|| 11. K E N D R A ||

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11. K E N D R A

Acordo com uma luz iluminando a cima da minha cabeça.

— AHHHHHHHHHHH! PELO AMOR DE DEUS, O QUE VOCE FAZ AQUI?! – Grito assustada, sentindo meu coração bater descompassado dentro do peito, quase saindo pela garganta.

Vincent está na cabeceira do beliche onde estou deitada, segurando uma lanterna em seu rosto, o deixando completamente assustador.

— Desculpe, não vi que já tinha dormido. Gostaria de te avisar que sou sonambulo, tudo o que eu fizer durante a noite peço para que você releve. Não me lembrarei de nada amanhã.

Ele desliga a lanterna e deita em sua cama, como se nada tivesse acontecido.

Como eu vou dormir agora, criatura?

Olho no visor do celular.

Ainda são duas da manhã.

Arrasto uma cadeira e a coloco de frente para a cama do sonambulo em questão e fico de prontidão, com receio de que ele tente algo contra mim enquanto durmo.

Pela janela acima de sua cama, eu vejo o dia amanhecer, meus olhos ardem de sono, minhas costas doem e o meu humor é assassino.

Como a bela adormecida desperta de seu sono enfeitiçado, Vincent acorda. Ele me encara e tem a grande cara de pau de sorrir.

— O que houve com você? Está péssimo!

— Não consegui dormir noite passada.

— Dormi feito um anjo. – Se espreguiça lentamente e eu o invejo.

Queria ter dormido como um anjo também.

Mas no meu caso, ou eu dormia ou seria corrompida por um sonambulo filho de uma mãe, que nem ao menos se lembra do que houve durante a madrugada!

— Jura? Nem percebi. – Ironizo, mal-humorada.

— Não se esqueça do treino de hoje as 8h, com a treinadora Simon. – Ele se levanta indo para o banheiro.

— Eu só queria dormir um pouquinho... – Deixo meu corpo cair sobre a cama macia e os lençóis perfumados de Vincent, fecho meus olhos em seguida e tiro meu sono dos justos.

(...)

Atrasada.

Eu estou atrasada, não tomei café da manhã e ainda por cima minha menstruação parece que já quer dar as caras, pois levantei agora a pouco sentindo muita cólica.

Mal dia.

David me ligou avisando que a treinadora chega dez minutos antes do horário e quem chega depois dela é severamente punido. Acontece que preciso passar na farmácia do outro lado da rua do dormitório e comprar um pacote de absorvente ainda.

Por que eu não coloquei um na minha mala?!

Corro para a farmácia, pego o que uso e sigo para a o caixa, porem esbarro com Charlotte que parece disposta a em atrasar um pouco mais.

— Você é o Ken Reed, o colega de quarto do Vince, certo?

Assinto escondendo o pacote embaixo da blusa, colocando-o em seguida atrás das costas, para que ela não o veja.

— O que você tem ai? Precisa de ajuda?

Nego.

— Me deixa ver, posso te ajudar...

— Valeu, mas estou com pressa.

— Vai, me mostra.

Pego o primeiro frasco que meus dedos tateiam e mostro a ela.

Minha Garota [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now