da banheira respirando controladamente e tomando cuidado para que os tremores não me deixassem escorregar.

Parei a música que eu já não escutava e me enrolei na toalha, buscando a roupa que eu tinha preparado para dormir.

Me sequei da melhor forma que pude e me vesti para sair do quarto. Eu não queria ficar sozinha, eu não podia ficar sozinha. As paredes brancas do quarto começariam a desmoronar com o balançar da minha visão.

Tentei passar o cartão na porta várias vezes para que abrisse, mas parecia impossível. Respirei fundo impedindo que as lágrimas descessem. Olhei bem o cartão na minha mão e a fenda no aparelho da porta.

"Eu só preciso passar, não é um desafio".

Tentei mais algumas vezes, aí o dispositivo fez um barulho que me aliviou.

Deixei que a porta batesse sozinha quando corri para o quarto de Luke, tocando a campainha impacientemente.

Ele gritou algo lá de dentro que eu não consegui assimilar, o som da chuva batendo na janela do corredor era alto demais.

Lover of Mine | Luke HemmingsWhere stories live. Discover now