Descobertas

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Luz branca forte, muito forte. Dores por todo o corpo, principalmente no abdômen. E cheiro de desinfetante que dá vontade de vomitar. Meu Deus, será que morrer é tão ruim assim?

Eu sempre imaginei que na morte, era tudo silencioso e tranquilo, sem dor ou cheiro de desinfetante barato. Será que era o céu? Ah, não, não mesmo. Com os pecados que cometi em vida com certeza meu lugar não estava reservado no céu, quem transa com o ex sensei vai direto para o inferno, não é isso que dizem?

Vozes e mais vozes. Mas que droga é essa? Será que mesmo estando morta eu não tenho um minuto de sossego? Já não basta a situação em que eu morri. E porque diabos eu ainda não abri meus olhos? Ah, confesso... estou com medo de abri-los e dar de cara com o diabo enquanto o fogo queima incessantemente. Que bobagem!

Tentei abri os olhos, mas minhas pálpebras doíam, então os fechei novamente. Vamos lá, Sakura, mais uma vez. Abri os olhos e pisquei algumas vezes tentando me acostumar com aquela claridade toda. Bom, se tá claro é porque é o céu, né? Mas aquelas vozes ainda se faziam presentes, achei que o céu fosse um lugar para descansar, mas não faz nem cinco minutos que eu cheguei e tô querendo sair daqui.

— Ela acordou! — uma voz conhecida gritou.

Eu tinha noção de que já escutara essa voz antes, mas no momento eu não consigo me lembrar quem era. Então meus olhos se focaram no local em que eu estava. Não era o céu, muito menos o inferno. Era um quarto qualquer do hospital de Konoha, e as vozes irritantes ao redor eram de meus pais, Naruto, Sasuke, Ino e... Tsunade-sama? Mas e Kakashi? Francamente, meu próprio namorado não está presente quando eu volto a vida. Deve ter morrido de tristeza achando que a morte dessa vez havia me pegado.

Eu queria muito rir agora. Desculpa dona morte, não foi dessa vez de novo.

— Sakura, como se sente? — minha mestra me perguntou enquanto passava aquela luzinha branca pelos meus olhos.

— Á-água... — minha garganta queimava e eu senti meus olhos secos.

Ino se aproximou e passou um algodão molhado pelos meus lábios. Pelo amor de Deus? Eu quero beber água, sua porca! Talvez eu devesse estar bem ferrada mesmo, porque os olhos sobre mim eram de pura tristeza. Quando Tsunade-sama se afastou, meus pais se aproximaram da cama e se debruçaram para me abraçar, mamãe chorava copiosamente ao meu lado, sempre tão emotiva...

— Quanto tempo eu fiquei apagada? — perguntei ainda sentindo minha garganta seca. — Ino, pode me dar um copo d'água?

— Duas semanas, a cirurgia foi complicada. Você teve ferimentos no baço e no fígado, sem contar as inúmeras costelas quebradas, fraturas pelo corpo, sua Tibia estava em dois pedaços e agora está usando uma tala. Você nos deu um baita susto. — Tsunade-sama explicou enquanto afagava o meu cabelo.

Ino me entregou o copo d'água e agradeci, o bebi rapidamente ainda sentindo os olhares sobre mim. Tsunade-sama e meus pais se retiraram, para acertar algo sobre papeladas, deixando apenas Naruto, Sasuke e Ino ali comigo.

— Como se sente? — Sasuke perguntou.

— Meu corpo dói, principalmente a região abdominal.

— Caramba Sakura-chan, não é como se uma katana estivesse entrado na sua barriga. — Naruto tentou descontrai  e com certeza conseguiu, todos ali riram, até mesmo Sasuke.

— Isso é coisa que se fale, Dobe? — Sasuke o repreendeu.

— Cale a boca, seu aleijado, dattebayo!

Sasuke bufou, mas não respondeu as provocações de Naruto. Ele me olhava aliviado, aliviado por estar viva e em seus lábios havia mínimo sorriso.

No Limite do Desejo Where stories live. Discover now