Supresas de um perolado

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— Você pegou as esculturas que lhe dei, Sakura?

— Está falando daquele peito do tamanho de um melão e as outras? Peguei sim.

— Querida, o nome é Seio em Azul. Minha arte é seria, não deve chamá-la desse jeito. E eu estava falando de O Lar da Vida.

— É pesado, vou pegar depois que levar essas coisas aqui.

Finalmente estava me mudando para o meu próprio apartamento. Uma semana depois, Kakashi sensei havia conseguido um apartamento padrão dos jounins e hoje, eu estava de mudança. O apartamento era padrão, então já tinha móveis e eu só precisaria levar minhas coisas pessoais e algumas das artes que mamãe havia me presenteado.

A primeira fora um quadro pintado a mão que se chamava O Lar da Vida, era o desenho de um útero. A segunda, fora uma escultura de um ovário chamado Ninho n° 12, e a terceira seios do tamanho de um melão, e como me mãe falou, o nome era Seio em Azul, e era muito pesado. Mebuki dissera que ficaria chateada caso eu não aceitasse os presentes, e por assim dizer, eu acabei aceitando.

Com quase tudo empacotado, voltei ao meu antigo quarto e percebi que havia esquecido o retrato do time sete. Peguei-o e sorri observando a foto, Naruto do lado esquerdo com uma carranca para Sasuke que estava do lado direito, eu entre os dois com um sorriso empolgado. E atrás de mim, Kakashi sensei, tão bonito quanto agora, apenas alguns anos mais jovem na fotografia.

Desci as escadas quase correndo com o porta retrato nas mãos e o enfiei em alguma caixa que estavam minhas coisas. Empillhei uma caixa em cima da outra e rumei para o meu novo lar, estava um tanto pesado, e meu pai não estava em casa para me ajudar, nem pedi ajuda a Naruto, e certamente Kakashi sensei estava ocupado agora. Enquanto caminhava com muita dificuldade, senti alguém tocar meu ombro e em seguida pegar algumas das caixas, aliviando o peso.

— Você certamente precisa de ajuda, ainda bem que estou aqui.

Meus olhos foram certeiros ao mirarem as orbes peroladas e o semblante sério de Neji Hyuuga. Essa aldeia tem muitos homens bonitos, fico desconcertada, pensei. Neji me lançou um sorriso de lado e eu corei.

— Estava mesmo precisando, obrigada, Neji.

— Gosto de ser prestativo, mas é ainda melhor ser prestativo para uma garota bonita.

Ele estava flertando comigo? Se estivesse, como eu ia reagir? Sempre fui péssima nesse processo de flertes e conquistar alguém, eu simplesmente travo. Neji percebeu meu desconcerto diante de suas palavras e riu maliciosamente.

— Pra onde estamos indo, Haruno?

— Alojamento dos jounins, Hyuuga.

— Então está indo morar sozinha? — virou para me olhar.

— Estou crescida demais para continuar na casa dos meus pais, não acha?

— Você tem razão, está... — seus olhos percorreram por meu corpo. Que diabos? — crescida sim.

— Você está falando como se fosse muito mais velho que eu.

— Eu tenho 22 anos, sou mais velho que você.

— Um ano apenas, Neji.

Ele riu, e logo chegamos ao alojamento dos jounins. Eu achei que ele iria apenas me ajudar com as caixas até aqui, mas em seguida notei o Hyuuga levando as caixas para o meu apartamento. Era totalmente bizarro, até porque eu não tinha tido mais do que pequenos diálogos com Neji em tanto tempo que o conheço.

— Eu queria poder vir pra cá, ter o meu próprio espaço.

— Você é o gênio do clã Hyuuga, eles certamente não iam te querer longe do clã.

— Você é esperta, Haruno.

Neji me ajudou a trazer o resto de minhas coisas da casa dos meus pais e me ajudou a desempacotar as coisas que faltavam.

— O que é isso aqui? — apontou para Seio em Azul. — São... peitos? — riu.

— Isso é arte, segundo a minha mãe.

Ele analisou a escultura mediana e me lançou um sorriso, exatamente como aquele que me lançou no Ichiraku na reunião entre amigos. Devia ser pecado alguém ser tão bonito.

— Eu gosto disso. — Neji pegou a escultura, mas esqueci de avisá-lo que era um pouco pesado. Ele deixou a escultura cair. Eu a agarrei e ele também, ao mesmo tempo. E o resultado final foi que nós dois acabamos segurando-a juntos, nossas mãos se cruzaram para firmá-la, e eu levantei os olhos para Neji e ele sorriu.

— Você é muito bonita, Haruno.

— Sabe que pode me chamar só de Sakura, né?

— Ninguém te chama de Haruno, e não eu gosto de ser como todo mundo. Além do mais, gosto de Haruno.

Neji, Neji. Essa aproximação repentina me deixava receosa, era óbvio que ele não estava aqui apenas por prestatividade. E eu confirmei isso quando senti seus olhos cravarem em minhas costas quando me virei para colocar o porta retrato que havia pego de minha antiga equipe na penteadeira em frente a minha cama.

— Obrigada por ter me ajudado, eu achei que faria tudo sozinha, já que Ino está no hospital.

— O que me diz de me agradecer indo tomar um café comigo agora?

— Por Kami-sama, são 14h horas da tarde e eu ainda nem almocei, desculpe Neji, mas estou morta de fome.

— A gente pode ir no Ichiraku, ou na churrascaria, você quem decide.

Hesitei, uma batalha dentro de mim estava sendo travada entre ir ou não ir. Observei o homem a minha frente: muito alto, longos cabelos castanhos, – que me fez questionar se era ou não mais hidratado que o meu – olhos perolados penetrantes, os músculos destacados na pele pálida e o sorriso quase que travesso brincava em seus lábios rosados.

— Por que não, huh? Só me espere uns minutos, vou tomar um banho rápido.

Entrei no banheiro e comecei a me despir e ligar o chuveiro, tudo isso numa velocidade desconhecida até então. O fato de ter um homem bonito na minha nova sala me deixava ansiosa, ainda mais por não ser Kakashi. Provavelmente foi o banho mais rápido que eu tomei na vida e quando corri do banheiro para o quarto ainda de toalha ouvi o som da risada social da minha mãe.

Hahaha, hahaha. Ooooh hahaha.

Tinha quase certeza que ela estava contando para Neji sobre sua experiência com arte feminina. Troquei de roupa, colocando uma mais leve e escovei o cabelo de maneira rápida. Pronta para sair do quarto e pedir desculpas pela minha mãe, entrei na sala e só dei de cara com minha mãe sentada no pequeno sofá.

— Aquele rapaz bonitão é seu namorado?

— Mãe! Claro que não, é só um amigo que me ajudou com a mudança. Aliás, cadê ele?

— Presumo que ele fugiu de mim, desculpe querida. — minha mãe caminhou até a pequena cozinha e eu s segui. — Vou cozinhar para você, venha. Oh, Sakura! Você não devia ter colocado isso aqui, isso é um trabalho de arte sério, não zombe da arte assim!

Mamãe me repreendeu enquanto eu notei do que ela estava falando. Neji Hyuuga havia colocado Seio em Azul na minha fruteira, junto com as maçãs e peras, e eu ri. Que bizarro!

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oi!

e aí, o que acharam desse Neji? 😏

e o que acham que ele quer? está muito suspeito, não?

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No Limite do Desejo Where stories live. Discover now