Capítulo 7

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Os dois chegaram ao nosso local de encontro e corremos até a casa onde Zelena estava, aquela com uma área de refugio no quintal em caso de guerra. Chegando lá revisamos rapidamente, pela vigésima oitava vez, o que cada um tinha que fazer. Mas Ruby levantou uma questão importante, graças a Deus, e foi bem fácil respondê-la:

- Minha missão é roubar o coração da Regina. Mas como eu vou saber qual lugar da casa ela está?

- Essa é fácil. Você pode farejar. – lembrando que Ruby tem um olfato incrivelmente sagazpor também ser um lobo. – Fareje como se estivesse procurando a mim e não a minha mãe. – ela pareceu não entender a lógica, então expliquei. – Lembra quando eu disse que minha mãe fez um feitiço com o qual eu não poderia fazer mal a ninguém através de mágica? Então, durante este feitiço ela colocou parte da bondade dela, que tinha dentro do coração dela em mim. Ou seja...

- É como se você tivesse parte do coração dela. – concluiu Ruby, chocada.

- Exatamente. Ou seja, parte dela está em mim. Quando você sente meu cheiro, você sente parte do cheiro dela. Então para procurar o coração dela, é só farejar por mim. É claro que será um odor muito suave, muito delicado, mas eu tenho certeza que você consegue. – eu terminei, incentivando-a.

Todos a seus postos, partimos para o ataque.

****

No meio da sala de estar da casa de Zelena, tocando nas coisas, com semblante despreocupado e caminhando calmamente pelo recinto, lá estava Rumpelstiltskin. Olhando as paredes e todas as prateleiras da sala, colocando sua mão em cada objeto que tinha curiosidade ou apenas quisesse tocar. Parecia até uma provocação quando Zelena entrou na sala sem entender o que estava acontecendo e perguntou:

- O que você está fazendo aqui?

- Estava cansado de ficar em minha cela, ou melhor, naquela jaula, querida. Achei que poderia vir aqui e dar uma olhada nas coisas que você diz ter conseguido conquistar sem a ajuda de ninguém. Afinal, qual é o problema, não é mesmo? Você possui a minha adaga. Você me controla. Eu não posso te machucar. Discorda de qualquer uma das minhas colocações? – disse ele, parecendo meio presunçoso, como sempre.

- Não. – sorriu ela, debochada. – É claro que não. Você ainda é meu boneco, meu fantoche. – continuou ela, se gabando. – Mas, já que está aqui, fazendo não sei o que, pois sabe que nunca vai conseguir roubar a adaga de mim e muito menos me enganar com essa desculpa de que não aguentava mais ficar sozinho em sua jaula, que tal me acompanhar em uma bebida? Vinho? Conhaque? Martini? Whisky?

Ele hesitou um rápido instante e depois escolheu whisky. Zelena derramou três dedos dentro de um copo e o entregou a ele, enquanto se servia de meio copo de vinho do porto. Sorriu para ele maldosamente, olhando-o de baixo para cima, e perguntou se havia se arrependido de ter recusado sua oferta de se juntar a ela em seu plano e reencontrar seu filho, Baelfire. Ao que ele respondeu, com semblante como se fosse superior a ela, dizendo que não tinha certeza das decisões que tomava, apenas as tomava acreditando que eram as corretas e que assim deveria ser. Ela mais uma vez debochou dele e disse que fora uma ótima idéia fazê-lo de fantoche. Mas ela não estava preparada para a resposta dele:

- Assim você pode ser superior a alguém. Você nunca foi ninguém mesmo, pelo menos me controlando através da adaga parece que alguém está abaixo de você, querida. – Ficaram se encarando durante alguns segundos, ele sorrindo e ela espumando de ódio. Se não estivesse em Storybrooke com certeza a cor verde voltaria a tomar conta de sua pele em tempo recorde.

****

Enquanto isso, dentro do sótão de Zelena, estava Ruby. Puxava o ar até os pulmões violentamente, tentando farejar qualquer vestígio de mim que pudesse encontrar, na esperança de que isso a levasse ao coração da minha mãe, como eu havia sugerido. Mantinha os olhos ainda mais abertos do que o normal e estava completamente alerta para qualquer perigo ou sinal do coração. Encontrava-se perto da janela onde, normalmente, não sentiria o cheiro com facilidade por conta do vento forte que entrava pelas frestas naquela noite, quando algo lhe chamou a atenção. A rajada de vento que passava por suas narinas, carregava um cheiro característico que ela passara a última semana inteira sentido: o meu. Só precisava descobrir agora de onde vinha aquele cheiro. Onde começava. Em qual lugar do quarto o coração estava escondido. Levou apenas alguns segundos, pois além do quarto não ser muito grande, seus sentidos eram absurdamente fortes, e encontrou uma pequena caixa quadrada preta decorada com fios brilhantes verdes, mas ao tocá-la foi automaticamente arremessada mais de um metro para trás.

Blanck - Uma lembrança de amor em meio às trevasWhere stories live. Discover now