Epílogo

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HOSEOK

O dia começou bastante agitado, para ser honesto.

Jimin ligou cedo, avisando que precisava nos contar algo pessoalmente. E digamos que, quando alguém quer contar algo cara a cara automaticamente deduzimos que seja um lance bem sério, mas vindo de Jimin eu espero de tudo um pouco.

Eu só queria que ele tivesse ligado um pouco mais tarde, porque sinceramente, preferia estar dormindo agora.

– Vou indo – Sori passa pela porta do quarto de Jihye, com esta em seus braços. Já pronta para ir trabalhar, ela se aproxima de Yoongi e lhe entrega a menina – Tchau, meu anjo – se despede deixando um beijinho no rosto dela.

E assim que percebe que está sendo deixada pela mãe, a menina abre um berreiro, estendendo os braços na direção dela, pedindo colo.

A troca de olhares entre os pais e os suspiros que vieram em seguida, denunciam que essa não é nem de longe a primeira vez que passam por isso.

– Pode ir, ela vai parar – Yoongi avisa, balançando a menina, segurando em uma das mãos a chupeta que ela acabou cuspindo fora.

– Certo... – concorda meio relutante, lhe dando um selinho rápido antes de pegar a bolsa e passar pela porta.

E com isso, a menina chora mais, com os olhos grandes fixos no caminho que a mãe tomou.

– Eu acho que ela não gosta de você – digo com um sorriso, o assistindo pegar na bancada da cozinha a mamadeira já cheia.

– Ela não gosta de mim porque eu não tenho peitos – diz no mesmo tom a colocando na cadeirinha – Eu já saquei qual é a sua, garota – ele fala agora para a filha.

Ela o encara, ainda chorando e com os olhos cheios de lágrimas e as bochechas vermelhas, o cabelo junto preso por uma liga no topo da cabeça. É de partir o coração de qualquer um.

– Tadinha dela, Yoon...

– Ela é manhosa – diz, oferecendo a mamadeira, que de primeira é aceita por ela – Olha aí, já até esqueceu – estalou a língua no céu da boca, balançando a cabeça.

A menina segurou entre as mãos pequenas a mamadeira, se escorando no apoio da cadeirinha enquanto corria os olhos ainda molhados por toda a cozinha, o rosto ainda corado por conta do choro. Yoongi suspirou, saindo de onde estava para passar os polegares por cima dos olhos dela, secando seu rosto.

Ela é a cara do Yoongi. É ele inteirinho, eu nem sei porque ainda me surpreendo se todos naquela família são quase idênticos.

Talvez comece a apresentar traços físicos da mãe conforme o tempo, mas é meio que impossível dizer que ela e Gui não se parecem. Até o sorriso é o mesmo, o que ficou mais evidente quando os dentes dela começaram a nascer.

– Jimin me fez levantar uma hora dessas para chegar aqui só amanhã, é? – resmunguei, olhando pela milésima vez as horas no visor do celular.

E foi só eu falar que o bendito passou pela porta. Tirando a bolsa do corpo e a largando na mesa, totalmente à vontade ele se sentou conosco, passando a mão no cabelo ao suspirar pesadamente.

– O trânsito está horrível – disse como explicação para a sua demora – Oi, neném – abriu um sorriso genuíno ao encarar a garota – Linda. Você faz bebês adoráveis, Yoongi.

– Obrigado, eu realmente me esforcei – entrou na onda.

– Jimin, meu anjo, vá direto ao ponto que eu estou afim de ir deitar – pedi, esfregando os olhos.

– Oito horas da manhã, Hoseok! – Jimin praticamente gritou – Acorda pra vida, filho, já estamos na metade do dia.

– O problema não é meu se o seu dia começa às seis da manhã – balanço a cabeça, tendo a noção de que a minha cara agora é de puro sono – O meu começa depois das onze.

VANTE: GIRASSÓIS DE DANTEWhere stories live. Discover now