Capítulo 28

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- Regina. Eu gosto desse nome, é bonito. – respondeu Roland, sorrindo.

- É, eu também gosto muito. Significa "rainha", como o meu primeiro nome, Aileen, significa "majestosa". Foi ela quem escolheu. – sorri também. – Agora vamos brincar, antes que eu pegue de volta essa bolinha. – brinquei antes de novamente começar a correr atrás do pequeno Roland, que ria e corria para longe de mim.

E com aquela resposta o portal/janela se fechou, pois era onde acabava a lembrança que continha naquela bolinha de gude de Roland. Claro que as outras bolinhas continham outras lembranças, mas naquela não tinha mais nada. Pelo que me foi dito minha mãe quase desmaiou e Emma e Mary Margareth tiveram que segurá-la de última hora. Coitada, já estava bastante fraca e machucada por culpa de Zelena e ainda escutou aquela afirmação completamente inesperada e totalmente sem sentido. Era de se esperar que ela ao menos perdesse o rumo naquele momento, sem contar que o equilíbrio corporal dela praticamente desapareceu.

– O frasco! As lágrimas! – lembrou-se Ruby, ao ver o vidrinho preso em meu pescoço nas lembranças de Roland que acabara de presenciar. – As lágrimas! Talvez isso possa salvá-la!

- Frasco? Lágrimas? Do que você está falando, Ruby? – perguntou Granny, tentando entender.

- Vocês não viram nas lembranças de Roland? Blanck tem um vidrinho pendurado... – ela procurou em meu pescoço e viu que não estava mais comigo, frustrando-se – Ela tinha... um vidrinho pendurado no pescoço durante todo esse tempo, todos esses dias. Ela saiu de casa hoje com ele, eu vi. Deve ter caído no meio do caminho para cá, lá na floresta.

- Mas o que você disse que tinha nesse vidro? Lágrimas? De quem? – perguntou Emma.

- Eu não faço ideia. Ela nunca me disse. Só comentou que era muito importante e que poderia trazer a memória da Regina de volta um dia.

- Eu sei de quem são. – disse Rumpelstiltskin, também parecendo acordar de um transe – Ela disse que poderiam retornar as memórias da Regina? Você tem certeza disso?

- Sim. Foi o que ela disse. – respondeu Ruby, ainda me segurando nos braços. – Você sabe de quem são?

- São da Regina. – concluiu ele. A minha sorte era que Rumpelstiltskin era praticamente um gênio da magia e saberia que uma das únicas coisas que pode recobrar a memória de alguém são as lágrimas da pessoa de pouco antes de o feitiço de esquecimento ser lançado. – Só pode ser dela. Mary Margareth, lembra quando lhe entreguei algumas lágrimas de Regina para que vocês pudessem resgatá-la de Greg e Tamara no ano passado? É disso que se trata. As lágrimas conectam qualquer um aos seus donos, inclusive a própria pessoa. Se Regina fez alguma coisa no passado que de alguma forma ela esqueceu e foi nessa época que as lágrimas foram coletadas, então pingando as lágrimas no próprio olho da Regina...

- ...ela se conecta ao momento que não se lembra. Ao momento no qual as lágrimas foram coletadas. – concluiu Emma e Rumpelstiltskin confirmou.

- Exato. Não importa o que ela tenha feito, se lançado um feitiço ou tomado uma poção de esquecimento, se as lágrimas forem dela e de antes do acontecido, ela vai se lembrar de tudo.

- Vocês realmente estão tentando me dizer que eu tenho uma filha de quem eu esqueci? – perguntou minha mãe, claramente muito abalada, afinal não é todo dia que você descobre que tem uma filha de quem você não se lembra e que, além de te amar, praticamente deu a vida por você se jogando na frente de bolas de magia das trevas que me torturariam.

- É o que estamos tentando descobrir, Regina. Apropósito, vocês não teriam lágrimas minhas? – perguntou Rumpelstiltskin.

- Você está brincando ou falando sério? – perguntou Ruby, confusa.

Blanck - Uma lembrança de amor em meio às trevasWhere stories live. Discover now