|| 13. K E N D R A ||

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13. K E N D R A

Me despeço de Abby e a observo ir para a lanchonete, aceno para ela antes dela entrar e faço meu caminho até o dormitório.

Encontro Vincent sentado em frente a sua escrivaninha, ele olha para mim quando nota a minha presença. Tiro meus sapatos e calço minhas pantufas, sobre o seu olhar especulador.

— Se sente melhor? – Questiona, virando sua cadeira para poder me observar melhor.

Confirmo com um menear de cabeça.

— Não sei como agradecê-lo pelo que fez mais cedo.

— Não precisa me agradecer, Ken. Eu faria por qualquer um.

Assinto.

Pego meu celular e mostro a foto a ele, a que usei para chantageá-lo.

— Vou apaga-la. Você foi meu anjo da guarda hoje. É a minha forma de agradecê-lo. – Apago-a diante dele.

— Tem certeza disso? Não irá querer usá-la mais tarde, quando eu fizer raiva em você, aponto de querer socar a minha cara e me chantagear de novo? – Pergunta brincando e eu nego sorrindo.

— Sou um homem de palavra.

Assim que apoio meus pés no chão sinto meu tornozelo arder de imediato. Ignoro a dor e caminho arrastando o pé direito até o meu beliche.

Vincent levanta-se rapidamente e me segura em seus braços, fazendo parecer que não peso nada, ele me joga em sua cama e eu começo a me debater.

— Ahhhhh! Vou te expor para todos verem sua mentira, eu tenho uma foto, tenho provas... – Ele segura meu tornozelo ferido e pega a sua caixa de primeiros socorros, tira uma pomada de dentro dela e coloca um pouco em seus dedos, passando em toda a extensão do ferimento.

— Ai, ai, ai! – Grito quando começa a arder.

Ele não diz nada, apenas muda a forma como estava passando a pomada, deslizando gentilmente o indicador sobre a minha pele, chega os lábios perto do ferimento e sopra, trazendo um frescor logo em seguida, estou tão imersa em seu gesto que não consigo me mexer, na verdade, não consigo dizer nada. Apenas admirar a beleza desse homem, ajoelhado a minha frente, cuidando do meu machucado como se eu fosse um objeto de grande estima.

(...)

"Em comemoração à saída do Ken da enfermaria, vamos todos jantarmos fora hoje!" – Leio pela terceira vez a mensagem que Dylan enviou no grupo de Peter criou para nós seis, mais cedo.

Separo uma roupa para usar daqui a pouco, jogando-as sobre o ombro e aguardo Vincent sair do banho. Ele sai já vestido com uma blusa de lã preta, um cardigã branco e coloca o casaco que deixou em cima da cama. Corro para o banheiro quando ele me pega o observando.

Tomo um banho rápido e verifico minha peruca e me visto, vai que essa criatura via embora e me deixa para trás?

Nem sonhando.

Passo o cachecol pelo pescoço e coloco o casaco e caminho ao lado de Vincent para fora do quarto. Nos dividimos em dois táxis e seguimos até o restaurante que Dylan fez a reserva.

— Um brinde a recuperação do Ken! – Benjamin, que animadamente nos pediu para o chamarmos de Bem, ergue sua taça de vinho, sendo acompanhado pelos outros. Ergo meu copo de Coca-Cola e Vincent o seu suco de laranja dele.

Enquanto aguardávamos nosso pedido, a conversa fluiu sobre todos os tipos de assuntos. A começar pelo namoro.

Nenhum deles tinha namorado na vida, não muito diferente de mim. Descobri que Dylan era o mais tagarela, o que animou o grupo desde que chegamos. Peter é o mais tímido, David é o festeiro e acabou influenciando o Ben nesse caminho. Peter e eles são colegas de quarto, conseguiram o quarto triplo durante a partida do primeiro dia.

Minha Garota [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now