Capítulo 16

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- Desculpe, mas eu devo ter entendido errado. – começou Ruby claramente confusa e perturbada. – Você disse que sua mãe precisa mesmo tirar a própria vida para salvar Henry?

- É o que ela está planejando fazer. Mas é uma coisa que não vai acontecer.

- Isso tem alguma coisa a ver com o que você disse há pouco sobre Zelena ter estragado nossos planos contra ela?

- Exatamente. Minha mãe pensa que vai se suicidar para salvar meu irmão. Mas não vai. Eu vou me sacrificar no lugar dela.

- Novamente peço desculpas, mas eu estou tão confusa que acho que entendi errado... outra vez. Você vai se suicidar? Está louca? – Ruby berrou comigo – Já era ruim o suficiente quando você disse que não se importava em morrer para salvar Regina, mas tirar a própria vida? Você está louca se acha que vou ficar assistindo você se matar sem fazer nada!

- Ruby, não é o que você está pensando. Quando eu digo suicídio quero dizer que a pessoa fica completamente vulnerável. – eu sentei em uma das poltronas e indiquei que ela sentasse na outra ao meu lado. – Esse feitiço não é nenhum feitiço antigo nem super hiper complicado como os que Zelena tem utilizado ultimamente. Na verdade ele é bem simples. Você amaldiçoa alguém que é tão importante para outra pessoa que essa outra pessoa faria tudo para salvar o amaldiçoado.

- E isso inclui se suicidar. – acrescentou Ruby, tentando entender.

- Não exatamente. Isso inclui abrir mão de toda sua mágica. Para acordar Henry, Regina precisará depositar nele toda a sua mágica. Ou pelo menos noventa e nove por cento dela. E então ele vai acordar. Quando acordar, Henry pode devolver a mágica da minha mãe, mas isso tem que partir dele. Ela nunca poderá tomar dele de volta, pois foi uma doação voluntária, então não pode voltar atrás. O problema é que Henry levará tempo até acordar. Pode levar minutos ou horas. Não é algo com tempo certo.

- O que significa que Regina estará desprotegida e completamente vulnerável a qualquer tortura de Zelena. – Ruby percebeu que assenti e algo pareceu lhe ocorrer. – Mas espera um instante. Poderia ser mais de uma pessoa! Poderia ser Regina e Emma. Emma tem bastante mágica, ela pode ajudar Regina. Então pode ser pelo menos cinqüenta por cento de cada uma para salvar Henry.

- E é nesse ponto que eu tiro todas as suas esperanças. Ele tem que ser salvo por alguém que o ame tanto a ponto de abrir mão de algo tão poderoso quanto toda sua magia ou quase toda. Ou seja, só alguém da família faria uma coisa dessas, mas... não pode ser ninguém que tenha vínculo de sangue com ele. É isso que faz dessa maldição algo tão interessante: o amor que alguém que não é da sua família de sangue possui por você. Ou seja, no caso...

- Apenas Regina pode fazer isso. Ela é a única que ama Henry mais do que tudo e não tem nenhum vínculo de sangue com ele.

- Zelena provavelmente percebeu que minha mãe faria tudo pelo Henry e se lembrou desse feitiço. Como eu disse, ele é bem simples... e bem formulado. É lançado para tirar os poderes dos seus inimigos que você sabe que amam muito alguém, deixando-os vulneráveis para que se possa matá-los.

- Então... você...

- Eu vou transferir noventa e nove por cento dos meus poderes para ele. Vou ficar com um mínimo só para poder sair do meio de todas aquelas pessoas que querem me matar.

- Ok. Sem problemas. Eu te cubro. – levantei a cabeça, encarando Ruby, tentando entender do que ela estava falando. – Você vai, lança um feitiço protetor em cima do quarto onde Henry está para que ninguém entre e te arranque de lá de dentro a força, transfere seus poderes para ele e o salva. Nesse meio tempo, eu fico do lado de fora do quarto dando mais uma proteção, no caso de o seu campo de força ser destruído pelas duas mães Emma e Regina que ficarão desesperadas ao te ver lá dentro sozinha com Henry.

Blanck - Uma lembrança de amor em meio às trevasWhere stories live. Discover now