Obirin -✧ O Que Sinto Por Você ✧

✧ XXIX ✧

— Se a minha mãe descobrir que você, que era pra ser o responsável, voltou sendo carregado, ela mata nós dois! — Itachi bronqueou antes de entrar na casa. — E por kami faça silêncio!

Itachi abriu a porta e depois de entrar, fechou e trancou a mesma. Ouviu um ronco e quando olhou para trás, Obito estava segurando a risada.

— O que foi? — questionou sobre o motivo do primo estar achando algo muito engraçado.

— pfffft... — Obito quase não conteu o riso. — Você parece a sua mãe, todo responsável e mandão... — soltou antes de começar a rir baixinho, tampando a boca com uma das mãos e mesmo assim fazendo muito barulho para uma casa totalmente silenciosa no meio da noite. Itachi revirou os olhos e bufou, massageando as têmporas.

— Pelo amor de deus só dorme, você da muito trabalho. — Itachi começou a empurrar Obito para que ele subisse as escadas de uma vez. — Para de rir seu idiota! Se minha mãe te ver assim, não quero nem ver o que ela vai fazer! Fica quieto! — sussurrou.

Depois de subir a escadas, com muito esforço aliás, pois Obito estava literalmente caindo de bêbado, chegaram até o quarto de Itachi. A todo momento Obito falava coisas totalmente sem nexo e Itachi não aguentava mais mandá-lo calar a boca. Até que finalmente, Obito deitou no colchão ao lado da cama. Itachi passou a mão pelo pescoço tensionado e soltou um longo suspiro.

— Vou tomar um banho, não fala nada e não faça nenhuma merda, só deita e dorme! — Itachi saiu do quarto  com uma toalha no ombro e caminhou até o banheiro.

Após sair do banho, completamente relaxado pela ducha de água quente, Itachi se vestiu e caminhou até o quarto, torcendo para que Obito já estivesse no quinto sono. Mas se enganou ao entrar no quarto e ver o primo, deitado no colchão com o celular em mãos. Ele estava rindo para alguma coisa que via no aparelho, enquanto cantarolava uma música em (um péssimo) inglês.

— Vai, Itachi, quero ouvir...— estendeu a mão fechada para o primo, como se estivesse segurando algum microfone imaginário e começou a cantar o refrão de Chop Suey, da banda System Of A Down. Em seguida, o celular que ele segurava acima do rosto caiu com certa força, bem no meio do rosto de Obito. — Ai.

— Fala baixo! Puta merda... — Sussurrou para si mesmo a última parte e apagou a luz do quarto, deitando na cama logo em seguida. — Só dorme... — Itachi pediu antes de virar para o lado oposto e fechar os olhos.

— Itachi? — Obito chamou arrastado.

— O que é? Eu estava quase dormindo! — esbravejou, provavelmente iria ter de ouvir mais alguma frase sem sentido. Se Obito já estava assim só com um copo e meio de Vodka com energético, não imaginava o estado que ele ficaria se bebesse se verdade.

— Pega um copo de água pra miiim... — pediu juntando as mãos e fazendo um bico. — Por favor Tachiii...

— Ah que saco...— Itachi levantou e começou a ir rumo à cozinha. — Não faça nada, só fique deitado exatamente como está!

Desceu as escadas na ponta dos pés, fazendo o mínimo de barulho possível e pegou um copo com água fresca. Subiu as escadas novamente e cruzou a porta do quarto.

— Aqui, tom-....— cortou a própria frase no meio quando percebeu que o primo roncava enquanto dormia em uma postura péssima no colchão. Provavelmente traria dor nas costas pela manhã.

Graças a deus— Itachi pensou antes de colocar o copo de água ao lado de onde Obito dormia. Voltou a deitar na cama e fechou os olhos. Não demorou muito para que caísse no sono.

(...)

Com uma gigantesca dor de cabeça, Obito soltou um leve gemido de dor ao se levantar, incomodado tanto pela dor quanto pelos raios de sol que cruzavam a janela e iam diretamente ao encontro de seu rosto. Precisava de um remédio ou qualquer coisa do gênero.

Lembrava de ter saído com Itachi, de alguns de seus amigos e de chegar ao local e ficar surpreso com o tamanho do mesmo. Várias pessoas que ele nunca havia visto, dançando a música  extremamente alta que tomava conta de todo o local. Lembrava de se sentar em uma cadeira perto de um pequeno bar que havia dentro da boate e de pedir uma bebida. A partir daí, era como se houvessem buracos na memória, que não permitiam que Obito se lembrasse exatamente o que aconteceu. Tudo era um borrão.

Que merda, eu não sei beber. Será que eu fiz algo errado, ou dei trabalho para Itachi e os amigos? Espero não tê-los envergonhado...

Se tocou que ainda era bem cedo, pois Itachi ainda dormia e não era possível ouvir nenhum barulho, como por exemplo, Mikoto e sua Avó conversando na mesa de café da manhã. Pegou o celular que estava debaixo do travesseiro para ter certeza do horário. Apenas não se surpreendeu tanto por ter acordado cedo devido a dor de cabeça, porque sem ela ele certamente ainda estaria dormindo.

Ao desbloquear o aparelho e dar de cara com a sua conversa com Rin, viu uma coisa da qual ele definitivamente não se lembrava de ter feito.

Havia enviado dois áudios.

De imediato, bateu na testa com a mão. Não se lembrava do que se tratava e havia enviado o mesmo por volta das 2:30 da madrugada. Rin ainda não havia visto os mesmos, provavelmente porque ainda dormia. Já era tarde e não dava mais para apagar a mensagem. Já estava feito.

Por favor que não seja nada demais...— Obito pensou consigo mesmo antes de ouvir os áudios.

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